𝙰𝙶𝙾𝚁𝙰 𝙼𝙰𝙸𝚂 𝚅𝙴𝙻𝙷𝙾𝚂 - 𝐃𝐫𝐚𝐫𝐫𝐲

𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 2

De todas as coisas que eu podia imaginar isso estava fora de questão.

Ter Draco Malfoy, um ex-inimigo de toda uma vida, ao meu lado, bebendo comigo é uma coisa que eu nunca pensei em vivenciar, mas a vida é cheia de surpresas e parece que quis me dar mais uma.

Estava um clima confortavel, amigavel, mas circulava um pequeno sentimento de incomodo vindo do outro lado do balcão.
Draco, era tão estranho chama-lo assim, se levantou e ajeitou a roupa encarando a garrafa que ela havia deixado ali para ele. Pude ver atrás de suas costas que o olhar de metade dos homens da sala estavam nele, de forma tão maliciosa que me senti enojado.

Ele sem se preocupar simplesmente deu a volta em mim com a garrafa em uma não e estendeu a outra para mim.

Isso me fez lembrar do nosso primeiro ano em hogwarts quando ele estendeu sua mão para mim e eu a recusei. E de forma lenta tudo que aconteceu depois, tive que balançar a cabeça para afastar as lembranças turvas em relação a ele.

ㅡ O que foi? Vai recusar outra vez? — ele sorriu e me assustou, me fazendo perceber que ele pensou o mesmo que eu.

Só naquele momento eu notei que estava sendo idiota, o que estava fazendo ali com ele? E porque estava tão diferente do normal entre nós dois? Ele bufou e agarrou meu pulso, eu segurei o braço no lugar e ele me olhou como se pudesse me bater até sangrar, rindo em deboche.

- Qual o problema? —  sem esperar que respondesse me puxou outra vez, deixei meu corpo ir junto.

Ele me levou até o lado de fora do bar e seguiu para o pub da frente, entramos em uma porta lateral da qual eu não tinha visto quando entrei no beco. Ele a abriu e logo demos de cara com uma escada longa iluminada por uma lâmpada fraca, essa que terminava em outra porta. Ele abriu e uma ventania me pegou de surpresa. Estavamos no telhado.

Ele seguiu na frente e eu observei a vista do alto, não o suficiente para me fazer ver de forma tão ampla mas ainda sim trazia uma paisagem bonita de londres. Quis perguntar como ele sabia daquele lugar e o que estavamos fazendo, mas ele foi mais rapido;

ㅡ Eu ja me enfiei em todos esses pubs, acabei conhecendo pessoas e essas pessoas me levaram a lugares, assim que eu descobri isso aqui. — Ele abriu a garrafa e a mostrou oferecendo, eu neguei e ele riu. — Ei Harry, vamos ver quem é mais forte pra bebida? Aposto que aguento mais que você.

Essa era uma aposta ganha, mas eu não disse por quem. Me sentei junto a ele no chão prédio com a garrafa no parapeito. Ele serviu em dois copos de vidro que não sei de onde havia tirado e me entregou um.

ㅡ É whisky de ótima qualidade, por mais que pareça decadente, esse bar esconde algumas coisas muito boas. — Ele tomou um longo gole.

ㅡ Tipo o que? — Eu estava começando a suar mesmo estando frio.

ㅡ Se eu contasse não seria mais segredo. — Ele piscou e eu me perguntei esse era algum tique nervoso, alguma doença nos olhos talvez.

ㅡ Vai com calma. — Ele avisou e eu o ignorei virando o copo, a bebida desceu rasgando, ainda mais forte que whisky de fogo. Como pode isso?

ㅡ Eu te respondi porque estou aqui, é uma desculpa horrível para encher a cara, eu sei. — comecei e ele sorriu. ㅡ Mas e você,o que faz aqui?

Ele encheu novamente os copos e bebemos juntos, está frio e a bebida aquece meu corpo de uma forma estranha. Sinto formigar.

ㅡ Um motivo parecido ao seu. —  Ele disse curto.

ㅡ Qual seria exatamente? — Eu precisava saber.