[11] O bilhete - parte 2

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- O que é que ele te disse? - perguntou Aurora.

- Disse para eu ler quando estivesse sozinha... - disse mais baixo do que devia. - Que estranho...

- O que é que será que ele quer desta vez? - atirou Aurora, mais para ela do que para mim.

Subitamente, uma voz que eu não conhecia disparou estas palavras:

-Evelyn, afasta-te do Adam. Ele não é de confiança e vai partir-te o coração. Não confies nele. - o rapaz gótico proferiu isto e saiu rapidamente de perto de nós.

Eu fiquei incrédula.

Mas o que raio se estava a passar?!

- Evelyn, tu estás bem? Estás muito pálida... É melhor sentares-te um pouco. - Aurora recomendou-me isto, enquanto se aproximava de mim com uma expressão preocupada.

- Não, é melhor sairmos da escola, não quero mais estar aqui depois disto.

- Ok, vamos embora daqui.

Fomos entregar os nossos tabuleiros às funcionárias e dirigimo-nos para fora da escola quando encontrámos o Gonçalo, um colega nosso.

- Então Evelyn, estás melhor desde aquele acidente?

- Sim, estou melhor. Obrigada, Gonçalo.

Repentinamente, o rapaz gótico passou por nós apressadamente. Subiu para a sua mota e saiu da escola a toda a velocidade.

- Mas que rapaz tão estranho... - disse Aurora.

- Quem? O "vampiro"? - perguntou Gonçalo, num tom de gozo.

- O "vampiro"? - perguntámos eu e a Aurora, em uníssono.

- Sim, é um rapaz gótico cá da escola do 11° ano. Chama-se Alexander e tem uma família inglesa rica. Mas o puto é bué estranho, nunca anda com ninguém e nunca o vi com nenhuma dama. - contou-nos Gonçalo.

- Ele disse-me umas coisas à hora de almoço muito estranhas... - Gonçalo não me deu tempo para terminar o frase.

- Ya isso é normal, ele faz isso a bué gente. Não ligues, a sério. Diz-se por aí que o gajo tem visões e é bruxo, mas é tudo boatos. - Gonçalo dizia isto num tom desinteressado.

- Bem, deve ser tudo mentira. Afinal, não existem feiticeiros, não estamos propriamente em Hogwarts. - disse aproximando-se Gui.

- Ora viva, rapaz! Nunca mais te vi desde que fui para o balneário. - comentou Aurora.

- É verdade, tive de ir fazer umas cenas e acabei por desaparecer como um fantasma. Por onde andaram vocês?

- Fomos almoçar ao refeitório e agora vamos para casa. Queres vir connosco? - inquiriu Aurora.

De repente, um telemóvel começou a tocar e o Gonçalo despediu-se de nós, dizendo que era a mãe e tinha mesmo de atender.

Fiquei a olhar para o além enquanto ele se afastava, pensando na informação que ele tinha dito sobre Alexander. Seria mesmo verdade que ele tinha visões? E qual seria a razão para andar tão sozinho?

Uma voz retirou-me dos meus pensamentos:

- Eve, terra chama Eve! - Aurora estava a olhar para mim e a rir-se. - Ouviste algo que eu disse?

- Não, desculpa. O que estavas a dizer?

- Estava a perguntar-te se queres ir comigo e o Gui para um parque aqui perto. É só para não nos estarmos a meter já em casa. E, assim, distraiamo-nos um pouco.

- Sim, ia ser fixe estarmos todos juntos! - tentou convencer-me Gui.

- Não pessoal, estou mesmo cansada do dia de hoje e preciso de descansar, desculpem lá. Amanhã vemo-nos.

- Tens a certeza? Amiga, ia fazer-te bem estares connosco. Vá lá, vem connosco... - pediu Aurora.

- Amiga, desculpa, mas não estou com disposição para me divertir. Não depois de tudo o que se passou hoje.

- Pronto, Evelyn, nós percebemos. Mas vens numa próxima, okay? - convidou Gui.

- Claro que vou! - disse, tentando parecer animada.

Despedi-me deles, passei o cartão na portaria e sai finalmente da escola e daquele dia esgotante.

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People, eu sei que tenho sido irregular a publicar os capítulos, mas vou tentar a partir de agora publicar duas vezes na semana.
Tenham paciência comigo, eu ando cheia de coisas para fazer!
Protejam se e fiquem por favor em casa!
#stayhome #staysafe
Beijocass 😘

O DESTINO DE EVELYNOnde histórias criam vida. Descubra agora