Voltamos até a roda onde Rafaela e Camila estavam e não foi difícil de encontrá-las. Estavam sentadas, interagindo com todos os outros que estavam lá.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntei me sentando do lado delas, com a Marina do meu lado.
- Hm - Rafa pensou, obviamente um pouco bêbada - não, tá muito, muito legal! Mas não posso mais dançar porque machuquei o pé - fez biquinho e levantou o pé, mesmo que eu não pudesse vê-lo.
Sorri e tirei a sandália do seu pé direito, olhando a sola de seu pé. Tinha um pequeno corte que ainda sangrava um pouco.
- Nossa Rafa - passei a mão por cima - machucou como?
- Quebraram uma garrafa e voou dentro da minha sandália. Voou um caco. Um caco dentro da sandália. Como ele entrou lá né?
Comecei a rir e aprofundei meu dedo pra ver se o caco ainda estava lá.
- Tá doendo?
- Só quando eu danço. Tive que parar de dançar! - disse aumentando o tom de voz.
- Quer que eu te leve embora?
- Não, tá tão legal. Quero ficar mais um pouco - disse deitando sua cabeça no meu ombro.
- Bora pra sua casa enquanto não tem ninguém lá - Marina sussurrou em meu ouvido depois de um tempo sentadas.
- Vou ter que levar a Rafa embora antes de ir.
- Pô, por que? Vai levar ela de táxi, manda ela pegar um táxi.
- Ela não conhece ninguém, nem a cidade. Ela tá comigo e é muito perigoso ficar por aí sozinha, ainda mais nesse estado. - respondi, já me sentindo completamente sóbria.
- Af tá. - parou pra pensar - Eu vou com a Camila quando ela for e, e te espero lá.
Na hora que Rafa começou a fechar os olhos, resolvi levá-la para o hotel. Camila quis ficar mais um pouco, então a Marina teve de ficar também. Antes de eu entrar no táxi, me deu vários beijos pra garantir que eu voltaria até ela no meu apartamento.
Me sentei encostada na porta do carro, e Rafaela se encostou em mim, fechando seus olhos lentamente.
- Tadinha de você - disse inclinando a cabeça que descansava em meu peito - deixando, indo embora por causa de mim.
- Imagina Rafa, eu quis te trazer. Não ligo de cuidar de você, aliás, eu te chamei pra sair e não posso te largar né?
- Hmm largou aquela bonitinha lá pra me trazer. - riu - Qual o nome dela mesmo?
- Marina - ri.
- Ela ficou puta - caçoou, puxando o u e depois caiu em risos.
- Não muito - ri da forma exagerada que ria.
Chegamos no hotel e ajudei-a a descer do carro.
- Vamos nos ver amanhã, Laurinha? - Rafaela perguntou, encostando preguiçosamente do lado da entrada principal do hotel.
- Claro que sim. As suas coisas tão lá em casa, - sorri - quer ir almoçar lá?
- Aham! - respondeu imediatamente, - Mas você não, não tem que vir me buscar. - soluçou.
- Ta então. Te mando mensagem com o endereço. - abracei-a pra me despedir e ela deitou a cabeça no meu ombro.
- Não quer dormir aqui? Odeio dormir sozinha bêbada.
- Não dá porque agora minha amiga vai dormir lá em casa. Senão eu dormia.
- Hmmm, chato.
Saiu do abraço e foi andando até a porta.