8번 :: VIVER¡! woosan fic.

V :: ESPERANÇA

+tempo...

  Seonghwa encara, inquieto, os papéis dos resultados de exames do Choi, tentando se conver de que não eram reais. Não poderia ser, mas era. Suspirou forte, esperando a entrada de seus pais e amigos. E ao vê-los, tentou da melhor forma passar sua áurea imbatível:
  — Como o San está, filho? — perguntou a mãe. Seonghwa se obrigou a lançar um meio sorriso, os exames em suas mãos balançavam num frenético desconforto.
  — Não está em estado grave — começou. — Mas é preciso que ele faça uma cirurgia de risco, se quisermos que ele permaneça fora de estado grave. Não é muito comum, porém preciso. E, San tem que estar ciente e aceitá-la.
  Os ares de alívio por San não estar em estado grave foram dissipados após a notícia da cirurgia.
  — Por que...?
  Silêncio.
  — A agressão acarretou um Traumatismo  Craniano Encefálico. No caso do San é uma contusão encefálica que, de forma resumida, são hematomas no cérebro em que pequenos vasos sanguíneos localizados se abrem e liberam sangue para a área afetada. — Seonghwa conseguira dizer o básico, fechando os olhos ao entregar os exames.

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+3 dias depois
Jung Wooyoung ☄

   Wooyoung está a despertar de seu período entorpecido, lento e confuso. Quando suas pálpebras permitiu-o enxergar, o Dr. Park estava a sua frente, observando suas feições com uma prancheta em mãos.
  — Olá! Fico feliz que tenha despertado. Não fui informado sobre o tempo de inconsciência sua antes desta última vez. Mas já que está aqui, preciso lhe repassar alguns cuidados, ok? E não se preocupe, fizemos exames e eles constão nenhum problema de saúde. — Seonghwa sorriu gentil para Wooyoung, que o retribui amargo pelo a tensão nos músculos.
  Jung abriu a boca e tentou falar, mas a voz não saía  — às vezes ele esquece que não pode mais falar… Ao seguir a movimentação dos lábios dele, Seonghwa entendeu sua pergunta: “Quantos dias?”
   — 3 dias. Imaginei que não passasse disso. Mandei preparar-lhe uma refeição balanceada e seus amigos trouxeram algumas vestimentas. Tome banho e, — Seonghwa lançou-lhe um olhar empático. — Encaminhe-se para a sala 12, alguém pode está lhe esperando lá!
   De repente, a feição de Wooyoung tornou-se atenta, seus olhos o questionaram de forma silenciosa e, mais uma vez, Seonghwa sorriu gentil para ele.
   — Espero que... Possam se tornar amigos — o doutor olhou-o com os olhos brilhando. — Me refiro ao San, deve conhecer. Ele também recorda de você, vá vê-lo — Seonghwa entregou-lhe os papéis dos resultados de exames. — Amanhã terá alta na parte da tarde se, o seu estado não se agravar. Tens que descansar esta noite, ok? Boa sorte, Wooyoung. És um garoto forte!
  E se reverenciando, Seonghwa saiu da sala, deixando um Wooyoung esperançoso demais e com um sorriso que quase não cabia no rosto. San, pensou, no homem que ensinava libras e que, de repente, parou.

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20h

  Naquele quarto escuro, apesar da luz do abajur fraca posta ao lado da maca de San, o garoto é auxiliado por tubos, em meio a inebriante agonia de lembrar-se de cada momento que acontecera antes de estar ali. E não importa quantas lágrimas derramasse, as devastadoras lembranças continuavam pesentes.
  San já não tinha autoestima, tampouco uma positiva perspectiva da vida, a esperança desaparecera e agora isso... Como iria se redimir se sempre foi um fraco? Como conseguiria ter companhias se sempre afastava as pessoas?, pensou.
    Em meio a esta situação deplorável, ainda há uma pessoa a qual Choi San queria conhecer, saber como e porquê veio atrás de si. Sim, embora o ‘fracasso, ele tem uma fina camada de esperança, como um bit de informação. Esperança é a única coisa mais forte que o medo.*
    Do lado de fora, Wooyoung encorajava-se para entrar e dar as caras a San, mas por que seu coração palpitava tanto em ansiedade? Respira fundo, Wooyoung, repetiu para si e, finalmente girou a maçaneta, abrindo a porta num ângulo de 45°. A fresta de luz que iluminou o quarto fez San direcionar seu rosto a movimentação de imediato, com dificuldade.
  O cujo dito reconhecera a fisionomia, é ele — pensou — quase que seu coração para, soou extraordinário vê-lo. O Choi não enunciou nenhuma palavra, tampouco reação em sua face, mas acompanhou cada passo de Wooyoung ao se aproximar dele, com os olhos marejados. Estava sendo empático? Quando enfim, ‘outrem pôs-se de frente a cama de San, reverenciou-se em 90° e o outro assentiu. Devagar, Wooyoung pegou um caderninho e escreveu seu nome, mostrando a San em seguida.
  — Não consegue falar? — disse San, com voz embargada, mas audível. Wooyoung fizera que sim, em confirmação. — Sabe Libras? — novamente, Wooyoung fizera que sim.
  — Então pode se comunicar em libras comigo, eu estudo ou, estudava até isso acontecer. — outrem confirmou sorrindo; por dentro estava se sentindo eufórico, era mesmo o Choi San que ensinava libras por meio de vídeos, Wooyoung lembrou dele antes de ficar inconsciente por 3 dias.
  — Por que me ajudou? — Jung abriu sua boca, mas a fechou no mesmo segundo porque, 1. Não conseguia falar; 2. Ao certo, também não sabia porquê. — Você corria perigo...  — San olhou-o com devoção, recebendo sinais em resposta.
  “Talvez, porque eu sei como é a dor”, a resposta soou honesta e por um momento San ficou estático, mas sua visão ou, melhor, realidade do mundo o fez ficar indiferente, embora acreditasse.
  — Mesmo assim... As outras pessoas geralmente não correriam esse risco e você não sabia quem eu era.
  “Mas eu não sou as outras pessoas, San. Eu apenas queria ajudar, sério, e também não sei como eles conseguem contatos e nem porquê fazem isso”, por um momento ele suspirou, “Só, não se perturbe por causa disso. Não te conhecia quando o fiz, e isso também não importava. Você está aqui agora...”, disse por fim, baixando a cabeça. Clima estranho.
  — Eu estou morrendo — a atenção de Wooyoung foi roubada.— Eles não me falam, nem Seonghwa me fala, mas eu sei que sim. — San começou a ficar agitado, suas mãos tremiam.
  “Você não está morrendo.”
  — A perspectiva de estar morrendo não me assusta, Wooyoung, antes fosse! Apenas odeio quando me escondem assuntos que se condizem a meu respeito. Por que simplesmente não confirmam? Seria mais fácil para todo mundo aceitar.
  A cada palavra enunciada o corpo de San vibrava, suas emoções afloraram, fazendo o monitor multiparamétrico apitar freneticamente. O Choi já não prestava mais atenção em Wooyoung, e, sim, se debatia consigo mesmo.
  Jung afastou-se, encolhendo todo o corpo e sem notar, enfermeiras e um médica haviam entrado. Uma das enfermeiras o levou para o corredor — não era uma cena saudável para alguém ansioso e cheio de seqüelas. Seu corpo foi socorrido por Seonghwa, conhecidos dele começaram a rodeá-lo, preocupados.
  — Por favor, não o perturbem com perguntas! — e mais uma vez ele sentiu a forte sensação da perda dos sentidos. Carregado-o até a sala que estava hospitalizado, Seonghwa deu-lhe medicamento e água, logo tentando reanima-lo.
  — Você consegue... Olha para mim, respira… — o Park repetia os movimentos dele, numa tentativa de acalmá-lo. — Se acalma… Isso! — Então Wooyoung olhou para a porta, San, questionou-o com o olhar.
  — Ele está bem, é só um momento, uma sequela, não se preocupe. Precisa se preocupar com você primeiro, está bem?
  E então ele assentiu, vencido.
  — Infelizmente preciso lhe dar um sedativo, tá? Amanhã nos vemos.
  Disse, enquanto sorria e aplicava a injeção, esta tendo efeito imediato. Em seguida, apagou as luzes e fechou a porta, indo a recepção e encontrando com dois conhecidos de Wooyoung e pais dele e San.
  — Como está ele..?
  — Wooyoung? Bem, ele está bem. Apenas precisa de mais descanso. Caso estejam aqui amanhã, evitem fazer-lhe perguntas desnecessárias, não é bom para seu estado psicólogo. E então fez que ia sair para outras seções, pois não queria encarar seus pais, mas eles o chamaram.
  — E San? Ele está bem, Seonghwa?
  Hesitou.
  — Ele vai ficar, mãe.
  Foi o máximo que conseguiu dizer antes de se deslocar até seu consultório e desabar em lágrimas, ali mesmo.

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* frase de Jogos Vorazes: A Esperança.
* Choi San = ele ensinava libras por meio de vídeos e Wooyoung aprendeu com ele, mas quando houve o agressão, ele não reconheceu o San, apenas no dia em que desmaiou no local do crime.