o garoto errado.

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Uma pequena rodinha de pessoas se formava ao pé da torre da lua, onde Millie estava incluída. Sentada com as pernas cruzadas na posição de "índio", ela finalmente caiu em si. Passou o dia todo interagindo com aquelas pessoas. Desde a batida que levou de Jacob em sua bunda, até aquele momento estranho sentada entre o restante deles. Aquela sexta-feira não estava fazendo muito sentido. Em primeiro lugar, ela jamais aceitava sair com os amigos se fosse para ir em um lugar como Top Notch. Ela já odiava ter que olhar para a cara daqueles babacas do terceiro ano a semana inteira, então claramente não queria olhá-los no final de semana também.

Mas ali estava ela. Sentada com eles. Já tinha falado com eles. Até mesmo sentiu empatia por eles. E ainda tinha Finn. Ok, vejam bem: Millie não odiava Finn de verdade. O que ela conhecia de Finn naquele momento, era o que ela via de longe e ouvia falar das bocas alheias, mas não era a mesma coisa, claro que não. O único Finn que ela conhecia de verdade, era o seu Finn. O Finn de cinco anos atrás. O Finn que passou anos grudado nela, que a consolou deixando que ela jogasse seu videogame preferido para deixá-la menos triste quando Beijo morreu, o Finn que roubava os biscoitos do prato que ficava embaixo da árvore nas vésperas de Natal no meio da noite, já que sempre dormia na casa de Millie nas vésperas de Natal para maratonar filmes natalinos . O finn que lhe ajudou a andar de bicicleta, embora ela nunca tivesse aprendido direito pois era desastrada e ele, um péssimo instrutor. O Finn que lhe mostrou pela primeira vez os filmes do Harry Potter, e que foi sua "primeira vez" em muitas coisas, desde a primeira vez em um fliperama até a sua primeira vez sendo beijada por alguém. Um primeiro beijo que, na época, deixou ambos com tanta vergonha que os pais se questionavam do porquê de não estarem indo na casa um do outro todo santo dia como costumavam fazer.

Millie amava o seu Finn.

O seu Finn era perfeito no mundo onde viviam. E para ela, aquilo bastava. Não precisava de novas pessoas, novos amigos, novas experiências. Só precisava dele, e de Sadie e de Noah. Eram completos, até o dia em que deixaram de ser.

Mas pessoas erram. Pessoas não são perfeitas, caso contrário, se você perguntasse para alguém se esse alguém já mentiu alguma vez na sua vida, essa pessoa diria que sim, já mentiu. Mentir não é legal, é um erro. Mas como a boa e incrivelmente normal pessoa que é, ela erra. Você erra. Eu erro. Millie erra. Finn erra.

Todos humanos, imperfeitos e eternamente em busca de evolução.

Ou no caso de Finn, regressão. Redimir-se pelos seus erros. Pelas escolhas péssimas que havia feito cinco anos atrás.

Não se arrependia de ter feito novos amigos, ou de ter se permitido expandir seu mundo. Mas se arrependia de ter deixado seus melhores amigos no seu passado. Nenhum deles era para ser seu passado. Ambos deveriam estar no seu futuro, principalmente Millie.

No primeiro ano, ele até que não se importou. Mas a partir do segundo, olhar Millie Bobby Brown disfarçadamente e de longe para poder vê-la se tornar a garota linda e inteligente que crescia e se mostrava cada vez mais maravilhosa, virou algo essencial.

invisible wires; fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora