— O que é "Cabamane"? – Leon arqueou a sobrancelha de forma interrogativa.
Ambrose cutucou Leon e mostrou-lhe o que escrevera:
"A julgar pela disposição das letras, que são todas maiúsculas e estão ao final da mensagem, pode se tratar de uma assinatura do remetente, só que por iniciais."
— Nominho comprido esse, então...
— Talvez descubramos o remetente misterioso quando formos à tal taverna. – Maximilien disse enquanto guardava o pergaminho sob a capa.
— Vai mesmo à tal taverna, Max? Essa mensagem não tinha destinatário.
— Vou, Leon. Ela pode não ter destinatário, mas pareceu que foi para mim. E outra, eu realmente preciso de uma espada. Se essa mensagem não for para mim, há outras formas de se conseguir uma espada. E, sem contar que fiquei bem curioso para ver quem é "Cabamane".
Os três homens, liderados por Maximilien, seguiram até seu destino. Procurariam pelo tal "Cabamane", mesmo sem ter a certeza de que aquele pergaminho era de fato destinado ao jovem príncipe desterrado ou não.
Ainda assim, não custava nada andar até lá.
Enquanto caminhavam, Maximilien novamente pousava seus olhos sobre o anel em seu dedo, última lembrança de seu pai... E também de sua vida como príncipe-herdeiro. Tivera tudo do bom e do melhor e desejava seguir os passos de seu pai, Edward. Havia nascido para tal e estava preparado para suceder seu pai no trono de Ekhbart.
Mas isso nunca viera a acontecer. Aquele tal Edwin, que alegava ser o verdadeiro herdeiro ao trono, o depusera e, com seus aliados e uma série de artimanhas por debaixo dos panos, o jogara em uma cela nas masmorras. Fora condenado ao exílio e, quando o navio no qual estava ia rumo a Christel, foi atingido por uma violenta tempestade e suas ondas gigantes. A embarcação fora a pique, matando dezenas de seus passageiros e da tripulação e poucos sobreviveram milagrosamente, como ele.
Mas, ao reencontrar Ambrose e Leon e ler aquele estranho pergaminho, percebia que havia uma razão para ele ter sobrevivido. Aquele anel que estava em seu dedo o fazia se lembrar de sua origem. Fazia com que ele se lembrasse de onde viera e dos primeiros dezoito anos de sua vida, nos quais cresceu com o amor dos pais e uma excelente educação, além do desejo de seguir os passos de seu pai.
Dez anos se passaram, e Maximilien, durante essa década, vivera o lado mais amargo da vida. Após sua chegada a Christel, trabalhara nas minas de ferro, calejando suas mãos para se manter vivo enquanto permanecia uns oito anos acorrentado. Após isso, ficara perambulando por vilarejos e vielas, tentando sobreviver com algum trabalho. Trabalhara em várias tavernas, apenas por sua própria sobrevivência.
Mas agora buscaria voltar ao seu lugar e retomar tudo o que lhe fora arrancado. Agora tinha uma razão bem forte para isso. Ekhbart, pelas notícias que chegavam, estava em uma guerra estúpida que poderia incorrer em uma derrocada do reino.
Sua volta a Ekhbart tinha, sim, motivações pessoais... Mas, também, tinha como motivo algo que nunca se perdera em dez anos.
O desejo de fazer aquilo para que nasceu. Suceder seu pai, Edward Turner, no trono.
E tentar tirar o reino de Ekhbart da ruína.
*
As ruas de Elibar não mudaram em nada após dez anos. Reconhecia cada pedacinho, cada casa, armazém ou taverna. Realmente nada mudara desde que deixara Ekhbart. Não sabia se gostava disso ou se lamentava não haver qualquer mudança... Até porque, apesar de ser a capital do reino, Elibar estava com uma aparência bastante decadente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Exilium
FantasyUma ascensão antecipada ao trono. Uma traição. A queda. O exílio. Dez anos se passaram desde sua queda e sua condenação injusta ao exílio. Com sede de vingança, Maximilien Turner retorna ao reino de Ekhbart, disposto a retomar o que é seu de direito...