XXVI. A apreensão da rainha

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– Ares autorizou que eu saísse. – Park explica ao segurança mais uma vez. – Preciso ir ao banheiro, não tem como abrir a porta logo? São uns dez minutos andando até lá, não vou aguentar.

O soldado se aproxima com o molho de chaves e abre a porta. Zoí sorri, agradecido, e caminha quase subindo pelas paredes. Se tranca no banheiro, deixando o soldado de lado. O homem nem mesmo abre os lábios ou se mexe no período em que o espera.

Jimin se sente tão aliviado. É muito melhor ter um lugar para si e, mesmo estando preso, ainda é bom ter certa autonomia. Ao menos ele pode ir ao banheiro. E, sendo bem sincero, o melhor privilégio de todos é que ninguém – além daquele soldado – apareceu para deturpar o seu humor, até então.

O Deus abre a porta com força e encara seus pés. É muito bom estar limpinho. Olha para o segurança e sorri, tentando ser simpático. Até então, não percebe a presença de Ares.

– Precisamos conversar. – a voz dele está atrás de seu corpo. Jimin observa-o por cima de seu ombro. Ele usa uma roupa parecida com a que já estava usando no dia do jantar.

– Claro. O que quiser.

Ares aprecia como Park se deixa ser dominado. Ele é obediente.

– Venha comigo.

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O Deus se olha no espelho da sala de metal onde Ares havia o levado. A luz que vem do teto irradia por suas costas e Jimin fica triste, pois ela com certeza faria suas asas criarem uma sombra bonita na terra. Agora, elas estão no chão e a luz não o adorna mais daquela maneira.

Sente-se vazio.

Dá de costas e olha para a sua imagem no espelho, por cima do ombro. As asas com certeza voltarão a crescer, mas agora estão curtas e apenas com sua raiz visível. Possuem um ponto ensanguentado no centro e esse líquido escorre pela base. Não doeu deixá-las daquele jeito, mas dói observá-las sem cor. Jimin havia criado uma intimidade com as asas e havia deixado sua alma ser tomada por elas – elas eram a maior parte de si. As amava tanto que se perguntava como algum dia não as teve.

Agora... Elas não estão mais lá. Nem elas, nem Jungkook. Nem seus amigos e pais. Estava, integralmente, só. E esse é o motivo pelo qual um suspiro deixa a sua boca.

Ares se aproxima de Zoí, parado atrás – meio lateralmente – ao seu corpo, e Jimin se arrepia de medo – de dúvida –, mas sabe que não pode hesitar. Não faz parte de sua índole ter medo do perigo e do futuro.

– Agora você é um de nós.

E está mais do que claro. Ele é.

Jimin quer rir da cara dele por acreditar na conversa de que seus poderes estão concentrados naquelas penas que acaba de se permitir perder. Contudo, da maneira mais controlável e satisfatória possível, seu corpo relaxa, deixando sua preocupação com suas asas de lado, virando seu rosto e corpo para o espelho e devolvendo, firme:

– Vocês não vão se arrepender.

🔱

– O Jungkook não parece bem. – Yoongi abre a porta do quarto de Taehyung, enquanto diz. – Aconteceu alguma coisa?

– É o Jimin. – Taehyung o responde. Estão naquele cômodo, juntos. Decidiram se reunir na casa de Eros na manhã daquele dia, pois estavam ocupados demais anteriormente e queriam um tempo para si – para aproveitarem e conversarem, já que as coisas com o resto do Olimpo não estavam em harmonia e dominavam tenebrosamente os seus tempos.

Profecia Grega ᠅ jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora