XIII. A parede dos sentimentos

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Eu: gente eu não vou postar antes de receber o celular novo tá kkk
Also eu: gente toma um capítulo aqui de presente!!!!!

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Na manhã que antecede a noite de abertura do Campeonato Grego, Jungkook é o primeiro a acordar, observando a chuva persistente do lado de fora do quarto, e resmunga o quanto odeia sair da cama durante todas as manhãs, ainda de madrugada, para verificar as câmeras da cidade.

Mesmo odiando, o meio-sangue está ficando obcecado com o serviço, tentando a todo custo manter Jimin seguro e diminuir suas crises de choro e medo com relação à Atlas.

É, Jimin está chorando bastante, e vê o titã em todos os cantos que passa, quase todo dia; seu corpo todo dói, nesses momentos, como se estivesse sentindo todo o peso do mundo em si; como se sua alma estivesse sendo corrompida.

Ele ainda não havia explicado a Jeon o que o titã havia feito consigo, mas era notável o quão ruim foi; Park acorda frequentemente durante a noite e acabou acumulando muito sono nos últimos dias. Era necessário apenas encostar a cabeça em algum canto para fechar os olhos e ronronar.

Jungkook já havia pedido Jimin para ir a Esculápio e se ofereceu para ajudar, mas o menor recusou a ideia em menos de dois segundos, dizendo que suas alucinações parariam em algum momento.

Só que elas estavam e estão piorando. Jimin apenas não é forte o suficiente para admitir, mas elas são tão reais!

Por isso, mesmo que não goste de levantar tão cedo e deixar Jimin sozinho na cama, Jeon tem o feito. Seu pai havia lhe emprestado um notebook conectado às câmeras da cidade há alguns dias, o que tem facilitado seu serviço, e o garoto o liga, deitando na cama novamente e para apoiar a máquina em suas pernas.

Ao seu lado, o castanho está adormecido, babando, e se agarra em seu braço, como um pequeno macaco.

Como esperado, não há nada em câmera alguma, e Jungkook passa cerca de duas horas verificando cada uma, com as pupilas dilatadas sugando cada pixel de visão. Ele não poderia deixar Jimin correr riscos; se culparia por toda a eternidade se acontecesse algo com ele, e nesse viés de pensamento o mais velho desliga o computador, colocando-o na cabeceira da cama, e abraça Park, distribuindo beijos em sua nuca. O menor geme e se mexe na cama, envolvendo sua coxa na de Jungkook.

— N-Não... — resmunga, em meio a um pesadelo. — Kook-ah. Não... Não faça isso... Atlas...

Jeon aperta mais seus braços ao redor do corpo de Jimin, protegendo-o com todas as suas forças, respirando na altura de sua clavícula, e fala:

— Relaxe, amor. Não vou deixar nada atingir você...

Seus dedos se entrelaçam no cabelo do menor, apoiando o corpo dele em cima do seu. O céu parece mais estrelado quando estão juntos; como o teto do quarto.

Park havia colado pequenas estrelas coloridas neon por todo o gesso, também havia pintado uma parte da parede da cama com pequenos lírios azuis, como uma forma de deixar o espaço mais a cara do casal, de uni-los e escrever, por baixo de entrelinhas, que ali é o local deles.

No dia anterior, Jimin havia começado a pintar mais lírios na parede contralateral a da cama, mas dessa vez Jungkook o ajudou, pintando sakuras e outros tipos de rosas. Passaram o dia trabalhando na parede, foi muito divertido; se sujaram pra caramba e trocaram muitos beijos melecados de tinta, em cima da cama deles, aproveitando o alinhamento dos corpos celestes.

Jungkook era a lua para Jimin. Jimin era o sol para Jungkook. E eles estavam em perfeita harmonia, em um eclipse completo.

O semideus olha a pintura não terminada na parede; o sol está nascendo por trás da janela, e seu coração acelera, ao lembrar-se de como Park e ele havia ficado horas desenhando os esboços de lápis preto, conversando e rindo.

Profecia Grega ᠅ jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora