Confidence || Gabriel Barbosa

Epílogo

Quatro anos depois.

- Você está brilhante. - Gabriel disse ao abrir a porta de casa e dar espaço para Violeta também entrar.

- Minha pele está oleosa? - Ela pergunta preocupada, afinal, tinha estado assim durante toda a formatura.

- Não. Não é brilho nesse sentido. - Gabriel diz rapidamente e a encara por mais alguns segundos.

- Então é em qual? - Violeta pergunta com a testa franzida.

- É que a sua felicidade é tão grande que chega a ser quase palpável através dos seus olhos e do seu sorriso. - Gabriel tenta explicar. - Não sou eu o bom em palavras aqui, amor. Eu não sei explicar, mas é como se isso te deixasse brilhante. - Ele conta e ouve a risada da mulher.

- Eu acho que entendi. - Ela diz se aproximando dele. Em seguida, passou as mãos no smoking que Gabriel usava e sentiu a mão dele em sua cintura, pousando livremente no vestido azul rosa longo que ela vestia. - Você está tão lindo. Parece até outra pessoa sem as roupas de rap que você usa.

Gabriel gargalha encarando a si mesmo.

- Posso de garantir que não é tão confortável quanto elas. - Ele diz apertando levemente a mão na cintura dela. - Como é a sensação de estar formada?

- Não tenho palavras para expressar. - Ela diz encontrando o olhar do homem.

- Eu sei que nada que eu fizer hoje vai superar essa realização e nem quero, porque eu sei o quanto você lutou por ela todos esses anos. Te acompanhei de perto em cada etapa e vejo que tudo valeu a pena. - Gabriel fala um pouco nervoso.

- Mas? - Violeta indagou sabendo que ele ainda não tinha acabado e precisava de um pequeno incentivo.

- Mas eu não sei que outro momento poderia ser melhor que esse para eu fazer algo que já estou buscando palavras há uns seis meses. - Ele diz e ela arqueia a sobrancelha.

- Seis meses? - Violeta pergunta surpresa, não tinha notado diferença no comportamento de Gabriel desde então.

- Sim, mas era seu último período e eu não queria tirar seu foco e, de qualquer forma, hoje é o melhor momento. - Ele respira fundo. Violeta percebia seu nervosismo e deu um outro passo para frente, alcançando o rosto do namorado.

- Seja o que for, não precisa ficar nervoso. Eu sempre vou estar aqui com você e se o caso for não estar mais, eu entendo. - Ela diz a última parte em um sussurro quase inaudível.

- O quê? Não! - Gabriel diz rapidamente e a puxa contra si, a abraçando com força. - Eu não quero terminar com você, amor. Pelo amor de Deus, nem cogita isso, por favor. - Ele diz a apertando contra si e ouve o suspiro de alívio dos lábios da mulher.

- Então, está tudo bem? - Ela pergunta olhando nos olhos do jogador.

- Claro, boba. - Ele disse rindo. - Eu te amo demais para cogitar te deixar. - Ele garante. - É a respeito disso que eu quero falar. - Ele segreda.

- Tudo bem. Não precisa ficar nervoso, eu não vou fugir. - Ela segreda com um sorriso largo.

Gabriel respira fundo e assente com a cabeça, se afastando um pouco para segurar as mãos da mulher e olhar em seus olhos sem dificuldade.

- Você uma vez me disse que nunca pensou que viveria um romance como os dos livros que lê e que eu fiz você perceber que era possível. - Ele fez uma pausa e ela afirmou com a cabeça, lembrando-se do dia. Cinco anos antes quando ele contou sobre sua compra pelo Flamengo. - Eu sei que não sou perfeito como os personagens literários, estou longe de ser. Não sou um exemplo, tenho paciência curta, não sou o cara mais cordial que você poderia arrumar, entre tantas outras coisas. Eu não sou o cara perfeito, talvez nem seja o cara que você merece, levando em conta que há tantos outros melhores que eu por aí. Se eu fosse comparar seus livros comigo, eu me perguntaria qual o motivo por você ter me escolhido para amar. Mas amor não é uma escolha, amor acontece. Talvez você saiba que pode ter alguém melhor, talvez você tenha noção de que existem caras mais próximos dos personagens literários do que eu, mas ainda assim, sou eu quem você ama. E mesmo sabendo de tudo isso, ainda é você que eu amo.