CHERRY • TOMDAYA [Concluída]

24. Diga alguma coisa

Quatro dias haviam se passado desde o festival... Tom e Lottis não haviam se falado desde então, devido ao horário de trabalho da garota e por um fato mais que incomum.

Na manhã daquela quarta feira Tom acordou com Tessa latindo para a janela muito cedo. Ele se levantou, foi até a sala e se jogou no sofá, onde ficou embrulhado em cobertas junto com sua staffie até que, para alguém que estava de férias, fosse um horário razoavelmente aceitável levantar a bunda dali. Thomas então tomou um banho, comeu alguma coisa e decidiu levar Tessa para andar no parque. Porém, quando pegou seu celular viu que tinha uma mensagem ali ja havia algum tempo. E quando viu o remetente precisou se escorar na beirada da cama, para não cair.

Daya 👊🏿

Oi

Eu sei que não
devia estar
mandando nada

Vc provavelmente
nem quer saber de
mim...

Eu só queria saber
se você está bem.

Enfim...

Desculpa te
incomodar

Tom precisou de um minuto para processar aquela informação. Aquilo estava acontecendo de verdade ou seria mais um de seus delírios? Tomou o aparelho nas mãos novamente, digitando um milhão de coisas para respondê-la, mas nenhuma delas parecia fazer sentido em sua mente, apagou tudo logo em seguida, jogou o celular novamente em cima da cama e passou a andar de um lado a outro do quarto. Tessa estava parada na porta do quarto o encarando com as orelhas erguidas e a cabeça pendendo para o lado, confusa com o comportamento subitamente agitado de seu humano que até então estava desmotivado e preguiçoso.

O Britânico deu início a um diálogo consigo mesmo, externalizando o conflito que vivia naquele momento.

- Ela quer me enlouquecer... É isso que essa garota quer... Você acha que eu sou o quê? Algum tipo de brinquedo que você joga fora e pega de volta quando quer Zendaya? -

Tom parou de caminhar, ajoelhando perante o colchão e olhando a tela do celular novamente

- Mas e se ela estiver mesmo arrependida, e se estiver mesmo sentindo minha falta... Ai Zendaya se você soubesse o quanto eu sinto a sua... -

O garoto largou o aparelho bruscamente mais uma vez se colocando de pé. Uma expressão de ódio em seu rosto

- Quem você tá querendo enganar, ela não te ama. Para de tentar se iludir por ela Thomas - decidiu por fim não responder de imediato. Saiu do quarto e foi até a lavanderia, pegou algumas sacolas plásticas. Colocou sua carteira no bolso e pegou a chave de casa abandonando o celular em meio aos lençóis e seguiu com Tessa até o parque.

***

Tom havia passado quase a manhã inteira no parque, até que a garoa fina que caía tivesse encharcado seu cabelo por completo, formando cachos densos e pesados e tornando seu moletom uma peça sem utilidade, uma vez que o tecido estava completamente úmido e absorvendo a temperatura gelada do vento ao seu redor. Os lábios do britânico começavam a ganhar uma tonalidade arroxeada e seus dentes se batiam uns contra os outros em sinal de frio e ele achou melhor ir logo pra casa antes que pegasse um resfriado por conta disso. Assobiou com o polegar e o mindinho entre os lábios, chamando a atenção de Tessa, que corria livremente, provavelmente atrás de algum pobre esquilo. A staffbull parou sua corrida bruscamente voltando sua atenção a Tom e mudou sua direção à caminho dele pulando no banco ao seu lado e lambendo as gotas de água em seu rosto.