DÉCIMO SEXTO

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N A R R A Ç Ã O   R E N E S M E E

Toco a sua mão gelada e um calafrio juntamente com mau pressentimento me toma, sei que não seria tão fácil sair dali e talvez eu estivesse certa sobre ter anulado esse plano de ser executado. Nós saímos do meu quarto e nos dirigimos ao corredor para sair do prédio mas nossos planos são estragados porque nada nunca é tão fácil para mim. Nos havíamos andado cerca de dez metros do meu quarto antes dos servos de Aro me rodearem, encurralando-me. Alec se pôs em minha frente em posição defensiva como se planejasse me defender a todo custo.

" Querida Renesmee! Que indelicadeza da sua parte convidar a sua família sem nos avisar. " Aro aparece entre seus súditos, Caius e Marcus ao seu lado, suas caras de poucos amigos demonstravam que eles já sabiam de tudo e eu me pergunto o que deu errado. " Confesso que estou magoado." Ele faz um tipo de biquinho estranho.

" Sabia que eles viriam." Caius falou amargo. Alec me olhou preocupado, saiu da minha frente e ficou ao meu lado. Caius o encarou com desconfiança. " É condescendente com o clã inimigo Alec?"

" Eu sou a culpada de tudo isso, me perdoem. Eles não deviam ter vindo a minha procura, sinto muito. Deixe-os ir, eu não irei a lugar algum com eles. " Falo sentido desrespeito me invadir sabendo que minha família não me deixaria ali.

" Impossível deixá-los partir. Sua mãe Isabella, está determinada a não te abandonar e pelo que li na mente do seu querido pai, você confessou que também quer ir. Por isso não vejo outra saída. " Ele balançou a cabeça em sinal negativo, sua face demonstrava frustração e ironia. Ele cogitava matar toda a minha família, tudo isso por causa de algum pequeno erro no plano e eu não entendia o que era.

" Não! Eu não irei com eles Aro, liberte-os! " Falei desesperadamente.

" Mestre, ela diz a verdade, não faça nada contra eles. " Alec interferiu e Aro olhou para ele, a guarda inteira o olhava como se ele fosse um traidor, de certo modo era.

" Então realmente está dormindo com o inimigo Alec? " A voz de Caius era insultante marcada por sua carranca mais repugnante possível.

" Não mestre, apenas sei que o que ela me confessa é verdade." Disse, ajoelhando-se perante Caius.

" Isso não parece ser a verdade Alec. " Marcus lhe disse, olhando para minha cara horrorizada. Eu esperava a qualquer momento que alguém viesse o despedaçar como os Volturi sempre fazem.

" Mas é a mais sincera verdade. " Rebate, seu olhar mirava o chão, meu coração tremia, minhas mãos estavam fechadas e o medo que machucassem minha família ou Alec era visível.

" Será? " Aro rapidamente colocou a mão no pescoço de Alec e seus olhos sumiram, estavam fuçando a mente dele. Minha respiração falhou, senti necessidade de não ter um coração batendo, de ser uma vampira completa, de poder me defender e defender Alec e a minha família.

" Traidor." Aro sibilou calmo e eu dei um passo a frente, a ponto de atacar Aro, mas seus protetores estavam ao seu redor. Corin me mirou defensivamente e eu esperei os movimentos de Aro.

" Jane! " A voz aguda de Aro cortou a sala e logo o corpo de Alec se enrijeceu.

" Não por favor Aro! Ele não tem culpa de nada, eu assumo toda a responsabilidade! " Gritei vendo Aro empurrar o corpo de Alec no chão, sua agonia era visível. Por que Jane faria aquilo? " Pare, ele é o seu irmão! Dê-nos uma segunda chance Aro."

" Os Volturi não dão uma segunda chance, deveria saber disso." Aro responde-me tão seco quanto a minha garganta neste momento.

" Você terá que pagar, vocês todos. Desafiaram nossa honra e merecem sofrer. Inclusive você seu traidor. " Caius disse, olhando para Alec no chão.

" Eu sei como pagar. " Grito em plenos pulmões. Jane vacila com o meu berro e para de torturar o garoto derrubado no chão por um segundo até voltar novamente a tomar controle. "Eu fui a causa disso tudo, não fui? Então me tornarei humana para que possam matar-me e limpar a honra de todos." Digo.

A minha mão puxa a barra da calça e tiro a pequena poção de dentro da minha roupa, onde antes ela estava preciosamente guardada.

" Não, Renesmee!" Aro disse, pouco antes de eu virar o conteúdo na boca para que não aparecesse alguém e me segurasse.

A forma como uma simples gota daquele líquido consegue me fazer sentir extremamente saciada é estranha e desconfortável, era como se eu tivesse que caçado todos os seres humanos sem se quer ter tomado o sangue de um. Olho para o frasco quebrado na minha mão, sinto o gosto de sangue da porção invadir-me e degusto. Meu corpo fica estático como se analisasse como iria me transformar em humana. Enquanto isso, Marcus, Caius e Aro me olham, paralisados com meu ato, assim como a guarda inteira. Todos tinham faces estupefatas.

" Limpe sua honra Aro. " Digo enquanto sentia meu corpo tremer, talvez com as mudanças. Espero por mais alguns segundos e olho para minha pele, que parecia mais corada e bronzeada. Pego uma espada de uma estaria de armadura que estava quase ao meu lado esquerdo e a levo até a pele fina do meu pulso. Corto fundo o suficiente para demorar vários dias a sarar, me lembrando desse fato. Mas a pele se reestruturou? Droga!

A porção não havia funcionado!

" Pelo que vejo, não é humana." Aro diz com deboche e ri falsamente.

" Vocês são uns desgraçados. O que é isso aqui? É xarope de bordo por acaso? Não me deram a porção certa! Vocês iriam me enganar esses anos todos? E depois que eu descobrisse ein? Por acaso vocês sabem cumprir algo que seja verdadeiro? " Grito irritada, me pondo em posição de ataque.

" Mas essa é a mesma porção, caríssima. Se não funcionou o problema não é com a porção e sim com você, concorda?. " Aro, deu um passo a frente e eu recuei. Não havia esperança. Tudo estava perdido. Dois soldados da guarda me seguraram forte, não resisti. Olho para Alec, seu corpo não estava mais tremendo. Jane olhou pra mim e em seguida para Aro, que vinha na minha direção.

" Que desperdício, que desperdício!" Ele lamentava, Caius sorria com o meu fracasso e Marcus parecia estar com a sua carranca sem emoção de sempre. Logo chegaria a vez da minha família.

Quando Aro estendeu as mãos na minha direção, focando no meu pescoço algo o deteu, algo fez com que ele ficasse imóvel, seus olhos perderam o brilho, pareciam vazios. Foi quando percebi que todos os outros estavam imóveis também. E para meu alívio Alec estava em pé, concertando a gola da sua camisa e sorrindo satisfeito.

" Jane, você foi má. Poderia ter sido menos dura comigo!" Disse, olhando para a outra figura que se movia na sala.

" Você foi descuidado! Eu não ia aplicar poder, pensava que iria fingir mas você não o fez." Ela diz com os olhos pequenos e o canto da boca torto.

" Logo todos do subterrâneo estarão com as mentes vazias. Devemos libertar sua família o mais rápido possível antes que eu não aguente mais segurar todos." Alec veio em minha direção e me soltou dos braços dos guardas que me prendiam. Meu corpo ainda estava trêmulo.

" Por favor, vamos logo com isso." Jane apressou e um impulso involuntário empurrou meu corpo. Eu me ergui e segurei firme na mão gélida de Alec.

" A porção não funcionou." Eu falo desesperada enquanto andávamos. Alec parou e me encarou. Jane estava na frente do corredor e também parou.

" Na verdade, isso ocorreu por que você não fez o procedimento correto. Essa porção funciona em vampiros e não em meio vampiros, no mínimo você teria que estar concentrada nos seus poderes, se é que mesmo assim a porção funcionaria." Ele parece desapontado comigo, seus olhos vermelhos estavam sem expressão.

" Oh..." Foi a única coisa que escapou da minha boca devido ao choque.

" Eles estão desse lado." Jane disse e começou a andar.

O meu coração dava piruetas de ansiedade e sentia que minhas pernas travariam de tão bambas a qualquer momento. Eu veria minha família, minha tola família que se sacrificou para salvar uma ingrata como eu. Logo a porta de madeira grossa estava na minha frente. Jane esperava que eu a abrisse, mas Alec foi mais rápido, fazendo nós três fecharmos involuntariamente os olhos devido à diferença de luz de onde estávamos para o novo ambiente.

Eles. Lá estavam eles.

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-  𝐑 𝐄 𝐍 𝐀 𝐒 𝐂 𝐄 𝐑  -  A  SAGA CREPÚSCULOOnde histórias criam vida. Descubra agora