privacidade

263 38 12
                                    

P.o.v Lili

- Ela fugiu?! - perguntou Cole ao telefone.

- Sim, como uma adolescente revoltada. Enfim, eu avisei a Mary que não adianta ligar para a policia, afinal Camila é uma mulher adulta, não uma menor que desapareceu. Mas mesmo assim ela está ligando para todos os vizinho para fazermos um multirão pra procurá-la. Tem como você vir?

- Claro, em cinco minutos estarei aí.

Desliguei.

Mary ainda estava no quarto de Camila fazendo telefonemas e chorando muito, diferente de mim que vim da maior calma do mundo fazer um café. Eu não estava surpresa. Na verdade, estava com raiva e inveja de Camila.

Quer dizer, ela tem uma mãe que se importa com ela o suficiente para estar tremendo e incomodando a cidade com uma atitude infantil da filha e ela age assim? Talvez isso seja resultado de nunca ter que ser adulta uma vez na vida. Se eu tivesse uma mãe assim...

A batida soa na porta e eu vou atender esperando encontrar Cole, mas são Jordan e o pai. Estremeço.

Todos nesse fim de mundo moram com os pais. Rolo os olhos.

Jordan pisca pra mim antes de entrar, o pai dele me cumprimenta e vai socorrer Mary, cujo as fungadas ficaram altas a ponto de serem escutas no andar de baixo.

Cole chega em seguida e vamos para um canto discutir a situação nas sombras enquanto a vizinhança inunda nossa casa.

- Você acha que ela vai voltar? - ele pergunta, observando as pessoas.

- Há! Claro que ela vai voltar, ela não consegue se virar sozinha por muito tempo. Só não sei se vai ser amanhã ou daqui a um mês.

Ele fica em silêncio por alguns segundo.

- Você está bem? Quero dizer, ela não era a melhor pessoa do mundo mas era sua prima.

- Ela não morreu, Cole. E é tão horrível assim eu estar meio... - abaixo a voz. - Aliviada? Claro que estou mal pela Mary mas sinto que só agora estou livre.

- Não é nada horrível. Se isso te torna uma pessoa ruim, então eu também sou, porque nunca estive tão aliviado com uma notícia triste na minha vida.

Suspiro, tirando um peso dos meus ombros.

- Eles vão começar uma busca daqui a pouco. Na verdade eu acho errado Mary se comportar dessa forma, ela devia ter vergonha de Camila por coisas assim, não sair atrapalhando o dia a dia das pessoas.

Cole deu de ombros.

- Deve ser amor de mãe.

Fiquei com essa frase na cabeça o resto do dia.

...

As buscas começaram ao anoitecer, e se eu não estava feliz perdendo meu tempo procurando uma adulta mimada e infantil, não consigo nem imaginar os outros vizinhos. Fomos dispostos em duplas, Cole foi com Jordan, o que foi mais uma preocupação para minha lista, e eu fui com uma menina da minha idade chamada Ashleigh. Ela era bem legal, e finalmente senti que poderia ter uma amiga mulher por aqui. Já era hora.

Mas então a notícia ruim: nos colocaram para procurar na mata.

- Camila! Vamos, apareça, sua mãe está se matando para te procurar! - gritei, deixando de lado a parte dos xingamentos.

- O que aconteceu com essa garota, afinal? - perguntou Ashleigh.

Eu expliquei a história das atitudes de Camila desde que eu havia chegado ao país, quando terminei, Ashleigh fez uma expressão de surpresa.

- E é por essa garota que estamos perdendo nosso tempo agora? - Ela perguntou. Eu ri.

- Sinceramente, se Camila caísse em um buraco que leva diretamente ao centro do mundo, eu não sentiria a falta dela. Mas não, eu estou fazendo isso por Mary. Ela é a única figura materna que eu tenho e sempre me acolheu, eu sei o quão difícil deve estar sendo esse momento para ela.

Ashleigh deu de ombro e continuamos a busca na pequena floresta até que desse nove horas da noite.

Ninguém teve nem sinal de Camila, por isso o pai do Jordan resolveu passar a noite na casa para "consolar" Mary. Fui até a casa do lado pergunta a Cole se podia passar a noite lá, pois não queria atrapalhar a privacidade da minha tia.

- Claro, entre. Você trouxe roupas? - acenti, apontando para a mochila nas minhas costas.

- Preciso tomar um banho. Onde fica o banheiro? - perguntei, cansada demais para me importar com a ideia de dividir a casa com Cole.

- No segundo andar. Terceira porta no corredor da esquerda.

Segui suas instruções e tomei longo e quente banho, quase dormindo na banheira e me afogando. Mas quando terminei, tudo o que eu queria fazer era cair na cama.

Me enrolei na toalha e fui até o quarto de hospedes, não sem antes trombar com Cole no corredor.

- Uou, uou, cuidado pra não cair - ele segurou meus ombros e me afastou, me avaliando dos pés à cabeça. Rolei os olhos. - Acho que estamos quites agora.

Empurrei Cole, corando com a lembrança do dia em que eu vi ele de toalha. Peguei um pijama, um conjunto de shots e regata rosa de seda. Só senti o ronco no meu estômago quando Cole perguntou se estava com fome.

- Depende. Se você fazer o jantar, sim, estou definhando de fome. Se eu tiver que fazer, então não. - gritei se volta, quase sentindo a risada de Cole.

Desci as escadas ja sentindo o cheiro e encontrei a mesa posta.

- Durante o tempo em que você morou no meu banheiro, eu pedi comida pra gente - disse ele.

Encarei as taças.

- Você só toma vinho? Cara, preciso de algo saudável, tenho que manter meu histórico de atleta.

- Tem suco na geladeira se você preferir. Também tem adoçante se você quiser beber ele puro.

Dei meu dedo do meio pra ele e peguei o suco, que era natural de laranja.

- Crack sente sua falta. Devia ir dar atenção para ele amanhã. - Cole comentou.

- Por falar em Craque, a corrida de cavalos ainda está de pé? Quer dizer, com todo esse lance da Camila.

- Por mim sim, e por você?

- Claro. - concordei na mesma hora. Cole riu baixinho. Ele ainda usava o suéter apertado de mais cedo, atrapalhando minha concentração. Principalmente quando eu sabia que dava pra ver muito pelo pijama que eu usava sem sutiã. Cole nem olhou duas vezes pra minha roupa, fazendo eu sentir vergonha pela minha educação.

Eu me sento a mesa e como o spaguete  que Cole pediu. Eu estava exausta.Então quando acabo de comer só escovo os dentes e vou pra cama.

--

Olá gnt, desculpa pela demora pra postar llkkkkk

Mas quem é vivo sempre aparece.

Deem uma estrelinha

Instagram: @alwayserpents

Playboy Onde histórias criam vida. Descubra agora