Às 18:30 em ponto eu estava dentro do carro de Cole. Um impressionante Cadillac SUV preto, bem aquecido por dentro, o que é muito bom, já que estou usando só um vestido e um cardigã.
- Onde vamos? - pergunto colocando o sinto.
- Para o centro comer algo, a viagem vai ser longa. Música? - Ele pergunta ligando uma telinha com uma playlist gigante de músicas.
E o silêncio desconfortável era interrompido pelas música. Uma atrás da outra. Sem parar. Se continuasse naquele ritmo sem conversa eu ia me jogar do carro em movimento. Odeio silêncios.
- Então... - ele começou.
- Graças a Deus- deixei escapar e ele deu uma risadinha.
- Eu já te contei minha história, mas e a sua?
- Você não me contou sua história. Quer dizer, eu sei sobre o antigo proprietário da fazenda, mas é só isso.
- Na verdade eu te contei sim, mas você estava bêbada de mais para lembrar.
- E você quer refrescar minha memória?
Ele suspirou.
- Meu pai trabalhava com revistas muito antes de eu nascer, já foi dono de muitas marcas, até criou a própria companhia uma vez, era muito famoso nesse ramo, o que trazia muito dinheiro. Ele começou a economizar e resolveu pescar um peixe maior. Então, assim que nasci, ele comprou a Playboy. Matthew Sprouse, o grande empresário dono da Playboy. Quando eu tinha 8 anos, foi a primeira vez que vi. Estava indo até o escritório dele e lá tinha uma de suas modelos, e acredite, não era uma sessão de fotos. Eu sabia que não era a primeira vez mas não queria contar pra minha mãe e estragar o casamento deles, então só ia acontecendo, cada vez mais e quando eu fiz 12 anos, eu vi ele... batendo nela. Quando fiz 18 anos, fugi de casa. Meu único arrependimento foi não ter trazido minha mãe junto. Dois anos depois, me ligaram com a notícia de que ela faleceu em um acidente de carro. Na época não tinha dinheiro o suficiente para voltar para os Estados Unidos e eu não consegui nem ir para o velório dela. Essa é minha história. Tento evitar que os outros saibam meu sobrenome, não gosto de carregar a marca de meu pai.
Tentei falar algo, mas a voz não me saía. Uma enxurrada de memórias me veio a mente. Como a vez em que Mathew Sprouse deu uma festa em sua cobertura em Nova York e convidou as modelos mais famosas. Eu estava entre elas. Não sei as outras garotas, mas elas provavelmente se sentiam honradas em dormir com o dono da Playboy, por que ele tentou... afasto as memórias da minha cabeça. Foi só mais uma dentre todas as vezes, nada de mais.
Mas aquele filho da puta destruiu minha vida.
- Sinto muito pela sua mãe - foi tudo o que consegui falar.
- Mas e você? Eu contei a minha, agora você tem que pagar a dívida.
- Bem, éramos eu, meu pai e minha mãe. Eu sempre tive mais afeição com o meu pai, até que quando eu completei 6 anos, ele foi encontrado nos fundos da casa. Teve uma overdose de remédios e a polícia chegou a conclusão de que foi suicídio. Apartir daí, minha mãe desistiu, sabe? Ela estava sempre fora, distribuindo o corpo ou se drogando, aquela deixou de ser minha mãe. Mas bem, quando eu fiz 14, ela foi diagnóstica com uma doença gravissíma e os remédios eram muito caros. Foi quando ela largou aquela vida é resolveu tomar jeito, procurou um emprego e eu fiz o mesmo. Desde então foi muita luta para conseguir os antibióticos, que hoje são a única coisa que a mantém viva. Mais tarde eu comecei faculdade de jornalismo, mas minha mãe teve uma recaída e largou o emprego, tive que fazer o mesmo com a faculdade e procurei um trabalho que me desse mais dinheiro, e encontrei. Mas eu não estava nem um pouco feliz, foram 4 anos de infelicidade naquela merda de emprego, até que eu fui demitida e vim para cá. Mandei tudo o que me restava de grana pra minha mãe pra ela manter os remédios enquanto eu não me arrumasse aqui na Inglaterra. Por isso o fato de você ter me contratado é tão importante pra mim. Minha mãe é tudo o que eu tenho.
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Playboy
FanfictionLili Reinhart é famosa por todos os motivos errados. Ainda aos 19 anos, ela engrenou em um caminho sem volta. Sem dinheiro para pagar os remédios da mãe, Lili conseguiu um emprego temporário como modelo na Playboy. Os anos se passaram tudo se tornou...