CAPÍTULO 4 | COMO É QUE É?

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- Mas você não disse que fui bem e estou acima dos padrões exigidos? - Interessante... Como assim?

- Sim, querida. Mas, lembra-se da Mary?

A jovem que ajudei! Como não lembrar, não é?

- Claro que lembro. O que tem ela? - perguntei.

- Ela ficou com a vaga - disse Jane.

Mesmo que eu não tenha conseguido e Mary tenha obtido em meu lugar, fiquei feliz por ela. Compreendo que ela realmente precisava daquele emprego. Fiquei contente também por ter conseguido ajudá-la.

- Ah, certo. Obrigada por ligar, Jane. Aprecio a sua consideração - eu já ia desligar o telefone. Mas Jane me chamou a atenção.

- Calma, calma. O mundo não é feito apenas de notícias ruins, senhorita Lilith! - falou ela rindo.

- O que você quer dizer? - perguntei confusa.

- Você não conseguiu o emprego. Mas como eu disse, você está acima dos padrões exigidos pelo senhor Speer, sendo assim, surgiu outra oportunidade para você.

- Outra oportunidade? Desculpe-me Jane, mas eu ainda não estou entendendo nada.

Outra oportunidade? Oi?

- O que eu quero dizer é que Bastien te achou tão capacitada para a Loft Art, que ele abriu uma nova vaga de emprego exclusiva para você.

- Oh! Meu Deus! Isso é sério? - eu estava ficando eufórica.

- Sim, sim. Eu falei que você era diferente! - disse-me a deusa.

- Pode me explicar melhor?

- Eu posso te adiantar algumas coisas, mas quem quer falar sobre isso com você é o senhor Speer. Por isso, peço que venha à empresa o mais rápido possível. Hoje, durante o dia todo, Bastien estará esperando você.

Durante os próximos vinte minutos, Jane me explicou do que seria a vaga exclusiva para mim. Bastien estava pensando em abrir uma vaga para um(a) assistente 24h, pois andava muito sobrecarregado com tudo. Com a minha entrevista, ele percebeu que eu seria a pessoa perfeita para ocupar este cargo, pois tenho muito conhecimento sobre a L.A., as suas empresas vinculadas e parcerias. Sem falar no conhecimento sobre o próprio CEO e sua vida quase monótona. Jane apenas me omitiu as cláusulas e regras do contrato de trabalho. Disse que isso eu teria que discutir diretamente com o chefe.
Pra mim estava tudo confuso. Queria trabalhar com desenho e arte e acabei parando como assistente pessoal de Bastien Speer. Certamente, Deus reconheceu o meu esforço e certamente me compensará todo tempo investido nos estudos sobre aquela empresa.
Terminei aquele café correndo e logo subi ao quarto para tomar banho. Vesti-me e fui pegar meu carro no estacionamento. Fui o caminho todo cantarolando com o som no máximo. Estava muito ansiosa por chegar logo na empresa.
Após vinte minutos, cheguei. Entrei no edifício e fui direto para o elevador. Olhei-me no espelho e comecei a retocar o meu batom. O elevador abriu. Logo tive a visão de muitas pessoas perambulando pra lá e pra cá cheias de trabalho a fazer. Eu queria estar entre aquelas pessoas.
   Entrei e fui a recepção me identificar. A mulher de 55 anos ainda exibia o mesmo sorriso encantador, denotando um profundo apreço pelo seu ofício.

- Bom dia! Poderia, por gentileza, avisar à Jane que estou aqui? - retribuí o sorriso.

- Certamente! Seu nome?

- Lilith Everhart.

   Permaneci atenta enquanto ela pegava o telefone e comunicava com alguém, presumivelmente Jane.

- É só aguardar ali, senhorita - indicou ela, apontando para algumas cadeiras vagas.

- Muito obrigada!

A Sinfonia de BastienOnde histórias criam vida. Descubra agora