Cᥲρίtᥙᥣ᥆ 1

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Sonhos, a forma do nosso cerebro processar o que fizemos ou pensamos a cada dia. As vezes não fazem sentido, em outras raras vezes você pode entender o significado sem muito esforço mas no meu caso os sonhos nunca gostaram de me visitar. Eram sempre os pesadelos que me encontravam durante a noite, era sempre o mesmo terror. Minha morte precoce causada por Voldemort ou meus amigos sendo torturados pelo mesmo. Esses pesadelos sempre foram um jeito eficiente de me fazer acordar cedo, muito cedo. Por mais que ele tenha sido derrotado, o lorde das trevas, seus seguidores ainda estão por ai. Muitos foram presos, mas a grande maioria conseguiu fugir.
Talvez isso seja algo tão prejudicial. Sem alguem poderoso e cruel para seguir eles só passam de cobras frias e sujas sem saber o que fazer da vida. Só espero que não descontem seu tédio em pessoas inocentes. É um novo ano escolar e James mesmo longe me apoiou com a minha decisão,isso depois de um mês quando tive coragem de contar o que aconteceu. Já com Albus foi um pouco diferente, já faz um tempo desde sua última carta e não sei o que pensar sobre isso. Ele pareceu chateado com na última e isso me assusta. Ele é um dos garotos mais observadores que eu já conheci, é de certo invejável ser assim. E isso o faz ser tão quieto que eu quase não consigo compreende-lo. Lilly é muito nova para entender, mas não fez a birra que imaginei que faria quando me despedi dela após sair da casa onde vivi por muito tempo. Que um dia fora meu lar.

Aqui na casa do meu padrinho eu me sinto estranho desde que cheguei aqui.
É tão vazio e silencioso. Nada normal para alguem acostumado a lidar com uma casa de cinco pessoas que mais pareciam onze. Sinto falta do barulho constante, das risadas e brigas dos pequenos. Mas James e Albus estão em hogwarts e Lilly está com Gin, não há nem como matar a saudade nesse momento. Os tres estão em processo de estudo, não posso arranca-los de sua rotina. Mesmo que eu não me acostume tão rápido quanto gostaria com este amplo lugar, nada posso fazer, nem mesmo se quisesse eu o faria. Nos ultimos cinco meses desde que me separei oficialmente só fiquei aqui tentando matar o tempo com passa tempo estranhos. Esse tempo livre me fez refletir, gradualmente eu tenho entendido aos frangalhos o que eu preciso fazer.

Eu preciso relaxar, pensei que depois do divórcio eu estaria mais aliviado, e de certa forma estou, mas mesmo assim eu não consigo entender o que esta acontecendo comigo. O que eu estou realmente sentindo. Essa é a minha vida agora eu tenho que me acostumar. Eu sei do que eu preciso para liberar um pouco da tensão do meu corpo, mas a dias tento tirar essa ideia da cabeça.
Eu preciso beber algo bem forte, talvez até não lembrar mais meu nome ou meu próprio passado. Isso sim seria uma boa pedida, mas ao mesmo tempo seria temporário, depois eu só estaria mais fundo nessas sensações confusas e com uma maldita fadiga de manhã cedo. Mas isso não importava, eu precisava sair daquele lugar deprimente o mais rapido possivel e assim eu fiz.

Muitos lugares passaram pela minha cabeça quando eu saí da mansão Black, minha nova casa, - muitos os quais se eu frequenta-se meu rosto estaria estampado no profeta diário amanhã com titulos absurdos após o outro - todo lugar que eu pudesse pensar só trazia mais chances de serem piores as "reportagens".
Mas logo uma boa opção passou pela minha cabeça, uma que me manteria impune de toda confusão. Impune de qualquer olho bruxo. O mundo dos trouxas era o lugar ideal. La foi onde eu cresci e as coisas são muito familiares para mim, já havia tempo que não visitava, não me sinto diferente da multidão comum que transita pelas ruas movimentadas. Mesmo que não me dêem boas memórias esse foi o único lugar que eu pude pensar, mas dentre tantos lugares que tem eu quero um discreto e mais vazio possivel. Longe das vistas de qualquer um.

Uma coisa que eu aprecio no mundo bruxo é a forma em que a magia esta ligada a tudo, é incrível ver tantas utilidades. E no mundo trouxa é tudo muito diferente, eles não tem magia, mas fazem coisas tão incriveis que parece que as contem e apenas não sabem que usam.
É bom poder passar despercebido por uma multidão, aqui sou alguém qualquer não o cara que salvou o mundo. Isso é reconfortante. Sou apenas um cara qualquer chamado Harry, se eu desejar poderia ser até chamado por outro nome.
Eu andei por um tempo procurando algo discreto pelos pubs que estavam sempre muito cheios. Ao quase desistir em frente a um que quase vomitava pessoas para fora eu vi então. Ao lado do pub que até certo ponto parecia o caldeirão furado eu observei uma viela escura e vi dois caras e uma mulher sairem aos risos de algum lugar ali dentro, ambos muito bebados.
Eu entrei em na viela escura e quando saí ja dei de cara com um pequeno bar, assim como esperava. Era um lugar escuro, com a pintura muito desgastada e com ratos passando do lado de fora, tambem havia um gato que brincava com um rato gordo. Ele não parecia nada faminto, estava apenas brincando e o rato guinchava a cada mordida. Decidi entrar logo. Quando entrei a visão de dentro era muito melhor do que eu inaginei. As mesas de madeira bem cuidadas, o chão limpo, boa iluminação, caixas de som em cantos estratégicos tocando alguma musica que jamais tinha escutado e paredes e o teto pintados em um preto profundo. Estranhamente confortavel. Também havia muitos homens bêbados, não é nada anormal. Me aproximei do balcão e me sentei vendo um grupo a minha esquerda discutir entre si. Uma mulher de cabelos longos e encaracolados loiros apareceu por uma porta seguranfo uma bandeja cheia de copos de vidro e sem me olhar perguntou;

𝙰𝙶𝙾𝚁𝙰 𝙼𝙰𝙸𝚂 𝚅𝙴𝙻𝙷𝙾𝚂 - 𝐃𝐫𝐚𝐫𝐫𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora