•Capítulo quatorze

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Um duelo! Existe algo mais excitante, mais romântico... ou mais imbecil?

Chegou aos ouvidos desta autora que um duelo ocorreu no início desta semana no Regent's Park. Como acontecimentos desse tipo são ilegais, esta autora não revelará os nomes dos envolvidos, mas que fique claro que ela reprova seriamente tal demonstração de violência.

É claro que, como a notícia chegou a este jornal, parece que os dois idiotas que participaram da luta (nego-me a chamá-los de cavalheiros, pois isso implicaria algum grau de inteligência, uma qualidade que, se eles algum dia possuíram, por certo os deixou na mão aquela manhã) saíram ilesos.

Talvez um anjo de sensatez e racionalidade tenha olhado por eles naquele dia fatídico.

Se foi o caso, esta autora crê que esse anjo deveria lançar sua influência sobre muitos outros homens da sociedade. Tal ação promoveria um ambiente bem mais pacífico e amistoso, levando a uma melhoria significativa de nosso mundo.

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,
26 DEJULHO DE 1813

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,26 DEJULHO DE 1813

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Christian

Christian ergueu o olhar furioso para ela.

- Eu caso - disse ele em voz baixa -, mas você precisa saber...

A frase foi interrompida pelo grito exultante e o abraço apertado que ela lhe deu.

- Ah, Christian, você não vai se arrepender - prometeu ela, com as palavras saindo num jorro de alívio. Seus olhos brilhavam tanto com lágrimas não derramadas quanto de alegria. - Vou fazê-lo feliz. Eu prometo. Vou fazê-lo muito feliz. Você não vai se arrepender.

- Pare! - interrompeu Christian com dificuldade, empurrando-a para longe. A felicidade verdadeira dela era demais para ele. - Você tem que me ouvir.

Ela parou e seu rosto ficou apreensivo.

- Escute o que tenho a dizer - continuou ele com um tom de voz áspero - e então decida se quer se casar comigo.

Mordendo o lábio inferior, ela assentiu muito levemente.

Christian deu um suspiro tenso. Como contar a ela? O que dizer? Não poderia falar a verdade. Não toda a verdade, pelo menos. Mas Anastácia teria que compreender... Caso se casasse com ele... Ela estaria abrindo mão de muito mais do que jamais imaginaria.

Ele precisava lhe dar a oportunidade de desistir. Ela merecia isso. Christian engoliu em seco, com a culpa descendo desconfortavelmente por sua garganta. Ela tinha direito a muito mais do que ele poderia lhe dar, mas era só o que podia oferecer.

- Ana - disse ele, o nome dela como sempre reconfortando sua alma -, se você se casar comigo...

Ela deu um passo para a frente e estendeu-lhe a mão, apenas para puxá-la de volta diante do olhar cauteloso dele.

The viscount's secrets  [C O N C L U Í D A  ]Onde histórias criam vida. Descubra agora