cinco anos haviam se passado desde que a amizade entre Finn e Millie havia acabado. Mas naquela surpreendente noite de uma sexta-feira, esses dois seres humanos excepcionais tiveram que deixar a fenda que os separava de lado, em prol de unir dois am...
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Setembro, 2007 Oregon, Medford.
— Noah! — O garotinho loiro olhou por cima dos ombros, notando que a dona da voz que o chamava havia acabado de cair no chão cheio de lama, sujando ainda mais seu pequeno macacão jeans. Ele até pensou em parar de correr, dar meia volta e ajudar a amiga, mas se fizesse tal coisa, perderia a brincadeira.
— A Millie não pega ninguém, só pega cocô de neném — Ele cantarolou, a provocando ainda mais.
A menina levantou, com as pernas doloridas e toda a determinação do mundo que uma criança poderia ter naquele momento, e passou a correr atrás do amigo novamente.
Atravessou os arbustos que existiam pelo centro do quintal, grudando algumas folhas em sua roupa, parou ofegante e olhou em volta, tentando achar um sinal de vida.
Um certo par de olhos castanhos escuros e curiosos a olhava por trás de uma árvore qualquer. Os cachinhos, um tanto compridos demais por não permitir que sua mãe os cortasse, caíam sobre os olhos do pequeno, quase colando na testa com o efeito do suor em sua pele.
Sabia que Millie não o acharia ali, nunca pensaria que ele se esconderia naquele lugar. Era por isso que já estava tão acostumado a ganhar no pega-pega. Sempre se escondia ali, esperando a melhor amiga desistir de encontrá-lo e entregar os pontos. Abriu um sorriso ao ver ela se erguer, colocando cada mão em cada lado da cintura, bufando com raiva. Até o momento, ela não conseguiu pegar nenhum dos amigos.
— Parem com isso! É pega-pega, não pique-esconde. Odeio vocês!
Millie, birrenta e com a testa franzida, bateu o pé no chão com força e cruzou os braços. Ambos os amigos perceberam quando ela fez um bico enorme e estava prestes a chorar, totalmente manhosa.
Noah foi o primeiro a sair de seu esconderijo, surgindo diante dela num pulo. Ele sabia que se Millie começasse a chorar, Kelly Brown surgiria e perguntaria o porquê daquilo, e nenhum dos três poderia dizer "sua filha que é muito manhosa". Mesmo aquilo não deixando de ser verdade.
Finn, ainda escondido atrás da árvore, revirou os olhos com a atitude chata da amiga. Ela sempre fazia birra quando não conseguia o que queria.
Millie desfez a carranca para correr atrás de Noah. Mas tanto Noah quanto Finn, sabiam como driblar a pequena, e ela sabia que eles sempre faziam isso, e essa era uma coisa que a irritava profundamente.
O pequeno Schnapp entrou em outro arbusto, e quando Millie o seguiu e atravessou as folhagens, não encontrou ninguém do outro lado, e isso a frustrou tanto que quis gritar. Mas não foi ela quem gritou, apesar de naquele instante, um grito agudo ecoou pelo quintal dos Brown.
Finn pulou com o susto, enquanto Noah freava a sua correria. Já a garotinha morena, reconheceu imediatamente a voz que acabara de ouvir gritar. Correu o mais rápido possível, seguindo o som de onde ela acabara de vir. Wolfhard e Schnapp fizeram o mesmo, esquecendo completamente do que estavam fazendo antes.
