CAPÍTULO 16 | BÊBADA

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~Lilith
   Após o cinema, eu já me encontrava exaurida de tédio e ansiosa para retornar ao meu lar. Preferia suportar as excentricidades de Bastien a presenciar meu interesse amoroso trocando beijos com outra.

- Para onde você vai, Li? - indagou Made, enquanto eu tentava escapar discretamente.

- A lugar nenhum... - dissimulei.

- Vamos ao bar! - exclamou Rael animado enquanto eu revirava os olhos.

   Infelizmente, nós realmente nos dirigimos ao bar. Foi mais um infortúnio, pois eu só conseguia ver Rael e a tal Jen se beijando. Aquilo era um espetáculo repugnante e eu já estava prestes a intervir de maneira enérgica.

- Madeline, ou você me segura, ou eu vou lá separar aqueles dois no tapa - declarei.

- Calma, amiga, eu vou pedir uma bebida para você relaxar - propôs ela.

- Não, Made! Você sabe que eu não bebo.

- Lilith, apenas uma! Para aliviar a tensão - insistiu Gael.

- Só aliviarei minha tensão depois de desfigurar o rosto daquela atrevida - falei, apontando para Jen.

- Tome, é um drink leve - disse Made.

   Eu não tinha o hábito de consumir bebidas alcoólicas, sempre fui contra isso, mas naquela noite eu já estava fora de mim e resolvi tomar apenas uma, depois mais uma... porém, essa história de "só mais uma" nunca funciona. Era a primeira vez que eu experimentava álcool e acabei consumindo mais do que deveria...

[...]

~Bastien
   Vejo Lilith saindo de um carro estranho, cambaleando para os lados. Quando percebi que ela estava completamente desorientada, abri a porta e fui até o portão para ajudá-la. Peguei-a nos braços e a levei para dentro. Lilith mal conseguia caminhar; era inacreditável.

- O que é isto, Lilith? - perguntei, colocando-a no sofá.

- Oh moço, desculpe... eu entrei na casa errada? - disse ela, visivelmente grogue.

- Você está em casa, gatinha. E está bêbada!

- Preciso ligar para um táxi vir me pegar... minha mãe vai me matar se souber que estou na casa de um homem estranho...

- Sua mãe já está no céu, Lilith.

- Ela virou um pássaro?

- Lindinha, vá dormir, vá para o seu quarto...

   Ela me olhou e riu. Depois, colocou a mão no rosto e se apavorou.

- Ah meu Deus, alguém roubou meus óculos!

- Lilith, você nem usa óculos! - revirei o olhos.

- Ah é... - respondeu ela. - Mas você nem sabe o que aconteceu comigo, moço!

- E nem quero saber, eu vou te levar para o seu quarto - estava prestes a pegá-la no colo novamente quando ela começou a chorar. - O que foi agora?

- Você é igual a todos os homens! Nem quer me ouvir! - ela chorava como uma criança.

- Está bem, Lilith, sou todo ouvidos... - precisava fazê-la parar de chorar ou acordaria a casa toda.

- O idiota do meu amigo... - disse, limpando as lágrimas e fungando o nariz.

- Que amigo?

- Eu tenho um amigo e gosto dele, mas ele é um tremendo boca aberta e não percebe...

- Hum, o que tem? - eu já estava ficando entediado, mas o assunto começou a ficar interessante...

A Sinfonia de BastienOnde histórias criam vida. Descubra agora