Ao fim da aula saio o mais rápido que posso para evitar Charlie, ele vem atrás de mim e ouço ele me chamar, ignoro. Saindo pelo portão vejo Arthur, ele não está com a mesma roupa da foto que me enviou e nem está com Lilo, vestígios de que ele foi para casa se arrumar antes de sair comigo, me sinto corar com o pensamente.
—Oi. - ele me cumprimenta de longe e me dá um beijo no rosto quando me aproximo.
—Tudo bem? - pergunto meio sem jeito.
—Tudo sim, então, eu meio que já escolhi onde vamos, porque adoro o açaí de lá, mas se você tiver outro lugar em mente...
—Vamos onde você quiser, afinal você tá pagando. - digo rindo e vejo Charlie passar por trás de Arthur com a cara fechada.
—Certo, vamos então.
—Não vai me dizer onde?
—Já que você concordou em ir onde eu quero, e já que não trabalha agora a tarde, vou te levar em alguns lugares que gosto, e cada um deles vai ser surpresa, vai saber quando chegarmos.
—Que clichêzinho Arthur. - digo rindo.
—Me deixa fingir que ainda estamos no século passado por favor?
—Certo, eu deixo. Então... Guie-me. - dou risada mais uma vez, posso estar me sentindo totalmente fútil, e isso pode não ter nada haver com o meu estilo, mas no fundo eu estou amando isso.
x X x
Arthur se mostrou realmente um garoto que nasceu no século errado, me levou para almoçar e tomar açaí, depois me levou ao cinema, apesar de não ser o meu gosto deixei ele escolher um filme de romance, aproveitando uma cena fofa do filme ele segurou minha mão, e confesso ter ficado com um sorriso incontrolável no rosto por conta desse gesto. Após o termino do filme ele insistiu em me levar até em casa.
—Então... Gostou de ter passado a tarde comigo? Você parecia com um pouco de receio no começo... - ele pergunta já na frente da minha casa.
—Gostei, não estava muito bem mais cedo, mas confesso que você elevou os meus animos.
—Fico feliz, e fico feliz em saber que você não trabalha nas segundas.
—Não se acostuma, geralmente eu tenho mil trabalhos e passo a tarde fazendo, abri uma exceção hoje.
—Fico honrado. - ele diz sorrindo e eu sorrio para ele também
—Obrigada pelo dia, de verdade Arthur - eu já ia me virando para entrar quando ele me puxa.
—Espera... - ele se aproxima e me beija, não é um beijo apavorado, e nem muito lento, ele coloca uma das mãos no meu cabelo e isso me arrepia, mantém a outra mão na minha cintura por respeito.
—Quando quiser deixar algum trabalho de lado para sair de novo, sempre dou um jeitinho de ter tempo para você. - ele diz após o beijo.
—Vamos ver quando vou ter tempo então, minha agenda é bem cheia. - rimos juntos e eu espero ele se afastar um pouco para entrar.
Eu mal posso acreditar no que acabou de acontecer, esse dia foi totalmente surreal, eu com toda certeza estou vivendo a vida de outra pessoa, porque a minha não é assim... Por um tempo até me esqueci do que aconteceu pela manhã. Mas talvez tenha sido melhor assim, Charlie não parecia o tipo de garoto que daria certo comigo, apesar de que Arthur também não. Estou definitivamente vivendo a vida de outra pessoa.
Pego uma roupa e vou tomar banho, enquanto lavava o cabelo uma ideia maluca me ocorre... Por que não cortar? Como eu nunca corto o meu cabelo se não só as pontas armo todo um evento para o fato, pego uma tesoura, escovo bem o cabelo, respiro fundo e, lá se vai uma mecha. Corto até o ombro e vejo que não ficou tão ruim assim, mas pra mim não é o suficiente, por que não pinta-lo?
Saio de casa vestida de qualquer jeito e vou pra farmácia mais próxima, compro a tinta vermelha mais barata que encontro e volto correndo pra casa, talvez eu esteja um pouquinho empolgada com isso.
Após ver como meu cabelo ficou chego a conclusão de que talvez devesse ter descolorido antes de passar o vermelho, mesmo meu cabelo sendo loiro o vermelho não pegou nele todo, e não ficou forte como eu imaginava, apesar de que eu também comprei a tinta mais furreca da farmácia, e ainda assim não ficou ruim... Mas minhas mãos ficaram mais vermelhar do que o cabelo, o que me deixa levemente brava.
Deito na cama pensando no dia de hoje, Arthur me beijou, Charlie beijou Taylor, eu ignorei Valdir... Meu Deus eu ignorei o Valdir, ele vai me matar amanhã, Deus eu vou apanhar tanto, e nem sequer posso pedir ajuda para Charlie, vou tentar evita-lo ao máximo na verdade. Bom é isso crianças, vamos de morrer amanhã então.
Levanto e vou para a cozinha pego meu livro "A seleção", o livro que Charlie tinha lido ontem, pego para ler mesmo assim, não vou deixar um dos meus livros favoritos de lado por causa de um garoto idiota. Levo o livro para o quarto e começo a ler tudo de novo pelo milionésima vez, mesmo tendo mil matérias da escola atrasadas. Leio até estar quase pegando no sono e vou dormir, ainda desacreditada com tudo que aconteceu no meu dia, e apesar de a minha manhã não ter sido das melhores, vou dormir torcendo para que não tenha sido tudo um sonho.
NÃO ME IGNORA, PLEASE!!!
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(postando hoje por motivos de: o corona não pode matar a mim ou a vcs antes dessa história acabar kkkkkkkkkkkkk)
Gente eu realmente fico com receio de que esse capítulo não tenha ficado bom, mas prometo que logo vem um capítulo muito bom por ai, prometo que vocês vão surtar muito com o que ta por vir (ou não, não sei como vocês são, mas se fosse eu a leitora surtaria kkkkkk), sei que é meio bobo fazer isso, mas não tenho certeza se consegui dar um boa ideia de como ficou o cabelo da Sindy, então vou deixar ai essa imagem só pra vocês terem uma ideiazinha de como eu queria que vocês imaginassem. Comentem, compartilhem, votem e voltem! Logo, logo tem capítulo novo. Beijinhos.
--Cherry, cerejinha do bolo.
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Para além do olhar
RandomSindy Hernández era uma garota peculiar, com suas roupas distintas e seu estilo desinteressado ela com toda certeza sempre era notada em todo lugar que passava, mas ignorada de forma gritante no colégio San Hills, era legítima, não falava com muitas...