Bônus

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Anastácia.

Matemática nunca foi o forte de Anastacia Grey, mas com certeza ela sabia contar até trinta e, como trinta era o número máximo de dias que normalmente transcorriam entre suas regras mensais, o fato de ela estar consultando o calendário em sua mesa...

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Matemática nunca foi o forte de Anastacia Grey, mas com certeza ela sabia contar até trinta e, como trinta era o número máximo de dias que normalmente transcorriam entre suas regras mensais, o fato de ela estar consultando o calendário em sua mesa e contando até 43 era motivo de alguma preocupação.

  – Não é possível – disse ela ao calendário, meio esperando que ele respondesse.

  Sentou-se devagar, tentando relembrar os acontecimentos das últimas seis semanas. Talvez tivesse contado errado. Tinha sangrado enquanto visitava a mãe, e isso havia sido nos dias 25 e 26 de março, o que significava que... Ela contou novamente, tocando com o indicador cada quadrinho do calendário.

  Quarenta e três dias.

  Ela estava grávida.

  – Santo Deus.

  Mais uma vez, o calendário tinha pouco a dizer sobre o assunto. Não. Não, não podia ser. Tinha 41 anos. Não que nenhuma mulher na história do mundo tivesse dado à luz aos 42 anos, mas já haviam se passado dezessete anos desde a sua última gravidez. Dezessete anos de prazerosas relações com o marido durante os quais eles não tinham feito nada – absolutamente nada – para impedir a concepção.

  Ana simplesmente acreditara que não era mais fértil. Tivera seus quatro filhos em rápida sucessão, um por ano durante os quatro primeiros anos do casamento. Então... nada.

  Ficara surpresa ao perceber que o filho mais novo completara 1 ano e ela não estava grávida novamente. Então ele fizera 2 anos, depois 3, e sua barriga não mais crescera, e Ana olhara para sua prole – Phobe, Ella, Grace e Theodore – e concluíra que tinha sido abençoada além do que podia esperar. Quatro filhos saudáveis e fortes, entre os quais um garotinho robusto que um dia assumiria o lugar do pai como o visconde de Clyvendon.

  Além disso, Ana não gostava particularmente de ficar grávida. Seus tornozelos inchavam e as bochechas ficavam cheias, e seu trato digestivo fazia coisas pelas quais ela não desejava passar mais uma vez. Pensou na irmã e como ficava radiante durante a gestação – o que era ótimo, já que Mia no momento estava no décimo quarto mês de gestação do quinto filho.

  Ou nono mês, como era o caso. Mas Ana a vira apenas alguns dias antes, e ela parecia estar grávida de catorze meses.

  Enorme. Espantosamente enorme. Mas ainda assim radiante, e com os tornozelos incrivelmente graciosos.

  – Eu não posso estar grávida – disse Ana, colocando a mão na barriga plana.

  Talvez estivesse passando pela mudança. Quarenta e um anos parecia um pouco cedo, mas essa era uma das coisas sobre as quais as pessoas nunca falavam. Talvez muitas mulheres deixassem de menstruar aos 41.

  Ela devia estar feliz. Grata. Sangrar todo mês era mesmo um incômodo.

  Ouviu passos vindo em sua direção no corredor e rapidamente deslizou um livro por sobre o calendário, embora não fizesse ideia do que pensava estar escondendo. Era apenas um calendário. Não havia um grande X vermelho, seguido da anotação “Sangrei hoje”.

The viscount's secrets  [C O N C L U Í D A  ]Onde histórias criam vida. Descubra agora