[17] O despertar

14 0 0
                                    

Tivemos que chamar uma funcionária para encaminhar a Roselyn para a enfermaria. Eu e a Eva acompanhamo-la, porém a Mara teve de ir para casa, porque o pai tinha-lhe ligado a dizer que precisava dela para tratar de uns assuntos.

Estava a sentir-me extremamente responsável pelo que tinha acontecido à Roselyn e tinha tanto medo que lhe acontecesse alguma coisa... Quer dizer, ela tinha estado a beber e a chorar e ficou num estado tal que desmaiou na casa de banho. Tudo por causa do Adam ter acabado com ela e, segundo ela, é porque está interessado em mim. Como é possível? Aquele rapaz tanto é uma pessoa simpática para mim como se converte num arrogante. Não o entendo nem quero entender. Só desejo que ele esteja bem longe de mim.

Neste momento estou na enfermaria sentada numa cadeira ao lado de Roselyn. Ela continua com os olhos fechados e não tem a mínima reação aos estímulos que as funcionárias da escola lhe fazem para a acordar. O mais provável é que chamem uma ambulância daqui a nada se ela permanecer assim.
A Eva andava de um lado para o outro na enfermaria. Não parava de pensar no que tinha acontecido à Roselyn e estava super preocupada com ela. Mal sabe ela de tudo...

Repentinamente, houve-se um som vindo da mala de Roselyn. Com certeza era o telemóvel. Fui à mala dela e retirei de lá o telemóvel. Tinha lá uma mensagem de Adam que dizia:

"Rose, não faças nada disparatado, por favor. Vai para casa e depois envia mensagem quando chegares." *enviada à 30 minutos*

Uau, acabou com a namorada ou amiga colorida ou lá o que é, mas está preocupado. Afinal o senhor antipático e resmungão também se sabe preocupar com os outros, que novidade!

Quando ia colocar o telemóvel outra vez na mala de Roselyn, ele começa a tocar sem parar e a vibrar. Viro-o para ver quem é e és que era a pessoa que eu tanto quero evitar: Adam.

- Quem é que lhe está a ligar? - pergunta Eva.

- O Adam. - respondi, revirando os olhos.

- Mas ele não tinha acabado com ela? Já não estou a perceber nada desta história. - declarou Eva, com um semblante bastante confuso.

- Sim, eles acabaram. Mas ele enviou-lhe uma mensagem todo preocupado... - tentei não parecer desconfortável com isto.

- E parece que alguém ficou com ciúmes... - Eva esboçou um pequeno sorriso.

No momento em que me preparava para responder, o telemóvel voltou a tocar. Decidi atender, por fim, a chamada.

-------------------------Chamada on-------------------
Rose, então, onde é que estás? Porque é que não me respondeste às mensagens?

Não, é a Roselyn. É a Evelyn.

Hm? Evelyn? O que é que estás a fazer com o telemóvel da Rose?

Ela bebeu demasiado e desmaiou ao pé de mim. Eu e umas amigas tivemos de chamar uma funcionária e encaminhá-la para a enfermaria.

Mas ela já acordou?

Não, ainda não. Se ela não acordar daqui a 10 minutos, vão chamar uma ambulância para ela ir para o hospital.


Se isso acontecer, por favor liga-me para ir ter com vocês.

Ok, eu ligo.

Ah, e Evelyn...

Sim?

Obrigado por estares aí com a Roselyn, fico feliz por saber que ela está bem acompanhada.

Não tens de me agradecer, faria isto por qualquer pessoa que precisasse de ajuda.

Sim, mas depois do que aconteceu entre vocês...

Adam, ela estava mal e eu não a ia deixar inanimada no chão. Qualquer pessoa faria isso.

Pensas tu...

Não penso, tenho a certeza. Vá, agora tenho de desligar.

Que ríspida.

Tenho mais que fazer do que estar a aturar um gajo bipolar. A Roselyn neste momento é o mais importante. Adeus.

-----------------------Chamada off---------------------

Finalmente desliguei do Adam, já estava farta das meias palavras dele. Aquele rapaz não fala quase nada, até me irrita. E, além disso, tanto fala bem comigo como começa a ser altivo.

Ao fazer esta chamada tive de sair da enfermaria e agora estava entre a sala 2 e 3. Comecei a olhar para as pessoas que passavam por mim. Raparigas e rapazes contentes por estarem uns com os outros, a divertirem-se, outros junto aos cacifos a retirarem coisas que precisam, outros ainda a comerem alguma coisa às escondidas das funcionárias. Aí, quem me dera ser assim tão normal e não estar a ter um secundário tão estranho. Quer dizer, no primeiro dia quase me envolvo com um rapaz numa sala de aula, depois apanho a ex desse rapaz bêbeda e, devido ao estado alcoólico elevado da mesma, desmaia à minha frente e eu tenho de a levar para a enfermaria. O que é que acontecerá mais?

Eva, surge perto de mim e diz-me baixo, para não me assustar: "A Roselyn acordou e quer falar contigo".

Oh céus! O que virá daí?

O DESTINO DE EVELYNOnde histórias criam vida. Descubra agora