- Lili, Lili! - Camila fala, me balançando e acordo no piso do banheiro do meu quarto. O cheiro de vômito impregna em minhas narinas e tenho não me mover, para evitar a enxaqueca que insiste em martelar meu cérebro.
- Me lembre de nunca mais beber na vida - Eu digo me sentando e tomando o copo de água com a aspirina das mãos de Camila.
- Dúvido que não vá voltar a acontecer. Vamos, levante e se arrume, tem gente querendo falar com você.
Faço o que ela pede e vou tomar um banho, retirando toda a sujeira que se juntada com mais um pouco de suor poderia sair andando sozinha. Por fim coloco uma legging preta e um cropped de manga comprida. Desco as escadas e avisto Cole tomando chá com Marry.
Foi necessário apenas o seu rosto para que me lembrasse do que aconteceu noite passado. Bem, lembrar não é a palavra certa, simplesmente sei o que aconteceu com Jordan e que bebi com Cole, não lembro de nada apartir daí.
Afinal, o que esse garoto faz aqui de novo? Ele não tem casa?
- Lili, eu e Cole estivemos conversando. Sente-se e escute o que ele tem a dizer - Marry disse com um sorriso doce no rosto. Me sento a mesa e espero ele começar a falar, o que não acontece. Suas bochechas queimam com timidez e uma idéia maluca passa pela minha mente.
Será que transamos?
Eu realmente não consigo lembrar, e embora improvável, não é impossível. Apenas Deus e eu sabemos do que sou capaz quando alcoolizada. Sinto minhas bochechas queimarem também e tento não arregalar os olhos com a possibilidade. Marry perde a paciência e falar no lugar de Cole:
- Ele quer saber se você gostaria de trabalhar para ele, querida - Ela diz meu pescoço gira tão rápido que estala.
- O quê? Achei que você quisesse que eu trabalhasse com você - digo me direcionando a Marry.
- Oh não, querida. Não é necessário. Eu tenho Camila e Cole está sozinho. Além do mais a fazenda dele é bem maior que a nossa e você pode me ajudar quando quiser.
- Então, o que você acha da idéia? - pergunta Cole, abrindo a boca pela primeira vez.
- Bem, a princípio não vejo motivos para recusar. Claro que devemos discutir salário e outras questões. Mas sim, eu adoraria trabalhar para você - digo por fim.
- Ótimo - diz Marry se levantando. - Começará hoje mesmo. Cole quer te apresentar a fazenda. Pode ir, querida, depois me encontre aqui é me conte tudo.
Sorrio com a animação de Marry. É bom me sentir amada dessa forma. Minha mãe não costumava ligar muito para mim, sempre fora de casa se drogando, engravidando ou em clínicas de aborto. Me lembro como se fosse ontem o dia em que os resultados médicos chegaram e vi o preco dos antibióticos que ela teria que tomar. Lembro como se fosse ontem o dia em que tranquei a faculdade de jornalismo e engressei na vida de modelo para poder pagar as minhas contas e o remédio da minha mãe. Lembro como se fosse ontem o dia em que me mudei e tive que a deixar. Pelo menos agora posso ter um trabalho é voltar a mandar o dinheiro para ela, já que não preciso pagar contas ou comida enquanto moro com Marry.
Sigo Cole até a porta saímos em direção a fazenda dele.
- Você lembra do que aconteceu ontem? - pergunto. - Nós... você sabe... transamos?
- Olha, por mais que eu goste dessa idéia, e acredite, eu gosto. Eu jamais faria isso com você após... Bem, você sabe, o Jordan.
- Tem certeza? Por quê nós estávamos bêbados e eu...
- Tenho. Mas como você está conseguindo lidar com isso de forma tão normal? Quer dizer, você foi quase... estuprada.
- É, mas quando isso aconteceu quase 20 vezes, a gente se acostuma.
- Caramba! Vinte vezes? Por quê? O que aconteceu? - Ele parece realmente preocupado.
- Não quero falar sobre isso. Envolvia meu trabalho e além do mais, é difícil ser mulher. O que você quer que eu faça primeiro?
Ele me pede para limpar o celeiro, e o resto do meu dia se resume nisso.
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Playboy
FanfictionLili Reinhart é famosa por todos os motivos errados. Ainda aos 19 anos, ela engrenou em um caminho sem volta. Sem dinheiro para pagar os remédios da mãe, Lili conseguiu um emprego temporário como modelo na Playboy. Os anos se passaram tudo se tornou...