Já fazia um mês que meu irmão havia voltado, Charlie e eu não estávamos mais nos falando e Arthur e eu estávamos cada vez mais próximos, apesar de Arthur ser fofo eu não parava de pensar em Charlie, a saudade dele só cresce e ver ele sempre me faz querer me aproximar de novo... Valdir continua me machucando e eu não pude contar ao meu irmão quem era, fiquei com medo que ele tivesse alguma reação exagerada.
Hoje eu vou ter uma prova de física, estou até que confiante, sei que entendi a matéria, e acho que vou me sair bem, Arthur passaria me buscar então me arrumo rápido, coloco uma saia preta curta, uma meia arrastão e uma blusa dos Beatles, um all star vermelho e uma touca vermelha.
—Sindy, sua putinha chegou. - Bryan grita da cozinha, ele ainda não conhece Arthur, não deixei que se vissem ainda, mas sempre que ele ouve uma voz masculina chamando por mim grita isso.
—Tchau baka - digo passando por ele com mochila e chaves, ele me puxa e me da um beijo no rosto.
—Se cuida maninha.
—Claro, não some maninho.
—Baka. - ele ri e bate em mim com o pano de louça enquanto eu saio fechando a porta atras de mim.
—Oi meu amor. - Arthur me beija.
—Oi, tudo bem?
—Tudo sim, como você ta linda. - ele diz me deixando meio sem jeito.
—Vim te buscar de moto hoje.
—Como? E você tem carteira?
—Detalhes meu anjinho, detalhes - ele diz colocando o capacete e me entregando outro.
—Espero que isso seja seguro, to afim de morrer hoje não viu.
—Pode deixar. - ele diz rindo.
x X x
Arthur se despede de mim na frente da escola com um beijo e eu espero ele ir embora para me virar para entrar, porém quando me viro dou de cara com Charlie, de olhos arregalados para mim, perto de mais para que eu pudesse me esquivar.
—Você está namorando.
—Oi... Tick. - digo após perceber de quem se trata.
—Preciso falar com você.
—Certo... - não consigo dizer mais do que isso antes dele de alguma forma me fazer apagar.
x X x
Quando eu acordo sinto uma dor forte na cabeça, denunciando que provavelmente ele me apagou com uma pancada ali, tento levar a mão ao local que dói, porém noto estar amarrada, não... Acorrentada, meus pulsos estão presos a um cano de ferro na parede, o local está escuro e úmido, sinto meus dedos dormentes, não sei a quanto tempo estou ali, hoje é sexta, Arthur me buscaria no serviço no fim do dia, quando isso acontecer ele vai descobrir que não fui trabalhar e vai procurar por mim.
Ouço um barulho de rangido, como uma porta de ferro muito pesada se abrindo, o que me tira de meus pensamentos e eu finjo ainda estar apagada.
—Você não me engana Sindy, sei que está acordada. - não respondo a voz tão conhecida. - terei que ferir você para que a dor faça com que abra os olhos? - continuo quieta, Tick me machucaria mesmo depois de tudo?
Pela dor que sinto diria que sim, tendo me manter firme com o corte que sinto ele fazer em meu braço, mas não suporto por muito tempo e abro os olho gritando em desespero.
—Para, por favor para Tick. - digo já quase chorando.
—Olha quem resolveu acordar. - a frase dele me lembra de quando ele cuidou de mim em minha casa, não tem como crer que era o mesmo garoto... Bom, não era.
—Tick... - disse chorando, ele havia cortado meu braço muito fundo, inclusive por cima da queimadura que Valmir havia feito.
—Preciso conversar com você, mas aproveitando que Charlie está magoado demais com você para me impedir, vou me divertir um pouquinho antes.
—O que você quer dizer com isso Tick? - digo quase em desespero.
—Vou te mostrar. - ele puxa meu corpo para cima pela cintura, o que me causa um calafrio e uma leve dor por conta de alguns machucados quase sãos nessa região.
Ele puxa o canivete que já estava usando para cortar meus braços e continua, os cortes se assemelham aos que eu costumava fazer, o que faz com que algumas lagrimas escorram por lembrar dos motivos de eu os fazer.
—Você fez com que Charlie fizesse isso com a gente, nada mais justo do que fazer com você. - ele dizia enquanto cortava. - você fez com que ele nos odiasse, fez com que ele tentasse me matar de todas as formas, ele não queria mais viver comigo, não queria mais viver, porque ninguém nos amaria como somos. - cada palavra dele doía mais que os cortes, me fazendo sentir a pior pessoa do mundo por ter feito isso com ele.
Conforme Tick falava percebi que tudo que ele faz é para defender e proteger Charlie, ele percebeu que eu estava o encarando e parou de me cortar.
—Não sou uma má pessoa. - ele diz
—Eu sei, eu sou. - ele parece espantado com a minha resposta e se afasta por um momento fechando os olhos.
—Sindy, não deixa ele te fazer pensar dessa forma. - Charlie diz, em questão de segundos me vejo livre das correntes.
—Charlie...
—O Charlie foi muito idiota de ter feito isso.
Quando percebo que Tick vai me atacar de novo me adianto puxando as correntes com toda força que me resta depois de ter perdido tanto sangue, ele se assusta com o ato o que o deixa mais vulnerável, consigo prende-lo. Ele se debate e grita muito alto, o que me deixa meio assustada, ele puxa as correntes com tanta força que parece que vai rompe-las.
—Sua desgraçada, me solta agora! O que pensa que vai fazer? Se vingar? Acha que vai conseguir ferir Charlie?
—Não quero e não vou te machucar. - digo de longe
—Porra. - ele grita tentando me alcançar preso e ouço o pulso dele estralar, ele fecha os olhos soltando um grito alto e der repente tenho a impressão de que Charlie está de volta. - Sindy... Me solta por favor. Não vou te machucar.
NÃO ME IGNORA, PLEASE!!!
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Hello, então, o que estão achando? Sindy deveria soltar Charlie? Será que Bryan e Arthur estão atras dela? O que Bryan é capaz de fazer quando descobrir tudo isso? Você saberá em breve, nos próximos capítulos... Gente me senti aqueles narrador de história que falava isso nos fins de cada episódio, tinha um desenho assim, ou novela sei lá, se você souber comenta kkkkkkkkkk enfim deixa seu voto, comenta, compartilha, enfim, obrigada por estar lendo, to muito contente com a interação, é contigo mesmo:
<3
--Cherry, cerejinha do bolo.
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Para além do olhar
De TodoSindy Hernández era uma garota peculiar, com suas roupas distintas e seu estilo desinteressado ela com toda certeza sempre era notada em todo lugar que passava, mas ignorada de forma gritante no colégio San Hills, era legítima, não falava com muitas...