- Cap 37 -

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Acordei com minha barriga roncando como nunca, nem percebi que havia adormecido, olhei para a janela, já estava escuro, significava que eu havia dormido de mais, e deveria ser perto de 01:30 da madrugada. Me virei e vi chanyeol dormindo sereno, sorri bobo e depois meio envergonhado me lembrando do últimos acontecimentos. Me levantei com cuidado e fui até o banheiro, me aproximei do espelho e admirei o local da marca. Minha marca.. a marca que chanyeol me deu..

Sorri com isso e logo me vesti saindo do quarto. Desci as escadas e logo notei a luz da cozinha acesa. Ao adentrar o local dei de cara com uma figura alta.

- Yifan!? - O chamei e vi o alfa dar um pulo de susto se sujando com suco, eu ri e peguei um pano pra o ajudar a se limpar.

- Jongdae que desgraça! Não me assusta mais assim! Mas que caralho! - falou logo fazendo um pequeno bico, suspirou e começou a se limpar enquanto eu ria achando tudo cômico.

- Não quis assustar você.. o que faz acordado? - perguntei e ele me encarou com a sobrancelha erguida.

- Posso perguntar o mesmo? Cadê teu alfa orelhudo? O cheiro dele aqui tá tão forte que eu quase achei que ele em pessoa estava se aproximando por isso tomei um susto ao ouvir sua voz. - Explicou logo sorrindo de lado e voltando a sentar na mesa pra comer.

- Acordei com fome e parece que não sou o único. - falei o observando e me sentando a mesa também, ignorando a sua fala sobre o cheiro me fazendo de desentendido.

- Eu esperei todos dormirem pra poder vir comer alguma coisa.. - ele disse após longos segundos em silêncio. - Lá em casa.. eu não gosto de comer com meu pai e as vezes ele me deixava sem jantar, tem uma beta lá em casa.. a Sra. Jieun.. Ela é como uma avó que eu nunca tive.. Quando ele não me deixava jantar ela deixava um prato secreto no micro-ondas pra eu jantar quando ele fosse dormir, por volta dessas horas, acho que me acostumei a escapar na madrugada atrás de comida. - ele falou e eu o encarei surpreso.

- Por que seu pai é tão cruel!? Por que ele faz essas coisas com você!? - perguntei incrédulo.

- Por ciúmes da herança e rancor dos próprios pais, meus avós chineses e canadenses mandam uma gorda mesada pra mim todo mês, um dinheiro que eu nunca vi a cor apesar de ser pra mim, meu pai só pode tocar enquanto eu estiver na casa, além do mais ambos dos meus avós são bem de vida e vão deixar uma fortuna enorme pra mim, ele nunca vai ver um centavo por ser um péssimo marido e filho. Isso o faz ter um estranho ódio por mim... - falou e logo terminou de comer começando a lavar a louça. - Eu também não entendo pra ser sincero, se não amava a minha mãe e não tinha intenção de ter um filho então por que..? - Yifan ficou um tempo parado apenas como se refletisse a própria pergunta.

- Eu também já me fiz essa pergunta no passado.. eu ficava me perguntando o porquê de tudo aquilo mas a resposta nunca chegava.. por mais que eu buscasse, tudo que eu tinha era escuridão a frente, mas eu nunca desisti de buscar a luz, um dia eu cheguei a conclusão que não havia motivos plausíveis pra tudo, era apenas a maldade no coração de alguém que sempre teve de tudo, mas ainda sim estava insatisfeito em busca de mais, até que isso o consumiu.. e pra ser sincero com você eu não culpo ninguém por nada, principalmente porque sei que a natureza humana é falha, o que estou tentando dizer é, você nem ninguém é o culpado pelas tapas que a vida dá, as pessoas é que são corrompidas desde sempre, cabe a si próprio resistir a isso ou Não, seu pai escolheu se deixar levar e você deve aplicar a justiça fazendo sua parte daqui pra frente. - Falei logo o ouvindo suspirar pesado.

- Acho que eu e você pensamos mais parecido do que eu jamais imaginei, sofremos muitos nessa vida embora não tenha sido o mesmo acontecimento ambos de nós carregamos cicatrizes profundas, Eu gostaria apenas de não ter acabado de uma forma tão amarga.. - Falou e fez uma careta de desgosto.

- Está tudo bem, você se moldou como pode e apesar de tudo foi reversível e você é uma ótima pessoa Yifan! - falei sorrindo sincero e ele sorriu aliviado.

- Eu agradeço profundamente por isso Jongdae! Mas.. eu gostaria apenas de entender o que fez meu próprio pai se tornar assim.. Talvez tenha sido algo da minha mãe.. mais ainda sim não é motivo o suficiente pra descontar em mim.. e quanto mais eu penso mais frustrante fica. - falou visivelmente frustrado e cansado.

- Um dia talvez você entenda, mas olha mesmo que tudo tenha sido horrível, pra uma coisa boa serviu - falei e me aproximei dele vendo que seus olhos estavam meio marejados. - Você não está mais sozinho nessa Yifan, Na verdade nunca esteve pois Kai e Lay estavam lá, mas agora você tem a todos nós e também tem o Zitao e o futuro bebê de vocês! - Falei e ele sorriu, um doce sorriso.

- Eu ainda não acredito nisso.. Eu vou ser pai.. Eu e meu Taozi vamos ter um bebê nosso e um bom lar! - falou sorrindo feliz e se virou me abraçando me deixando muito surpreso. - Me perdoe Jongdae.. tudo que eu fiz pra você.. era apenas uma forma de descontar todas as coisas que mexeram com a minha cabeça.. Quando meu filho nascer quero ser pra ele o pai que eu não tive.

- Não se preocupe Yifan, tudo está no passado agora, com certeza você será um bom pai. - falei sorrindo e logo senti dor, Yifan me soltou alarmado.

- Está tudo Bem??

- Tô sentindo muita ardência no pescoço.. - falei massageando o local até meus dedos passarem pela minha marca. - MEU DEUS O CHANYEOL!

- Acho melhor você correr até lá - falou Yifan rindo o que me deixou meio sem graça. Só paramos ao escutar um breve rosnado.

Dei chau pra Yifan que sorriu e logo subi correndo pelas escadas a cima. Ao chegar perto o cheiro forte dele já me deixava extasiado. Ouvi um rosnado e engoli em seco sem saber que tipo de Chanyeol se encontrava atrás daquela porta.

O beta de cheiro doceOnde histórias criam vida. Descubra agora