Green

96 19 3
                                    

- Ei você!- alguém me balançava?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Ei você!- alguém me balançava?

- Hã?- abri meus olhos com dificuldade enquanto os coçava. Eu dormi?

- Finalmente, pensei que estivesse passando mal. Você devia ir logo, o sinal já tocou- a minha frente estava um garoto bem mais alto que eu. Seus cabelos eram roxos e arrepiados para cima, ele também possuia um olhar tedioso com leves olheiras. Por algum motivo ele me lembrou o Aizawa-sensei- Garoto, levanta logo. Pela essa tua cara deve ser daqueles que chora se perder uns minutos de aula- ele deu um peteleco na minha testa e se levantou indo na direção contrária do prédio das salas.

- Ele é estranho...- nunca timha visto ele na escola. Mesmo que eu ainda sentisse algo estranho eu me levantei pegando o celular no bolso vendo as horas- A AULA!!!

Não pensei muito e comecei a correr. Eu tenho sorte que por causa dos treinamentos eu tinha um bom fôlego, além de ser mais rápido do que a média, por isso não deve demorar até chegar na sala. Eu apenas não contei que por mais que eu esteja em forma, isso não anula o quanto sou desastrado, e qual não foi a minha surpresa quando tropecei e dei de cara na parede próxima a minha sala. O barulho se propagou pelo corredor vazio, antes que pudesse pensar em me envergonhar ignorando a dor no nariz e o leve estralo vindo do óculos, me levantei rapidamente e dei dois grandes passos até entrar na sala. O professor ainda não havia chegado e os alunos estavam numa verdadeira bagunça. Agradeci mentalmente ao barulho que os impediu de ouvir a minha queda e corri até a minha mesa, todos me ignoraram como sempre.

- Izuku!

- SIM?!- com o susto quase derrubei a mesa e finalmente atraindo a atenção de todas- q-que susto Ochako

- O seu óculos está quebrado- ela tirou o óculos do meu rosto o analisando de perto, me deixando de brinde meio cego.

- Uraraka! Me devolve!- eu tentava de todas ar formas pegar o coisa que me fazia ver as coisas- Eu não vejo nada...

- Só me explica o que acontec- ela parou de falar do nada, aproveitei para pegar meu óculos e o colocando de volta. Quando olhei para ela, percebi seus olhos arregalados, isso me deixou confuso.

- Ochako, o que foi?- estava preocupado com o silêncio da garota, entretanto, antes de poder perguntar novamente senti algo molhado descendo pelo o meu nariz e testa, ao tocar vi que essa queda foi bem pior- S-sangue...?

Antes que pudesse pensar, senti uma forte tontura e a minha visão escurecer. Pude ouvir um grito da Uraraka antes que perdesse a consciência completamente.

Narrador

5 minutos atrás

Um garoto loiro caminhava de forma calma em direção a sala de aula, o que contradiz com a expressão raivosa/mau humorada do adolescente. Bakugou Katsuki vestia uma camisa regata cinza, uma jaqueta jeans preta, calça moletom preta e branca, tênis all star preto, algumas correntes pratas no pescoço, brincos pretos que ocupavam a parte de cima além de dois piercings, no meio do nariz e um no lábio inferior no canto direito. Apesar de estar atrasado, ele se matinha andando devagar.

Quando estava perto da sala, o mesmo pôde ver um pequeno esverdeado correr de olhos fechados, aparentando pressa. O garoto deu um pequeno sorriso ao ver como o Midoriya parecia extremamente fofo nas roupas largas, porém, o pensamento não durou muito, o loiro observou Izuku tropeçar nos próprios pés e dar de cara na parede. O baque estrondoso fez ele parar de andar e arregalou os olhos, antes mesmo que pudesse pensar em se aproximar, o baixinho levantou e entrou na sala de aula em poucos passos. Após processar o ocorrido, Bakugou caiu na gargalhada no corredor mesmo.

Katsuki esperou recuperar o ar e foi em direção a sala de aula com um sorriso debochado. Mesmo depois de anos, Deku nunca mudou seu jeito pensou com certas lembranças na cabeça.

Quando entrou na sala o mesmo parou no mesmo estante, no lugar da sua carteira, Midoriya estava estatico olhando a mão ensanguentada. Assim que viu que o esverdeado estava prestes a cair, Bakugou em um movimento brusco segurou o corpo desfalecido protegendo a cabeça antes que batesse na cadeira.

- IZUKU!!- Uraraka rapidamente se abaixou próxima dos dois, seus olhos estavam marejados- Ah! Ele ta sangrando muito na testa... isso...

- Algum caco do óculos quebrado deve ter feito esse machucado- Bakugou havia afastado o cabelo da testa de Midoriya. analisava o corte não muito profundo que jorrava uma pequena quantidade de sangue- Vou leva-lo na enfermaria.

Sem esperar que a garota falasse nada, o loiro se levantou com Midoriya desacordado no colo. Escutou algumas risadas e piadas debochadas, nas quais resolveu com apenas um olhar raivoso, saindo da sala quase correndo. Com alguns minutos chegou na enfermaria e logo pediu ajuda da enfermeira, Chiyo Shuzenji apelidada pelos alunos de Recovery Girl, uma senhora simpática e algumas vezes severa com os alunos. Chiyo arrumava uma mesa com alguns medicamentos para dor e ataduras e, escutando a porta ser aberta de forma violenta, deu um longo suspiro já imaginando quem era. Claro, a senhora não conseguiu esconder a surpresa ao ver o garoto que frequentemente aparecia em sua sala ferido estava sem um arranhão, em compensação, ele segurava um dos alunos mais calmo e inteligente da instituição, esse estando desmaiado e com o rosto ensanguentado.

- O que você fez?- Recovery que estava desconfiado do porque os estarem juntos. Ela já vestia luvas e preparava alguns panos com soro e curativos

- Eu não fiz nada! O Deku que sempre foi muito desastrado e deu de cara na parede. O óculos que fez esse corte na testa, não me pergunte como, mas tem caco de vidro no corte- Midoriya foi colocado delicadamente na maca enquanto o loiro reclamava baixinho.

- Isso é realmente impressionante- ao ver o olher acusador do adolescente em sua direção, a mulher apena deu de ombros- É estranho ver um garoto como você ser próximo de um garoto como ele.

- Que porra... Eu cresci com esse nerd, nossas mães são conhecidas, no final conheço certas coisas. Isso não significa que somos "amiguinhos"- Bakugou só faltava rosnar de raiva pra cima da médica, mas o leve rubor não passou despercebido pela senhora.

- interessante- pensou enquanto sorria discretamente. Depois de saber que teria que retirar cacos do garoto foi a procura de pinças, não as encontrando na gaveta- Ah! Preciso ir no laboratório de biologia pegar as pinças. Não sei qual foi a ideia de limpa-las no laboratório. Você fica aqui! Não deixe esse garoto sozinho.

Bakugou que estava quase saindo voltou bufando e se sentou na cadeira ao lado da maca em estava o mais baixo. Chiyo apenas negou com a cabeça e saiu andando apressada.

Sem ter muito o que fazer, mais alto ficou olhando pela janela aberta da enfermeira, por ela batia um vento suave que fazia as cortinas brancas balançarem. Uma rajada de vento fez com que algumas pétalas de flores entrassem, isso irritou o loiro que fachou a janela quase a quebrando. Quando voltou seu olhar para o garoto adormecido percebeu algumas pétalas pelo seu rosto, o olhar de Bakugou suavizou e focou sua atenção para o corpo, de certa forma, infantil do baixinho.

Pelo sangue já estar meio seco, o garoto pegou um pano úmido e começou a limpar suavemente o rosto pálido tão conhecido por si. Aproveitou para observar as sardas que enfeitavam todo o rosto gordinho, os cílios compridos, pele lisa, o cabelo verde cacheado que combinava com os grandes olhos da mesma tonalidade. Se Bakugou já não o conhecesse, diria que era uma garota. Sem ao menos perceber, Bakugou tocava uma das bochechas cheinhas a acariciando enquanto sorria. Ficava lembrando da sua infância, onde passou toda ao lado da pequena bolinha verde.

- Voltei! Ja pode ir pra sua sala- Recovery abriu a porta de forma súbita, tendo o vislumbre de ver o garoto encrenqueiro com um olhar, digamos, apaixonado?

- PORRA, VAI ASSUSTAR OUTRO CARALHO- o garoto se afastou muito rápido de Midoriya. Seu rosto estava vermelho, só não dava para saber se era de raiva ou vergonhas- Se tivesse demorado mais já teria abandonado esse puto- o loiro saiu em disparada pala sala, batendo a porta extremamente forte.

- Sinto pena do Midoriya- a médica sussurrava enquanto começava a cuidar dos ferimentos do garoto.

DistortedOnde histórias criam vida. Descubra agora