Mãos

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Depois que Cole estacionou na frente do prédio com quase 100 metros altura, subimos de elevador até seu andar, o penúltimo. Bem, acho que é fácil imaginar minha cara de surpresa quando eu descobri que o andar inteiro era dele. Meu queixo ficou caído por tanto tempo que só lembre de levantar pra não cair saliva no chão daquele santuário.Era assombosamente parecido com o apartamento do Christian Grey de Cinquenta Tons de Cinza.

- Você seriamente veio até aqui só para verificar o porquê do disparo do alarme? Não podia ligar para o porteiro não? - perguntei tentando disfarçar minha admiração.

- Isso e eu também queria buscar umas coisas que deixei da última vez que estive aqui.

- Por que você mora naquele fim de mundo quando tem tudo isso aqui? - saio pela casa, o mais intrusa possível, mexendo em cada centímetro de móvel.

- Desde que minha última contratada se despediu, só ficou eu para cuidar da fazenda. E sinceramente, eu não gosto do furdunço da cidade grande.

Ele ganhou minha atenção, por algum motivo.

- Última contratada?

- Sim, você não acha que eu cuidei daquilo tudo sozinho o tempo todo, acha? O nome dela era Ângela, era um pouco mais velha que você, acho.

- Huum... por que você não contrata um homem, sem querer parecer sexista, mas sejamos sinceros, qualquer homem tem um físico muito melhor que o meu.

Ele pensou um pouco.

- Eu nunca saí atrás de um empregado para mim. Às vezes eu comentava com alguém que tinha vagas abertas e isso se espalhava até começar a aparecerem candidatos. E sobre homens... Sim, isso foi bem sexista da sua parte, Lili, mas eu não contrato por mim, eu contrato pelo empregado. Ângela precisava de dinheiro para pagar a faculdade e era um garota muito esperta, pena que nunca tive uma conversa de verdade com ela.

Um alívio doentio.

- Isso é muito... legal da sua parte - digo me sentindo mal por ter considerado que Cole seria o tipo de pessoa que se envolve com a contratada. Espera, eu considerei isso?

- Vou até meu quarto pegar algumas coisas, tem comida na geladeira se você quiser.

- Já tomei café da manhã, obrigada - respondi mas indo em direção à geladeira de qualquer forma. Ele riu atrás de mim.

Depois de pegar um barra de chocolate, segui Cole até o quarto dele para xeretar as coisas dele.

- A casa da minha mãe cabe no seu quarto - comento olhando tudo ao redor e me direcionando ao closet. Puta merda, nem o salário de uma modelo pornô pagaria tudo isso.

Haviam três gavetas de meias - repito, três gavetas só para meias - e as gravatas estavam arrumadas por ordem de cor. Os termos... ah, os ternos. Cada um deles deve ter custado mais de quinhentas libras. E os sapatos sociais todos da Louis Vuitton. Saí da ala social e fui para as roupas do dia a dia, ia começar a observar os valores das roupas que ainda estavam com etiquetas quando ele apareceu na porta.

- Desde quando te dei tanta confiança?

- Desculpa eu... não consigo resistir à roupas de grife.

- Tudo bem. Vem, peguei tudo. Vamos.

Saímos do quarto dele e eu fui até as janelas/paredes de vidro cobertas por cortinas. Precisava ver aquela vista.

- Merda, Cole! - Eu disse quando o branco cegou meus olhos. Não haveria como enxergar nem um urso na frente do carro se pegássemos a estrada com aquela neve toda.

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