Maracanã, 14 de fevereiro de 2020
Violeta estava ansiosa. Era o primeiro jogo que ia depois da compra definitiva de Gabriel pelo Flamengo e o fato de ser a semifinal da Taça Guanabara acirrava ainda mais o clima daquele clássico.
Ela não podia negar que seu relacionamento com o camisa 9 estava indo cada vez melhor. Desde a descoberta da compra, a mulher pôde eliminar de sua mente toda a insegurança que sentia em relação ao namoro deles e o medo de que a distância impossibilitasse o amor dos dois. Sem dúvidas, eles se permitiram mais e se doaram mais um para o outro, não havia mais a incerteza, agora só havia a esperança de que aquele amor pudesse durar e se perpetuar pelo tempo.
- Onde vamos sentar? - Vitor perguntou quando entrou ao lado da irmã na área reservada a amigos e familiares.
- Tem cadeiras vazias ali embaixo, mais próximo ao campo. - A mais velha apontou para que o irmão visse e juntos os dois caminharam até o local. Ela iria sozinha para o jogo se não fosse pela insistência do irmão que suplicou aos pais, que trabalhavam naquela noite, para deixar que ele fosse com a irmã.
- Quanto tempo para o início do jogo? - O mais novo perguntou ao sentar em uma das cadeiras, tendo Violeta ao seu lado.
- Vinte minutos. - Ela disse olhando o relógio em seu pulso.
- Aceitam a companhia de um zagueiro inválido? - Rodrigo Caio perguntou ao se aproximar dos assentos onde os irmãos estavam.
- Senta aí. - Violeta aponta para a cadeira ao seu lado. - Como está o joelho?
- Tudo certo, acho que já posso jogar no domingo. - Ele garante e estende a mão para dar um soquinho leve na mão de Vitor. - E aí, moleque. Confiante na vitória?
- Mas é claro. Flamengo vai ganhar. - A criança diz com convicção ganhando risos da parte da irmã e do jogador que logo voltam a prestar atenção no aquecimento dos jogadores.
- A Cátia não sabe disfarçar a raiva. - Rodrigo aponta para o campo, onde a fotógrafa observava o os zagueiros de braços cruzados e cara fechada, enquanto eles saíam do campo para se prepararem para o início da partida.
- Por quê? - Violeta pergunta observando a carranca na testa da amiga.
- Ela está inconformada com a imagem do Gustavo e do Léo como "dupla" de zaga - Ele faz aspas com os dedos. - Fica dizendo o tempo todo que ninguém vai ser melhor que eu e o Pablo. - O jogador suspira ao dizer aquilo.
- Eu concordo com a última parte. - Violeta segreda. - Mas eu espero que nesse ano um deles consiga ter um nível tão bom como dupla com você, como tinha você e o Pablo.
- Quanta confiança na minha titularidade, Vivi. - Rodrigo gargalha.
- O Mister não é louco de te colocar no banco. - Ela diz convicta. - Aliás, o casal está assumido agora? - Ela pergunta para Rodrigo em relação a ele e Cátia.
- A gente não nomeou o que temos, mas ela concordou em parar de negar que existe algo. - Rodrigo explica e Violeta sorri orgulhosa do casal de amigos.
-Já estava na hora. - Ela garante.- Eu ainda não vi a Madalena por aqui. - Violeta muda de assunto ao olhar em volta, a procura da noiva de Everton Ribeiro.
- Ela estava no túnel entrevistando o Braz, eu passei lá no vestiário para falar com os meninos antes de vir aqui. - Ele conta. - E a Brenda?
- Trabalhando. Ela pegou uma turma noturna na curso de espanhol que dá aula esse ano. - Ela explica.
- Calem a boca. Vai começar. - Vitor aponta para o campo onde os jogadores entram em fila.
- Sim, senhor. - Rodrigo brinca, mas não pensa duas vezes em colocar sua atenção no jogo prestes a começar.
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Confidence || Gabriel Barbosa
FanfictionA confiança é ato de fé, e esta dispensa raciocínio. - Carlos Drummond de Andrade