[06] O Começo da Guerra

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Saímos da sala e dirigi-mos ao bar, porque ambas tínhamos fome.

- Oh, por favor, Aurora! Ele é um diabrete que só está bem a aborrecer a cabeça dos outros! E, depois, faz-se de educado com os professores quando, na realidade, ele não tem nada de educado! - disse, outra vez, mais alto do que devia, o que fez um rapaz ficar a olhar para mim com uma cara confusa.

Ignorei, como sempre, porque situações como essas acontecem-me imensas vezes.

- Tu lá no fundo estás a começar a ficar interessada nele que eu sei. Acredita em mim, quanto mais se desdenha de uma pessoa, mais gostamos dela. - ela disse isto a sorrir.

- Eu? Gostar dele? Nem em sonhos! Nem que ele fosse o único rapaz à face da Terra, eu teria algo com ele. - afirmei isto com a maior firmeza possível.

- Hm hm... - Aurora abanou a cabeça e sorriu de lado, como se estivesse a falar com os seus botões.

Entretanto, fomos atendidas por uma senhora do bar e ambas comprámos uma sandes mista.
Sentámo-nos numa mesa do bar e continuamos a conversar:

- Eve, temos de nos despachar para nos irmos equipar para educação física. - alertou-me Aurora e libertou-me dos meus pensamentos.

- Sim, nós vamos já.

Acabei de comer à pressa a minha sandes e, enquanto estávamos a dirigirmo-nos para o balneário feminino, cruzámo-nos com Adam e o elfo. Eles estavam na entrada do ginásio, mais propriamente, a Rose estava encostada a uma parede e o Adam tinha as mãos na cintura dela. Beijavam-se e de vez em quando ela falava com ele, ao que ele respondia rapidamente.
Eu fiquei a olhar para aquela situação mais tempo do que deveria, o que levou a que Adam olhasse para mim. Eu desviei automaticamente o olhar dele e tentei parecer o menos incomodada possível com aquilo.
A Aurora, prespicaz como sempre, disse-me num tom muito baixo:

- É melhor ir-mos para o balneário e deixar-mos os dois pombinhos em paz.

- Sim, tens razão. - disse, rispidamente.

Entrei no balneário e vesti-me o mais depressa possível, pois faltavam 2 minutos para tocar para a entrada.
Coloquei as minhas coisas no cacifo e fui dar a chave à funcionária do ginásio.
Enquanto estávamos à espera que o professor chegasse, vieram ter connosco aquelas duas megeras do inferno, a Bianca e a Patrícia.

- Bom dia, minhas queridas! Então, Evelyn, continuas muito recetiva a ajudar a ralé a inturmar-se, realmente... - Bianca disse isto sorrindo-se.

- Vá, Bianca, não é ralé. É mesmo estrume de cavalo! - Patrícia desatou a rir-se e Bianca acompanhou-a.

- Não sejam ridículas e vão à merda, suas estúpidas. - disse irritada.

- Ui, cuidado com que já diz asneiras a menina. - disse a Patrícia, a provocar-me. - Ainda és muito criança para isso, vai-se a ver e és igual à tua mãe, uma cadela que ladra e não morde.

- Repete lá isso na minha cara, sua cabra. - encarei-a muito chateada.

- A tua mãe não vale nada, já disse, e tu verás isso com o tempo. - Patrícia afirmou isto como se soubesse de alguma coisa.

Já ia disparada para lhe dar um par de estalos na cara quando sinto alguém a puxar-me o braço esquerdo.

- Ei! O que é que se está a passar aqui? - perguntou Adam, com uma expressão preocupada. A namorada dele está ao longe sem perceber nada disto.

- Não te metas, não é nada contigo. - disse asperamente.

- Coitadinha, está a fazer-se de má, quando não passa de uma miúda estúpida que se faz de santa. - disse Bianca, rindo-se.

- Olhem, vocês as duas já me estão a tirar a paciência. - disse eu num tom ameaçador. - Dizem mais uma palavra e estão no chão.

- Então vem lá, santinha. - disse Patrícia.

Não me controlei e o Adam não me conseguiu impedir. Dei uma chapada a Bianca. Esta agarrou nos meus cabelos e atirou-me para o chão.
De repente só sinto pontapés a atingir-me as costas e a barriga.
Ouço uma voz bem alto que eu não conheço que diz:

- JÁ CHEGA! - olho e vejo um professor vestido com um fato de treino da Adidas, que agarrava Patrícia com as duas mãos.

O Adam está com uma expressão muitíssimo chateada e estava a agarrar a Bianca no antebraço com uma força enorme. Dava para ver bem a sua mão a força que estava a exercer.
Olhava para Bianca com uma expressão de raiva e ódio.

- Vocês as duas vão já para a direção. - ordenou o professor. - A menina que está no chão, vem comigo.

- O quê? Mas ela também me bateu! Isso é injusto! - reclamou Bianca.

- Escusas de reclamar, eu é que sei, não és tu. - o professor olhou para Bianca com um olhar de desprezo.

- E vocês, estão a olhar para onde? Vão para as aulas! Aqui não há nada para ver! - gritou Adam para as pessoas à nossa volta.

Só agora é que reparei que estávamos rodeados por uma multidão que estava com um olhar expectante. Algumas pessoas estavam a susurrar e outras riam-se levemente.

Que nojo destas pessoas.

A Aurora ajudou-me a levantar e dois rapazes acompanharam a Bianca e a Patrícia para fora dali.

O professor veio ter comigo e disse-me:

- Vem comigo para o meu gabinete, por favor. - ele pediu isto com uma enorme delicadeza.

- O restante pessoal, pode ir dar uma volta e daqui a 30 minutos está tudo cá. Caso contrário, começo a marcar faltas. - o professor avisou.

- Professor, posso ir com ela? Ela não parece estar muito bem. - Adam olhava-me preocupado.

- Não precisas, vai dar uma volta. Eu fico bem. - tentei tranquilizá-lo, mas ele não pareceu convencido.

- És o namorado dela? - perguntou o professor.

- Não, mas sou amigo. - ele sorriu para mim.

Arqueiei uma sobrancelha, sem entender nada.

Mas afinal este rapaz é bom da cabeça?
Bem, ele ajudou-me, é verdade. Mas isso não o torna um "amigo", é mais um conhecido simpático.

- Queres que ele te acompanhe ou a tua amiga? - indagou o professor.

- A minha amiga. Assim o Adam pode voltar para junto da namorada, que está com uma cara preocupada, o que é normal. - disse isto com uma cara de desdém que não consegui evitar.

- Eu vou, mas volto. - disse para o professor, mas mais para mim. Depois sussurou-me ao ouvido. - Isto não fica assim.

Fiquei com a pele da nuca arrepiada.

Este rapaz faz-me calafrios, mas num bom sentido.

Enquanto isso, o professor tinha-se distraído a falar com Aurora. Quando o Adam saiu de perto de mim, o professor disse-me:

- Estás pronta para ir agora? Sentes-te mais calma?

- Sim, stor, podemos ir.

E não, eu não estava nada calma, devido à abordagem de Adam, mas lá fui eu acompanhada de Aurora. Esta agarrou-me numa não e disse-me:

- Vai ficar tudo bem, não te preocupes. - ela olhou para mim e tentou acalmar-me. Meu Deus, ela era tão parecida com a minha mãe.

Até me vieram lágrimas aos olhos.
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Meus caros leitores, espero que estejam a gostar!
Desculpem não ter postado nada ontem, mas tive algumas coisas a fazer e não tive tempo.
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O DESTINO DE EVELYNOnde histórias criam vida. Descubra agora