Playboy

Aposta

Acordo na manhã de domingo e me espreguiço com um sorriso, sabendo que hj posso do ar na cama e não terei trabalho braçal nenhum. O sol ainda não tinha nascido completamente, então apenas voltei ao meu encontro romântico com o travesseiro.

Minha paz durou apenas uns segundos antes que um idiota começasse a jogar pedras na minha janela. Estava quase pegando um salto 15, pra ver se o filho da puta queria fazer guerrinha, mas então ouvi a voz do Cole, gritando sussurros:

- Lili! Desce aqui um minuto. Rápido, tem que ser antes do dia amanhecer - levei um minuto pra considerar as opções. Mandar o infeliz tomar no cu não era uma delas, porquê o infeliz é meu chefe. Eu poderia fazer mais barulho para a Marry acordar e então mandar ele embora, mas talvez... coloquei a roupa e desci, talvez não tenha porquê evitar ter um amigo aqui nesse fim de mundo. Uma única pessoa que não sabe quem eu sou de verdade me parece uma ótima ideia.

- Qual é o seu problema? Da próxima vez eu juro que pego meu dinheiro e alugo uma casa do centro de Londres, só pra me manter o mais longe de você possível - Eu disse com raiva É tremendo ao mesmo tempo, aqui já é frio, a essa hora da manhã então.

Ele ri e tira o casaco para colocar em meus ombros. Minha raiva cresce, mas não o suficiente para ultrapassar o frio.

- Não preciso do seu cavalheirismo! - ataquei, mas ele só riu. Argh!

Ele pega em minha mão
- Vem cá, quero te mostrar uma coisa - hesito com suas palavras, lembrando que esse é o mantra de caras como o Jordan. Mas então lembro com quem estou falando. Riu sozinha quando chego a conclusão de que Cole provavelmente é virgem, não digo isso em voz alta, mas mesmo assim ele me olha de um jeito estranho. - Você é tipo... clinicamente insana? Desculpe incomodar mas eu tenho que saber se contratei alguém louco.

- Possívelmente sim, embora improvável - Eu digo, então ambos rimos e eu o deixo me guiar até sua casa.

- Esse é seu quarto? - eu pergunto maravilhada quando chegamos no cômodo. É tudo tão simples e... solitário. Me pergunto como alguém como o Cole veio parar aqui nesse fim de mundo. Ele é o tipo de pessoa que tem tudo pra ser qualquer coisa que quiser, mas mesmo assim está aqui. Quase pergunto em voz alta, mas então percebo que isso seria rude de minha parte.

Ele mexe no guarda roupa e tira duas coisas bem grandes... celas!

- Você sabe cavalgar? - Ele pergunta com uma sobrancelha erguida, como se estivesse realmente interessado na resposta.

- Claro que sei - disse eu, fingindo estar ofendida. - Não sabia que tinha cavalos aqui.

- Uma das fontes de dinheiro da minha fazenda é a venda e corrida de cavalos - Ele menciona, como se estivesse falando o que comeu no café da manhã.

Mais uma vez eu fico impressionada. Sei que ele trabalhava para um idoso que se apagou ,a ele é..morreu, como não tinha mais ninguém para quem deixar a herança, colocou o nome de Cole no testamento, mas mesmo assim, como um único homem consegue dar conta de fazer tudo? E tão jovem!

- Mas você cavalga bem, ou só cavalga? - minhas bochechas queimam com a pergunta. Sei que é inocente, mas quando se passa anos trabalhando como modelo pornô... Ele me olha estranho, como se estivesse tentando entender o motivo da minha vergonha. Então arregala o olhos e fica vermelho também.

- Eu ando muito bem de cavalo - respondo timidamente. Quase acrescentei que eu cavalgo bem nos dois sentido. Droga, Lili! Quantos anos você tem, 12? Um sorriso cresce no rosto dele.

- Ótimo então. Vamos apostar uma corrida, que tal? Como uma aposta. Se eu ganhar, você me deve uma ida ao centro para fazermos o que eu quiser, se você ganhar, terá uma semana de folga.