Não tenho muita certeza do motivo de eu ter dito aquilo, mas confesso ter machucado um pouco Sindy não ter respondido, apesar de que deve ser meio chocante que alguém diga isso do nada... E se eu estraguei tudo dizendo para ela "não" fazer isso? E se ela entendeu que eu não quero gostar dela, ou levou isso como uma ofensa? Meu Deus eu vou surtar.
—Vou tomar um banho... - Sindy diz se levantando.
Não sou capaz de dizer nada e fico com meus pensamentos, não sei o que vou dizer para ela quando ela voltar, e cada segundo parece uma eternidade, vou me desesperando com isso e surtando aos poucos, até que Sindy chega no quarto, ela vestia um short curto de tecido e uma blusa duas vezes maior que ela. Minha blusa que eu deixei aqui outro dia! Ela se deita do meu lado e me abraça, sinto que ela ainda está quente.
—Peguei sua blusa. - ela diz deitada no meu peito.
—Haham. - é tudo que consigo dizer.
—Vai dormir comigo mesmo?
—Sim, boa noite. - eu devo ser muito idiota, tenho mil coisas pra dizer e digo "boa noite"!?
—Boa noite. - ela diz com voz manhosa, e de derreter o coração.
x X x
Sindy P.O.V
Pela manhã acordo cedo, ainda com dor de cabeça e pensando no que Charlie disse ontem, talvez ele estivesse só cansado, ou talvez tenha dito da boca pra fora, de qualquer forma ele não disse mais nada a respeito, e eu não vou puxar o assunto. Coloco uma regata com o desenho de uma caveira mexicana, e um short preto, amarro uma blusa xadrez vermelha na cintura, passo uma escova no cabelo, só para dizer que o arrumei e vou para a cozinha.
Frito um ovo para o caso de Charlie acordar com fome, e vou até o quarto, não tenho certeza se deveria fazer isso, mas o acordo.
—Já ta na hora? - ele diz com voz de sono.
—Sim, fritei um ovo pra você. Vai ter que passar em casa se vestir e pegar sua mochila?
—Não meu material ficou na escola ontem, e eu vou com a roupa que estou, dani-se. - ele solta uma pequena risadinha.
Eu espero ele comer e se arrumar e saímos para a aula juntos, chegando lá ainda é cedo, ele encosta na minha mesa e conversamos sobre como ele passou o tempo enquanto eu estava desacordada ontem.
—Você fuxicou minhas coisas e leu um livro meu?
—Sim. - ele diz rindo
—Abusado. - dou risada junto.
—Muito bom inclusive.
—Ai meu Deus você gostou de "A Seleção", é minha alma gêmea! - Taylor olha para trás arregalando os olhos e percebo que ela ouviu, me sinto corar por perceber o que disse.
—Talvez eu seja querida. - Taylor faz menção de se levantar, mas percebo que ela se contem.
—Não sou sua querida. - rimos juntos. Nesse momento o professor de matemática entra na sala e ele vai para o seu lugar do espelho de classe.
—Olha só quem resolveu aparecer na minha aula. - o professor comenta e todos me olham. - pensa que eu não notei que gazeou minha aula na semana passada?
—Não gazeei nenhuma aula na semana passada. - digo firme.
—Na primeira aula você estava, e na ultima não. - o professor se aproxima de mim. - se não gazeou o que aconteceu?
—Fui suspensa. - digo seca. Esse professor é irmão do Valdir, e não sei o quão parecido com o irmão ele é, pelos boatos que ouvi, muito, então não dou um pingo de confiança.
—Era de se esperar. - ele diz e eu sinto uma enorme vontade de discutir com ele, mas na semana passada essa não havia sido minha melhor ideia, e esta ainda é a primeira aula.
A aula passa se arrastando, Chalie vez ou outra me lança um olhar e um sorriso que aceleram meu coração, e quando finalmente chega o intervalo eu me sinto aliviada, até sair de dentro da sala, me deparo com Taylor aos amassos com Charlie, finjo não me importar e continuo andando, depois de uma semana sem nunca senti tanta vontade de fumar. Passo por Valdir e o ignoro, ele tenta me segurar pelo braço, mas me solto e continuo andando, vou me arrepender disso depois, mas vou para o banheiro, e agora estou na mesma situação de quando tudo começou, trancada numa cabine do banheiro fumando.
Quando saio do banheiro sinto como se a ultima semana não tivesse acontecido, tento me convencer de que não aconteceu, chego atrasada na aula de sociologia.
—Se veio apenas atrapalhar minha aula te peço que nem entre Sindy. - ignoro o professor entrando na sala, evitando olhar para Charlie.
Por diversas vezes sinto vontade de discutir com o professor, porém não estou com animo para isso, minha cabeça ainda dói, acho que ainda estou com febre e a cena do intervalo ainda está na minha cabeça, então apenas ignoro os comentários dele que parecem ser apenas provocações para mim. Perto do fim da aula recebo uma mensagem, com um o celular embaixo da mesa vejo discretamente.
--Oi, saudades, o que está fazendo :)
--Oi Arthur, estou numa aula saco de sociologia. E você?
--Passeando com o Lilo. - ele responde quase que de imediato e envia uma foto dele e do Lilo.
--Isso é perto da minha escola.
--Legal, que horas acaba sua aula?
--11:30 - envio uma foto revirando os olhos, me sinto tão fútil, mas isso me faz esquecer um pouco de Charlie, então me sinto bem.
--Posso passar ai? Sei que você trabalha, mas eu te acompanho.
--Na verdade eu não trabalho nas segundas, podemos sair?
--Opa, claro, te pago um açaí, você gosta..?
--AMO, te vejo depois da aula, beijos. <3
--Beijos, até depois. <3
Desligo a tela do celular e vejo que o professor de matemática está passando atividades no quadro, hora de estudar crianças.
NÃO ME IGNORA, PLEASE!!!
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Oii pessoinha, muito obrigada por estar lendo, espero que esteja gostando, se estiver, deixa seu voto, compartilha a história, me deixa um comentário de apoio, ou até mesmo uma critica construtiva, e me diz ai, você acha que a frequência em que eu posto está boa? Se acha que eu deveria postar com mais frequência, pode falar, tenho sempre vários capítulos prontos, e sinceramente isso me deixa meio ansiosa e eu tenho vontade de postar todos os dias, mas enfim, até o próximo capítulo meus amores. beijos.
--Cherry, cerejinha do bolo.
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Para além do olhar
DiversosSindy Hernández era uma garota peculiar, com suas roupas distintas e seu estilo desinteressado ela com toda certeza sempre era notada em todo lugar que passava, mas ignorada de forma gritante no colégio San Hills, era legítima, não falava com muitas...