Acordo o mais cedo que meu organismo consegue aguentar. Ou seja, 13:00 da tarde. Pedi para Mary deixar meu almoço no microondas que eu comeria depois.
A verdade é que foi complicado dormir ontem, para dizer o mínimo. Vamos recapitular.
Flashback on
Entro em casa e tiro os sapatos na porta para não sujar o piso limpo de Mary, coloco o casaco pendurado na cadeira e estava pronta para subir as escadas em direção ao meu quarto quando uma mão quente se fecha em torno do meu pulso.
- Comece a se explicar agora mesmo - rugiu Camila baixinho, para não acordar Mary, que vai para a cama extremamente cedo.
- Do que você está falando? - eu digo, tentando puxar meu braço de volta, mas ela não solta. Ficaria roxo mais tarde.
- Você sabe muito bem do que eu estou falando. Saindo do carro do Cole, Lili? Como pôde me trair assim?
- Você está agindo como uma louca, Camila, nós só tomamos um café!
- Aham, um café. Lili você está no interior, não pode sair dando para todos os caras daqui ou vai acabar com a reputação da minha mãe. Então pare de agir feito uma vadia.
- Eu não estou agindo como uma vadia - Eu digo, tentando conter as lágrimas em meus olhos.
- Não, não está! Você já é uma vadia! Desde que aceitou aquele emprego de prostituta. O Cole te pagou? Não duvido que você tenha cobrado dele - a tristeza se vai embora e tudo o que sobra é a coceira em minha mão, coçando para bater nela. Mas não é uma boa ideia, não quando estou hospedada aqui de graça.
- Me deixa ir, Camila - digo, tentando reunir toda a calma que não me resta mais.
- Ah não, você vai ouvir, está me entendendo? O Colezinho só está com você por que sabe que você está acostumada a abrir as pernas para qualquer cachorro vira-lata que passa na rua - tento não deixar minha irritação transparecer, ela não pode saber que o Cole não faz ideia de quem eu sou.
- Me deixe ir - Eu insisto.
- Deve ser por isso que sua mãe desistiu, sabe? Desistiu de você. Ela viu que você não tinha futuro e que não valia a pena lutar pelo seu futuro. Deve ter sido por isso que seu pai se matou também, porque não suportava a ideia de ver uma aberração como você crescer e se tornar essa puta que é hoje. Não me espantaria se você estivesse terminando de matar sua mãe com esses antibióticos...
Antes que ela termine de falar meu punho encontra sua boca e eu a empurro com tanta força que achei que quando a cabeça dela bateu na parede e fez aquele barulho, havia quebrado a madeira. Subo as escadas a passos pesados e ignoro uma Mary de roupão olhando estupefata para Camila, mas algo me indica que não era por que eu bati nela.
Tento não bater a porta para não irritar ainda mais Mary, afinal ela não tem culpa de nada disso. Deito na minha cama e tento dormir, mas simplesmente não acontece. Depois de vários minutos, escuto duas batidas na porta. Rolo os olhos só de imaginar que Mary fez Camila vir pedir desculpas. Coloco a cabeça sob o travesseiro e grito:
- Não quero suas desculpas, por ir embora.
Mas então a porta se abre, e não é Camila quem entra.
- Está tudo bem, querida? Eu sinceramente não sei o que anda acontecendo com a Camila, não foi assim que eu a criei e o comportamento dela me envergonhou hoje.
Coro ao me lembrar que ela assistiu eu agredindo sua filha.
- Me desculpe por ter socado ela.
- Não precisa pedir desculpas, até eu faria o mesmo, mas caso se sinta culpada, não é a mim que deve dirigir seu perdão. Eu já falei com a Camila, tivemos uma conversa bem séria, mas curta, já já vou falar de verdade com ela. Isso não vai voltar a acontecer, e se voltar, não hesite em contar para mim. Entendeu, amor? Não há nada para se envergonhar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Playboy
FanfictionLili Reinhart é famosa por todos os motivos errados. Ainda aos 19 anos, ela engrenou em um caminho sem volta. Sem dinheiro para pagar os remédios da mãe, Lili conseguiu um emprego temporário como modelo na Playboy. Os anos se passaram tudo se tornou...