Boa leitura! ❤️
Regina.
Despertei em um local extremamente branco e claro, e logo meus olhos marejaram tentado me adaptar com as luzes ao redor do quarto. Lapsos de memória invadiram a minha mente, como cenas de um filme e por alguns minutos eu revivi aquele momento que o que eu mais desejo é deletar da minha vida.
Flash back on.
“Como é bom te ver novamente, Regina...”
Robin disse essas palavras em seu tom mais debochado. Eu fui pega completamente de surpresa, por mais que eu imaginasse que isso aconteceria um dia, nunca achei que fosse sentir tanto medo. Juntei minhas forças para sair dali o mais rápido possível, porém Robin foi mais rápido que eu, passando por mim e fechando aporta atrás de nós. Logo começou a me dizer palavras toscas e se aproximar de mim lentamente, pude sentir sua respiração forte em meu rosto e o seu hálito entregava o quanto estava embriagado, meu estômago revirou e meus olhos marejaram.
Em dado momento senti suas mãos irem de encontro com ao meus pescoço, e tentar apertar. pude ver o quanto seus olhos exalavam fúria, enquanto seus dedos tentavam se fechar contra meu pescoço. Por alguns segundos juntei as forças que nem sabia que tinha, e consegui afasta-lo. Corri para a porta e sai do quarto o mais rápido que pude, mas antes de chegar na escada ele me alcançou e de forma bruta, segurou meus braços fazendo com que eu ficasse no meio fio, de costas para a escadas. E então, Robin sorriu ironicamente e me empurrou fazendo com que eu perdesse o equilíbrio e rolar escada abaixo.
Flash back off.
Lágrimas pesadas rolaram por meu rosto, ao me lembrar de todo aquele sufoco e com soluços altos acabei despertando Emma, que até então, parecia estar dormindo na poltrona ao lado da cama. Rapidamente se levantou vindo até mim e me envolvendo num abraço desajeitado, mas muito acolhedor, mesmo não entendendo porque ela estava ali, eu me deixei abraçar.
Emma pedia que eu me acalmasse, sussurrava palavras de conforto, dizendo que ficaria tudo bem, e tenho pra mim que ela me pediu perdão, mas ainda estava confusa, e tudo parecia tão rápido em minha mente. Quando ia lhe questionar sua presença, fui interrompida por Graham batendo a porta, Emma se afastou e saiu da sala dizendo que encontraria o médico para avisar que eu acordei, encarei seus olhos por alguns instantes, mas logo ela quebrou o contato saindo do quarto e me deixando sozinha com Graham. Ele se aproximou me analisando.
— Oi, como você se sente? — ele quebrou o silêncio.
— Um pouco dolorida... mas não foi dessa vez que você se livrou de mim, Humbert. — sorri como pude.
— Graças a xerife Swan, nada pior aconteceu com você. E ela ainda deu uma boa surra naquela canalha.
— E ele foi preso? E o meu filho? — me mexo na cama, um pouco alterada.
— Calma Regina, a Emma cuidou de tudo. O seu filho e o dela estão aos cuidados da Ruby. Agora você precisa pensar um pouco em você se quiser sair desse hospital logo. — tentei me sentar mas tive dificuldade por causa da dor. Rapidamente, ele me ajudou.
Depois de alguns almoços e jantares eu e Graham nos tornamos realmente amigos, não via mais aquela malícia em seu olhar como nos primeiros encontros.
— Bom Regina, eu só vim ver mesmo como você estava, agora preciso voltar para a delegacia... já que sua salvadora com certeza vai querer ficar com você. — achei engraçado a forma com que ele se referiu a Emma.
— Graham, por que você acha que ela fez isso? Digo, outro dia mesmo eu ouvi ela dizer pra Ruby que não gosta de mim. — o encaro, e por alguns minutos ficamos em silêncio, mas por fim, ele se desmancha num sorriso.
— Olha Regina, se isso não é gostar então eu não sei mais o que é, porque o jeito que vocês se olham e diferente, talvez só vocês duas ainda não perceberam... — dá de ombros.
— O que? — perguntei curiosa.
— Srta. Mills, nos nossos últimos jantares, o maior assunto era sempre a xerife Swan, os seus olhos brilhavam enquanto você falava o quanto ela é maravilhosa, sensível, bonita e muitos outros adjetivos que outras pessoas não seriam capazes de encontrar. — ele termina a frase ainda sorrindo. E eu me coloco a pensar no que ele diz, me perdendo em meus pensamentos. Graham se aproxima da cama, dá um beijo em minha testa e sussurra .
— Eu até poderia apostar que vocês estão apaixonadas uma pela outra, só não entenderam isso ainda. — diz e por fim, sai do quarto deixando uma Regina Mills completamente perdida.
Mesmo que meus pensamentos, agora, estivessem todos uma bagunça, não pude deixar de dar certa atenção as palavras de Graham. Swan e eu? Apaixonadas uma pela outra? Como? De onde ele tirou isso?
Meus devaneios são interrompidos pela entrada de um médico e de Emma no quarto. Por alguns segundos, meus olhos se perdem nas orbes verdes da loira que me encara com certa preocupação. Sou obrigada a desviar nossos olhares, quando o médico começa a me examinar, enquanto faz algumas perguntas sobre o que eu sinto.
Dor. É apenas isso que eu sinto. Dor no corpo todo e dor na alma também. Eu nunca imaginei passar por uma situação dessas. E droga, por mais que eu tente, não consigo não pensar em Henry que assistiu a aquilo tudo. Meu Deus, como deve estar a cabecinha do meu pequeno?
Depois de quase meia hora, o médico sai do quarto. Emma se aproxima da cama e antes que ela pudesse dizer alguma coisa eu começo.
— Muito obrigada, Emma... por tudo, principalmente, por salvar a minha vida. — a encaro, e nesse momento reparo que ela tem uma machucado no lábio, deduzo que tenha sido Robin o causador, levo minha mão até o local fazendo uma leve carícia e continuo. — Me desculpa por ter metido você em toda essa história, e você mesmo não gostando de mim me ajudou... — assim que digo a última frase ela se afasta, retirando a minha mão do seu rosto.
— Eu não fiz mais do que a minha obrigação, Regina. — andou alguns passos e ficou de costas para mim. E assumo que fiquei chateada com a sua resposta, então comecei a encarar o teto, e mesmo sem querer algumas lágrimas teimosas começaram a cair.
O silêncio invadiu o quarto e começou a me deixar incomodada, e quando eu pensei em quebra-lo, ela virou-se encaminhou novamente em minha direção parando do meu lado, me encarou fixamente por alguns segundos, antes de começar a falar.
— Eu faria o que eu fiz por qualquer pessoa, mas com certeza eu não teria tanto medo de perder qualquer uma delas, quanto tive medo de perder você... — tentei falar mas ela acenou, me pedindo para esperar. — eu não sei quanto da minha conversa com Ruby você escutou aquele dia, mas tenho quase certeza que fez uma interpretação totalmente equivocada do que eu realmente disse. E nesses tempo que você passou dormindo, a minha mente quase travou, pois eu não sabia como agir, eu simplesmente não queria enxergar algo que estava tão óbvio, porque só quando eu vi você ali no fim daquela escada foi que eu me dei conta... eu tive medo de te perder, e se isso acontecesse eu jamais me perdoaria. Um dia eu te prometi que cuidaria de você, mas como uma bela idiota que eu sou, a única coisa que eu consegui fazer foi te afastar... — suspiro. — mas não por não gostar de você, como está pensado e sim por gostar demais, Regina.
Emma para, desviando seu olhar do meu e respirando fundo algumas vezes, e logo volta a me encarar.
— Eu estou apaixonada por você, e eu tentei negar isso de todas as formas, porque para mim ter sua amizade é algo tão importante, e eu tive medo de aceitar esse sentimento e estragar tudo o que construímos nesses poucos meses... você e o Henry são a minha família também, e eu não quero que vocês se afastem. Então, por favor, me perdoa se eu deixei você nesses últimos dias... eu juro que não queria que nada acontecesse dessa forma....
Quando ela parou de falar, eu alcancei a sua mão que estava pousada na cama e apertei tentado passar conforto. Digamos que há alguns dias, eu já estava desconfiada que sentia algo por Emma, mas para mim não passava de gratidão. Mas agora, não posso negar o quanto meu coração acelerou ao ouvir essas palavras vindas da loira. Quando, enfim, resolvi me manifestar novamente fomos interrompidas, mas dessa vez por Zelena, que caminhou a passos apressados até a cama, e me abraçou da forma que pôde. Emma e eu ainda nos encaramos por alguns segundos, e eu ainda pude ver a loirinha sorrir de canto antes de sair do quarto. Fechei os olhos por alguns segundos, mas logo, quando senti Zelena me apertando mais forte, os abri encarando minha irmã.
— Ai Zel... tá doendo. — digo e a ruiva sorri sem graça.
— Desculpa, eu fiquei preocupada... na verdade estava em tempo de surtar desde que Swan me ligou... e por falar nela, que pedaço de mal caminho é esse, sis?
— Se controle, Zelena Mills. — estreito os olhos para ela que ri, e segura minha mão que repousava sobre a cama. — Não precisava ter parado suas coisas e vir...
— Nem pense em terminar essa frase, Regina... é claro que eu viria. — com sua mão livre acaricia meu rosto. — Eu já falhei como sua irmã mais velha e não te protegi daquele filho da puta. — suspira pesadamente.
— Você não tem culpa, sis. O único culpado é ele, e agora, vai pagar por tudo que fez a mim e a Henry. — digo e ela concorda. — Mas foram momentos que eu acho que nunca vou esquecer, Zel... — a encaro e sinto meus olhos marejaram.— foi tudo tão horrível.
— Mas agora já passou, Rê. — passa a mão por meu rosto, enxugando minhas lágrimas teimosas. — Tente focar na sua recuperação, ok? Quero poder falar logo para o papai e a mamãe que você saiu desse hospital... coitados, eles ficaram tão preocupados, que não sei nem como consegui fazer eles ficarem por lá.
— Estou com tanta saudades deles. — abaixo meu olhar. — E estava com tanta saudades de você, sua ruiva abusada. — a olho após alguns segundos, e ela me abraça novamente.
(. . .)
Dois dias se passaram desde que acordei, e segundo os médicos que passaram por aqui nesse tempo, estou me recuperando bem e se tudo der certo, amanhã mesmo posso, enfim, voltar para casa. Claro, desde que siga todas as recomendações médicas, e me mantenha em um repouso quase que absoluto. Resumindo, não vou poder fazer nada, a não ser ficar deitada, recebendo os mimos de minha enfermeira particular, vulgo Zelena Mills.
Duas batidas na porta, me despertam de meus pensamentos, e logo em seguida, vejo o rostinho de meu pequeno aparecer na fresta da mesma.
— Mamãe, posso entrar?
— Claro, príncipe... — sorrio, batendo com a mão ao meu lado na cama. — vem cá. — ele se aproxima e num impulso sobe, se sentando ao meu lado. — mamãe está com tanta saudades de você, meu amor. — acaricio seu rosto, e ele se aconchega, deixando um beijo em meus cabelos.
— Eu também estou com saudades, mamãe... e com medo. — diz, em voz baixa. — A tia Zel não entende que eu não quero ficar lá em casa. — cruza os braços, fazendo um bico.
— Ei, não se preocupe... agora, nada mais vai acontecer. — digo, e com um gesto faço com que ele se aproxime mais. — E além do mais, precisamos de alguém com juízo pra cuidar da casa e da tia Zel, não acha? — pergunto e ouço uma leve risada vinda de meu filho. — E então, quem veio com você?
— A Em e meu irmãozinho. — sorri. — Eu falei que ela podia entrar, mas ela disse que ia ser bom eu ficar com você um pouquinho.
Sorrio ao ouvir o nome de Emma ser citado. Não sei porque, mas ultimamente, todas as vezes que ouço seu nome, ou alguma menção a loira, meus lábios se escancaram num sorriso e meu coração bate acelerado, de uma maneira que por mais que procure respostas, não consigo explicar.
— Mamãe, eu posso ficar aqui essa noite com você? — Henry pergunta, me retirando de meus devaneios.
— Infelizmente não, meu amor... os médicos não deixam, e além do mais, não tem nada de legal por aqui.
— Mas tem você, mamãe. — faz bico novamente.
— E se eu te disser que amanhã mesmo saio daqui e volto pra casa? — pergunto, e o rosto do garoto se ilumina num sorriso.
— Sério? — pergunta e eu concordo. — Eba!!!!
Ficamos conversando por quase uma hora, com Henry me atualizando com todos os acontecimentos desde sua última visita aqui no hospital, que no caso, foi ontem mesmo. E eu, claro, presto atenção em cada detalhe contado por ele, tanto, que nem vejo a presença de mais duas pessoas no quarto, e apenas me dou conta de que Emma e Arthur adentraram o mesmo, quando vejo a loira segurando a mão de seu garoto, o repreendendo.
— Viu Arhtur, eles estão conversando... não faça mais isso de entrar assim no quarto!
— Mas eu estava com saudades da tia Regina. — o menino faz um bico, e eu sorrio ao pensar o quanto ele e Henry se parecem, não só fisicamente, mas também em suas personalidades.
— Pode deixar, Emma. — sorrio. — Venha rapaz, se aproxime. — digo, e ele sorri, dando alguns passos rumo a cama. — Como você está?
— Bem. — se apoia na cama e me dá um beijo na bochecha. — Quando você vai sair daqui pra poder jogar videogame com a gente, tia?
— Logo logo, querido. — digo e ele concorda. — E aliás, fiquei sabendo que alguém aí andou perdendo feio pra vocês dois. — arqueio as sobrancelhas olhando para Emma, que desvia o olhar, mas logo se desmancha num sorriso. — Emma Swan anda precisando de umas aulinhas comigo.
— Pois saiba que eu só perdi, porque eles eram dois, e eu estava sozinha... e não conhecia o jogo. — se defende. — Já estou treinando para a próxima. — rimos.
Ficamos nessa conversa descontraída até uma enfermeira aparecer e dizer que, infelizmente, os três teriam de ir, pois eu preciso descansar. E agora eu pergunto, descansar de que?
Henry faz um pouco de manha, mas após combinarmos que no dia seguinte, poderia vir com Zelena me buscar, consigo fazer com que ele vá sem dar trabalho. Arthur se despede de mim com um estalado beijo na bochecha e um desajeitado, porém aconchegante abraço. E Emma, ainda parece um pouco receosa de se aproximar. Porém, eu a chamo, fazendo com que ela venha a passos lentos, rumo a cama.
— Obrigada por ter trago Henry. — sorrio sincera. — E obrigada por ter vindo.
— Não precisa agradecer. — retribui o sorriso. — Fico feliz que esteja melhor... — suspira. — Bom, me deixe alimentar essas duas criaturinhas famintas. — aponta para os dois garotos que conversam próximos a porta.
Ficamos por alguns segundos nos encarando sem dizer nada. E eu não entendo o que faz com que eu me perca tanto nos olhos de Emma, já que só desperto desse transe, ao ver a loira se aproximar e carinhosamente, sentir ela depositar um beijo em minha testa.
— Melhoras... até mais.
Desde o dia em que disse estar apaixonada por mim, Emma ainda não havia aparecido por aqui. E por um lado, foi até bom, já que estando aqui de molho, eu tive muito tempo para pensar. Quer dizer, mesmo pensando muito e revivendo mentalmente o momento em que Emma me disse tudo aquilo, eu ainda não cheguei a uma conclusão sobre o assunto. E muito menos pude entender como eu fui capaz de despertar sentimentos em outro alguém dessa maneira. Ainda mais esse alguém se tratando de Emma Swan, com quem, até então, pensava estar compartilhando uma simples amizade.
(...)
Depois de ouvir atentamente todas as instruções do médico, Zelena e Henry me ajudaram a arrumar a pequena mala que estava com meus objetos pessoais, e nos apressamos pra sair daquele hospital. Ainda bem, céus, eu já não aguentava mais.
O percurso até em casa foi tranquilo, Henry como sempre me atualizando de tudo que acontecia. Uma música leve tocava no rádio, e mesmo depois de tudo o que aconteceu, naquele momento eu me sentia feliz, em saber que não teria mais que me preocupar com Robin. Chegamos em casa e eles pediram pra que eu abrisse a porta, pois pegariam a mala.
E então assim que tirei a maçaneta da porta, fui surpreendida com uma pequena comemoração, Arthur, Ruby e Emma disseram um uníssono “bem vinda” e passando os meus olhos pelo local vi que tinham alguns balões coloridos espalhado pela casa. Em resposta abri o meu melhor sorriso e todos vieram ao meu encontro para me abraçar como podiam. Ficamos ali na sala mesmo, comendo e bebendo, o nosso café da manhã. E cacom todos me mimando e não deixando que eu desse um papo sozinha.
Senti sede ede e fui até a cozinha, e mesmo contra protestos Emma me acompanhou para me ajudar. Até aquele momento desde a conversa no hospital não tínhamos ficado sozinhas, então depois de tomar a água, eu caminhei para perto da loirinha e ficamos frente a frente. Nossos olhos se conectaram e ela abriu um sorriso gigantesco.
— Estou tão feliz que você está de volta, Regina.— abriu levemente os braços e nos abraçamos, eu me senti a pessoa mais segura do mundo, tinham tantos sentimentos bons ali, ternura carinho, ela acariciava as minha costas tão delicadamente, meu rosto encontrou a curva do seu pescoço e eu senti o cheiro maravilhoso do seu perfume, aquele toque de canela que era a sua marca registrada.
E ali naquele momento eu tive certeza de que o sentimento que Emma tinha por mim era recíproco, eu me sentia tão atraída, o seu abraço tinha se tornado o meu lugar favorito. Ela afastou nossos corpos o suficiente para olhar meu rosto, e de novo trocamos um sorriso, não era preciso falar uma palavra, esse nosso contato parecia dizer tudo. Ficamos ali por alguns segundos até sermos tiradas de nossa bolha, com uma voz masculina invadindo a cozinha e me chamando.
— Graham, que surpresa! — disse, enquanto ele me abraçava e me dava um beijo na testa. Me entregou um pequeno buquê de flores.
— Eu vou buscar um vaso e já venho, vocês dois se comportem em... — sai sorrindo e vi quando Emma fez cara de fuinha e me mostrou a língua.
Emma
O que eu não precisava era da presença desse chato aqui, não agora, quebrando esse meu momento com Regina. E quando a morena nos deixou a sós, é claro que ele fez questão de puxar assunto. Não que eu não goste dele, mas desde que ele e Regina começaram a sair, eu peguei ranço. Claramente por sentir um ciúmes gigante. Ele disse algumas coisas as quais eu não prestei muita atenção, só quando ele tocou no nome da Regina que eu saindo meu transe.
— Olha xerife eu seria louco se me metesse no meio de vocês duas... Até cego pode ver o quanto estão apaixonadas, atraídas. — me olhou por alguns segundos, e logo continuou. — Essas vezes em que eu e Regina saímos fez com que nós criássemos uma amizade, e eu estou torcendo pra relação de vocês dar certo. — sinto que ele parecia sincero ao dizer aquelas palavras.
— Muito obrigada Graham, eu também espero que um dia ela sinta pelo menos a metade do que eu sinto por ela... — me encosto na pia, cruzando os braços.
_ Pode ter certeza que ela sente, xerife... — antes que ele pudesse continuar, Regina volta para a cozinha e nos olha com uma expressão de duvida, como se perguntasse “está tudo bem por aqui?”
Então, Graham quebra o silêncio novamente.
— Bom Regina, eu só passei mesmo para te dar as boas vindas, agora eu preciso ir.
Vejo ele se aproximar de Regina, sussurrar algo em seu ouvido e a mulher sorrir, concordando num gesto, com seja lá o que for.
E eu, claro, não escondo minha curiosidade, ao encarar Regina por alguns segundos e logo em seguida perguntar o que Graham disse.
— O que foi, em? — ela me olha sorrindo, mas logo desvia suas orbes castanhas das minhas.
— Curiosa você em, Swan... — Regina parecia ponderar sobre a resposta, e quando resolveu falar eu fiquei completamente sem reação. — ele disse que eu não deveria perder nenhuma oportunidade de beijar você...
Ouvir essas palavras saindo da boca de Regina, fizeram meu coração bater de uma forma extremamente acelerada e vê-la sorrir abertamente após isso, fez meu corpo todo travar. Nervosismo, euforia, dúvida, tudo se passa em minha cabeça da forma mais desordenada possível.
Encaro Regina, ainda meio atônita, e um leve desespero começa a tomar conta de mim quando vejo a morena dar um passo a frente. Suas orbes castanhas oscilam entre minha boca e meus olhos e instintivamente, eu começo a fazer o mesmo. Hoje, ali não havia o habitual batom vermelho, mas do mesmo modo, seus lábios parecem tão convidativos como nunca. Aos poucos, o sorriso de Regina vai morrendo e eu posso sentir sua respiração tão próxima, que chega a se misturar com a minha.
E então, sinto o leve choque dos lábios de Regina contra os meus. Um beijo calmo e tímido, onde automaticamente uma das minhas mãos sobe até o rosto da morena, fazendo um leve carinho, enquanto a outra segura sua cintura. O contato não dura mais do que alguns segundos, já que ao ouvir passos no local, num sobressalto, acabo o interrompendo, dando um passo para trás.
— Atrapalho alguma coisa? — Ruby pergunta alternando o olhar entre Regina e eu. — Bom, pelo visto... — dá de ombros. — desculpa, mas é que eu preciso ir, já que agora com essa senhorita roda quebrada, preciso trabalhar o dobro. — vai até Regina, a abraçando. — Melhoras, Rê... e nada de estripulias, ok?
A morena sorri sem graça e concorda, e com uma leve risada, Ruby se aproxima de mim.
— Depois você vai me contar tudo ok, Swan? — sussurra, me abraça. — Tchau pra vocês.
Logo depois que Ruby sai, Zelena também aparece na cozinha, me perguntando se eu me importaria de ficar com Regina por um tempo, para que ela fosse ao mercado e a farmácia. E mesmo nervosa pelo que acabou de acontecer, de forma alguma eu poderia negar a esse pedido.
— Ah, e os meninos vão comigo, tá bom? — pergunta e eu concordo. — Regina, você pode fazer o favor de ir para seu quarto e respeitar o repouso?
— Claro, mamãe... só vim beber água. — mostra o copo em sua mão.
Zelena sai e Regina, após colocar o copo na pia, segue em silêncio rumo ao seu quarto. E eu, mesmo que a passos vacilantes, sigo a morena. Ela parece pensativa, mas permanece com um sorriso nos lábios, enquanto eu, sinto meu coração bater em todos os lugares do meu corpo. Me sento na poltrona ao lado da cama e vejo Regina ligar a TV, e enquanto pula de canal em canal, rapidamente seus olhos passam por mim.
— Não precisa ficar tão longe, Swan... — bate ao seu lado, na cama.
Sorrio, me levantando e me aconchegando ao seu lado. Logo vejo Regina rindo entretida com um programa de comédia e não posso deixar de sorrir ao ouvir o som de sua risada, é tão... apaixonante. E mesmo sem trocarmos uma palavra, quando nossos olhares se cruzam, e nossos sorrisos se refletem um no outro, posso sentir que meu coração não errou tanto quanto eu pensava ao me apaixonar por Regina, e lá no fundo, uma ponta de esperança, desse sentimento ser recíproco brota em meu coração.E ai gostaram? Parece que nosso casal vai começar a se acertar.
Até o próximo capítulo 😘
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Amor Em Dobro - SWANQUEEN- CONCLUÍDA
RomanceÀs vezes não temos noção das surpresas que a vida pode nos revelar. Num dia, tudo pode virar e bagunçar nossa rotina de uma maneira que nunca chegamos a imaginar. E foi isso que aconteceu quando Emma descobriu que seu filho, que julgava estar morto...