Muitos já ouviram que humanos são seres egoístas, não?
Geralmente de pessoas consideradas ruins ou perturbadas. Elas nunca chegaram a mentir.
O que aconteceria se após tantas guerras e confianças quebradas alguém, até então desconhecido, entregassem...
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Narrador
De acordo com o plano, a mentira foi revelada. Kaminari acabou sendo levado e corria o risco de ser expulso, porém, todos aqueles que estavam envolvidos, revelaram serem cumplices. Como era de se esperar, os adolescentes receberam muitos sermões. Talvez eles teriam levado uma punição pior que suspensão, mas graças a algumas falas de Midoriya, que a princípio não convenceu alguns dos professores, exceto pelo próprio diretor. A situação ficou ao lado deles.
Nezu se mostrou pensativo, ao mesmo tempo que ele nunca demonstrou raiva com os alunos. Mesmo que aquelas crianças tenham causado muita dor de cabeça, o diretor não aparentava estresse, e sim uma expressão aliviada. Foi estranho até mesmo para os alunos. Nezu entregou uma suspensão de 3 dias para todos, avisando que teria pena deles dessa vez, mas que aquilo não se repetisse.
Enquanto a sala esvaziava, Nezu observava aqueles rostos contentes dos alunos, sabia o que aqueles adolescentes estavam aprontando. Poderia impedi-los de se envolverem nesse perigo, mas achava necessário esse conflito. Tudo para que não sofressem pelo o que viria a seguir.
A Leitura do diretor Nezu pertencia ao terceiro nível. Era um poder peculiar que nem ele próprio sabia a natureza. Quando ativado, a Leitura dava a habilidade de enxergar uma espécie de fantasma atrás do alvo na qual seu poder estava focado. Esses fantasmas poderiam serem descritos como a versão daquela pessoa no futuro ou em seu auge. Aquelas criaturas não se mexiam e só encaravam o diretor.
Nezu não soube o que falar quando viu os fantasmas daquelas crianças, mostravam possíveis futuros misteriosos. Alguns eram imagens de suas versões adultas sorridentes, mas com características perturbadoras. Em outros, adultos sérios com claras marcas de lutas perdidas e sem fim. Entretanto, o que o assustava eram os fantasmas ensanguentados ou a inexistência deles.
- Não causem muitos problemas...
E o mais assustador deles era o de Midoriya Izuku.
[...]
- Não causem problemas...- Midoriya sussurrou.
- Midoriya! Vamos direto para a casa da Momo!- Kirishima chamou a atenção de Midoriya.
- Ok!- Midoriya respondeu. Olhou para o lado, encontrando Yamikumo mais afastado dele, parecia mais quieto que o normal, sem nem encarar os olhos de Izuku- Não fique pra trás.
Yamikumo concordou ainda sem olhar para o esverdeado.
[...]
- Quem... Ta ai...
Todoroki estava em um lugar totalmente escuro, fraco e amarrado. As palavras duras ainda ecoavam em sua cabeça, as malditas justificativas infundadas ainda frescas. Desculpas esfarrapadas para que o prendesse naquele lugar, como uma forma de castigo. De o ensinar a nunca mais desobedecer a família.
