XIX. Dois passos para o futuro, um passo para o passado

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#AjoelheParaOSeuDeus

Jimin observa o espaço à sua frente. O quarto, as pessoas e a tensão sobre o ar aprisionado entre as quatro paredes que os prende. Então Jungkook pergunta se ele está bem, mas Zoí não lhe escuta, logo, não lhe responde. Ele está concentrado demais no corpo de Lua. Ela surgiu à sua frente assim que o loiro abriu os olhos, pulando do chão para a cama de forma atrapalhada e feliz, e late alto quando o reconhece e, acima disso, reconhece que está saudável.

Não há nada melhor do que estar em casa, pensa.

Jimin abraça a cachorra e sorri com ela em seu peito como se fosse um travesseiro. Observando tudo, Jungkook respira fundo e Taehyung solta uma lufada de ar ao seu lado, pensando que precisam ser rápidos, apesar da situação ser fofa. O resto dos Deuses ficam comovidos.

— Senti sua falta, garota. — Jimin sinceramente diz. E Jungkook sente seu coração se aquecer com a visão. Em combinação a isso, Lua parece sorrir mais largo, como se a cachorra criasse lábios para isso ao ouvir a sua voz. Então Yoongi se aproxima do loiro para chamar sua atenção e, ao consegui-la, aponta para Jungkook. Digo, não é ele. Não é o seu corpo. Mas Zoí reconhece o seu olhar. O reconheceria em qualquer outro corpo que fosse.

Dessa forma, Park acaba lembrando do que ocorreu e se desesperando. Seu corpo se atormenta.

— Jimin, o Jungkook precisa ir para o corpo dele logo.

Park anui e a cachorra se senta ao seu lado.

Movendo as mãos no ar, ele sente exatamente o momento em que se toma pelo seu poder e se concentra no que precisa fazer, sem saber ao certo como fazer, mas que pode e que deve trocar os corpos a sua frente. Da primeira vez, quando o fez ainda no Tártaro, aquilo parecia mais difícil. Agora, a magia apenas flui por seu sangue e formiga em seus dedos, e em correr de segundos ela simplesmente aparece lá, no ar, titubeando em uma corrente de energia rumo ao tronco de Jungkook e o fazendo se tornar quem ele é; quem era antes de ser trocado.

Em dois segundos, tempo menor do que o que levaria para suspirar, o corpo de Jungkook a alguns passos de distância abre os olhos.

Os corpos foram destrocados. Jeon simplesmente se senta.

Respirando em sua carne pela primeira vez em algum tempo, o Deus se sente estranho e Jimin se coloca em pé, indo em sua direção. Ele sente uma vontade diferente de conversar com Jungkook. Ainda está visivelmente atormentado, é claro, mas em seu âmago eles precisam sentar e conversar. Até mesmo o seu andar e a sua dificuldade de se manter em pé assumem que Park sofre, que estava sofrendo, e que passou por muito, mas que não se deixa terminar de cair. E que estava com saudade.

De joelhos em frente ao corpo de Jeon, Park vislumbra os olhos dele se erguendo para junto dos seus e todos os redor entendem que devem os deixar sozinhos. Tinham que conversar. Jimin fica aos prantos por dentro ao lidar com sua íris de lápis-lazúli. Elas emanam uma paz que contrabalanceia a força da água, enquanto são fundas como ela e o banham como uma enorme onda beijando a praia. Jimin então é a areia.

Yoongi foi o último a passar pela porta.

— Nós conseguimos. — Ele diz, absorvendo que acabou. Que a guerra se finalizou. Que eles simplesmente não vão mais morrer. E já era a segunda vez que tocam no assunto. A conversa está se repetindo por uma segunda vez e com as mesmas emoções. A primeira foi antes de Park desmaiar. — Jimin... Acabou. Acabou de verdade, dessa vez.

— Não sei o que pensar, mas...

— Não precisa pensar. — Jeon segura suas mãos, erguendo-as na altura de seu peito. Seus olhos começam a brilhar. Eles haviam acabado com aquilo juntos. — Só acabou. Acabou.

Profecia Grega ᠅ jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora