Capítulo 6

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Acordei no sábado com a gritaria dos meus primos jogando Xbox no sofá oposto ao que eu dormi, a luz da janela me cegando.

- Vai jogar em outro lugar - resmunguei, cobrindo meu rosto com o travesseiro.

- Aqui é a sala, e é aqui que o Xbox ta.

Bufei e levantei com o lençol enrolado no meu corpo. Fui até a cozinha e os meus tios, meus avós e meus país já estavam tomando café.

- Por que você dormiu no sofá, filha? - minha mãe perguntou.

- Bom dia - quando todos me responderam continuei - porque no quarto das meninas só tinha um colchão sobrando e eu deixei pra amiga da Bianca. Tava todo mundo dormindo então não fui no outro quarto pegar um pra mim.

Um ato muito generoso da minha parte, eu deixar uma das amigas chatas da minha prima dormir no colchão que era pra ser meu. Na verdade, o colchão é pras visitas, eu troquei a cama pelo colchão, e o colchão pelo sofá. E meu pai ainda reclama de mim... Como assim?

Tomei café e deixei a mesa para tomar banho. Fui no quarto que era para eu dividir apenas com a minha prima e minha irmã pegar minhas roupas. Por que ela tinha que trazer QUATRO amigas? Minha irmã teve que ir dormir no quarto dos meus pais.

Entrei no quarto e todas ainda dormiam. Passei por cima de uma, tomando cuidado pra não tocar, para conseguir chegar no armário que estava minha mala. Peguei meu biquíni, um short branco, é uma regata aberta nos lados pra eu usar. Sai do quarto e bati a porta de propósito pra elas acordarem. Já que me acordaram.

Fui para o banheiro e tomei banho, escovei os dentes e depois coloquei o biquíni por baixo da roupa. Vesti nos pés uma rasteirinha e passei protetor solar no rosto.

Peguei meu celular na sala e voltei pra cozinha, aonde as cinco já estavam tomando café.

Marina: Tá em Angra né?
Eu: To, pq?
Marina: Nada, Isabella que me disse ontem. Queria marcar role
Eu: Esqueci de te avisar que não ia ontem
Marina: É, mancada
Eu: hahaha desculpa, eu esqueci mesmo!
Marina: Só vai passar tempo com a Isabella agora e esquecer dos amigos mesmo
Eu: Eu tinha até esquecido que ia vir pra cá
Marina: Nossa ela te faz esquecer de td mesmo

Virei os olhos e bloqueei meu celular. Peguei uns morangos cortados da geladeira e comecei a comer enquanto ouvia elas conversando.

- Você vai pro meu colégio, né, Lau? - minha prima perguntou, se virando pra mim.

- Ahn? Não - eu ri - quem te disse?

- Minha mãe. - mexeu os ombros.

Minha mãe passou pela porta de fora da cozinha e me apressei até ela.

- Bianca veio me perguntar se vou estudar no Champagnat - ri - estranho né.

Ela parou de andar e me olhou.

- Filha, eu não te contei porque to tentando convencer seu pai a deixar você ficar aonde tá, mas essa semana ele já quer fazer sua matrícula.

- Mas por que? Como assim ele quer me mudar de colégio sem nem me perguntar? Ele não sabe se vou me dar bem lá, sem contar que é meu ultimo ano e eu deveria passar com a turma que conheço!

- Eu sei, é por isso que to tentando convencer ele. Mas ele acha os métodos de ensino melhor e acha que vai te fazer bem.

- Se ele acha melhor, por que não me colocou lá desde o começo do ensino médio? - bufei de raiva e aumentei a voz - ele tá fazendo isso porque acha que um colégio católico vai me tornar hétero? - comecei a rir de nervoso - se ele tá achando isso, fala pra ele desistir, só vai torrar dinheiro.

- Eu já disse que não adianta, acho que ele não tá mais com essa ideia. Mas ele quer que você estude lá e disse que se você não aceitar ele para de te sustentar. Que mesmo você não morando com a gente, tá sendo sustentada, e vai ter que fazer pelo menos isso.

- Nossa mãe e você não fala NADA? Você não discorda com ele nunca, não tem voz. - bufei e suspirei, tentando controlar minha raiva para não descontar tudo na minha mãe, que é tão boa pra mim. - Que raiva.

Sai andando e fui até a área da piscina, sentei na rede e fiquei ali um tempo. Dava pra ouvir o mar, mas não dava pra vê-lo.

Depois de um tempo, meu vô sentou no banco um pouco afastado da rede, comendo melancia.

- Quer? - ele perguntou e eu dei que não com a cabeça.

Ficou comendo enquanto fiquei na rede, mexendo no celular.

- Ta boazinha, minha neta? - perguntou quando acabou de comer. Dei uma risadinha.

- To, vô. E você?

- Bem. - mexeu a cabeça - fui dois dias na sua casa e você não tava lá. Seu pai não sabe mais mentir pra mim.

Pensei se devia contar pra ele ou não. Meu vô não é um fofoqueiro mas talvez se eu contasse ele ia ficar bravo comigo e ser um cu comigo também. Ou iria tirar satisfação com meu pai é essa viagem ficaria pior ainda.

- Eu to ficando por um tempo com uma amiga, até as coisas melhorarem. Eu e meu pai brigamos e é ruim pra Julia ficar vendo isso, né vô.

- Um tempo quanto?

- Não sei - respondi olhando pra baixo.

- Seu pai é difícil também, eu sei. - falou rindo - você pode sempre ir lá em casa viu.

- Ele é - ri - vou qualquer dia.

Ele nem me questionou porque brigamos. Ficou conversando comigo, me confortou, me contou umas coisas, rimos. Quando ia entrar na casa, eu ia sair para uma volta e ele me deu dinheiro. Queria que meu pai tivesse puxado mais ao pai dele.

Dei umas duas voltas na praia e depois voltei pra casa porque iamos andar de lancha.

Enquanto esperava os velhos ficarem prontos, fiquei assistindo TV com a minha prima e as amigas, meus primos e minha irmã. Meu celular vibrou e minha boca se esticou de ponta a ponta num sorriso.

Rafaela: E ai laurinhaa, td bom?
Eu: Rafa, e ai. Td sim e ai?
Rafaela: Bem. Já sabe quando vem pra sp?
Eu: Tenho que marcar com a mari! Depois que as aulas acabarem, acho que qualquer semana eu posso.
Rafaela: Hmm beleza. Eu falei com ela esses dias, pra ela confirmar com vc ai. Não dá pra trás hein
Eu: Hehehe não vou

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Não sei se tá curto, ou se tá bom kkkkk tá meio xoxo, eu sei.
Mas por favor comentem, pra eu saber que querem continuar lendo, pra eu continuar escrevendo.
Vou tentar postar mais um ainda essa semana.
Obrigada por lerem!

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