O dia passa se arrastando comigo tendo que fazer as entregas sozinha, achei que Charlie apareceria, mas nem sinal dele hoje, talvez seja melhor assim, mas que foi doloroso andar com aquela bike carregada o dia todo foi, chego em casa cansada e me deparo com a porta aberta.
Vou até o quarto lentamente, me perguntando se esqueci a porta aberta, ou se é possível que alguém tenha entrado, chegando ao quarto percebo que não há nada fora do lugar, com exceção de um pedaço de papel em cima da minha cama.
"Sindy, peço desculpa pelo modo como Tick te cortou mais cedo, ele está no controle de tudo agora, e não sei mais o que fazer, se quiser entender melhor o que somos pesquise por TDI, talvez você entenda melhor, e quando eu tiver oportunidade posso te explicar direito, você e minha psicoterapeuta são as únicas que sabem sobre isso, então por favor te imploro que não conte para ninguém, apesar de ter sido por acidente fico feliz que você saiba agora, esse segredo estava me sufocando
--Charlie"
A ideia de saber o motivo de Tick e Charlie serem assim me deixa empolgada, então logo pego meu celular, e me coloco a pesquisar antes mesmo de tomar banho. Pesquisando TDI encontro
"O transtorno dissociativo de personalidade, chamado antigamente de dupla personalidade, geralmente é uma reação a um trauma como forma de ajudar uma pessoa a evitar memórias ruins.O transtorno dissociativo de personalidade é caracterizado pela presença de duas ou mais identidades de personalidades distintas. Cada uma delas pode ter um nome, histórico pessoal e característica distintos.O tratamento é a psicoterapia."
Pesquisando um pouco mais encontro um site que diz que apesar de ter tratamento é uma doença que não tem cura. Quando mais pesquiso e mais informações encontro, mas questões surgem na minha cabeça, pego um moletom que está na minha comoda, roupa e intima e me dirijo para o banho. Enquanto tomo banho imagino o que pode ter acontecido de tão ruim que tenha deixado um trauma tão grande em Charlie, me pergunto quanto tempo faz... Mil quinhentas e dez perguntas rodeiam minha mente, e eu só vou conseguir as respostas quando falar com Charlie, porque aposto que Tick não me diria nada.
Após o banho me deito na cama, sinto o cheiro do perfumo de Charlie, é quando noto que o moletom que estou usando na verdade é dele, mal tenho tempo para me repreender pelo sorriso bobo e recebo uma mensagem.
--Olá estranha que gosta de animais, como está?
--Bem, e o Lilo?
--Obrigado pela consideração por mim, Lilo está bem.
Envio um emoji mostrando a língua, mas ele não visualiza mais, pego meus cadernos da escola e resolvo fazer algo mais produtivo do que ficar toda boba por um garoto ou outro, então começo a colocar a matéria que foi enviada no grupo da sala em dia, estou suspensa, mas isso aqui ainda pode cair na prova.
x X x
Acordo as 9:00 desentendida de como eu que estava na sala copiando matéria da escola acordei no quarto, deitada na minha cama. Me levanto ainda meio sonolenta, escovo os dentes e me dirijo a cozinha, é quando vejo Tick, bem ali na minha cozinha fazendo um omelete.
—Caralho, que porra você ta fazendo aqui?
—Bom dia pra você também. Charlie veio pra sua casa pouco depois da meia-noite, você tava estivada aqui nessa mesa copiando sabe-se lá Deus o que, Charlie te pegou no colo e te colocou na cama, dormiu no sofá e hoje pela manhã eu sai para comprar algo descente para você comer, porque chegamos a conclusão de que você vai morrer de fome se nenhum adulto te ajudar.
—Já sou crescidinha o suficiente para me cuidar.
—Então posso levar as compras embora? - eu não respondo, realmente precisava daquilo. - Foi o que eu pensei.
—Obrigada... - me aproximo dele e dou um abraço, ele arrega-la os olhos por um instante, como se ninguém nunca tivesse lhe dado um abraço, mas logo ele retribui e penso ter visto um sorriso em seu rosto.
—Ok, chega pirralha, não sou o papai noel pra você querer sentar no meu colo e ganhar presente.
—Em primeiro lugar você me trouxe essas coisas porque quis - digo me sentando de frente para ele. - Em segundo lugar eu apenas te abracei, e terceiro, acha mesmo que eu quero sentar no seu colo? - ele fica todo vermelho e se vira pro fogão novamente.
—Come e cala a boca. - ele diz colocando um omelete no meu prato e servindo o outro para ele, apesar da forma agressiva de falar, ele sorri para mim.
—Tick... - chamo para quebrar o silencio enquanto comemos, ele me olha e eu prossigo. - O que te fez "nascer", o que aconteceu para causa o TDI?
—Deveria ter mais respeito aos traumas das pessoas Sindy, eu não chego em você perguntando sobre os cortes que tem no pulso. - estremeço com o comentário, e abaixo a cabeça, não sei se teria coragem de contar isso para ele, mas tento mesmo assim.
—Está curioso a respeito não está?
—Na verdade sim, o que sem duvidas impressiona até a mim mesmo, não costumo me importar nem com o que acontece na vida do Charlie, imagine das outras pessoas...
—Muita coisa já aconteceu comigo... Não ter conhecido meus pais e ter sido abandonada pelo meu irmão foi foda e as coisas só foram ladeira abaixo depois disso.
—Não foi muito especifico... Bom, eu já te contei o que aconteceu na verdade... Mas isso não importa. - percebo que ele está falando sobre a irmã.
—Eu... - Começo a falar porém alguém batendo na porta me interrompe. - Já volto. - digo
—Certo. - ele concorda de boca cheia e eu faço uma careta demonstrando desaprovação.
—Oi, desculpa a demora te responder ontem, provavelmente quando mandei mensagem você já estava dormindo, então eu e Lilo resolvemos passar aqui te chamar para dar uma voltinha para compensar. - Arthur diz assim que abro a porta, não me deixa nem dizer "oi", fala tudo de uma vez, como um discurso bem decorado.
—Acho que...
—Quem é esse? - Tick me interrompe.
NÃO ME IGNORA, PLEASE!!!
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Hi, obrigada por ler, sou nova nesse estilo de livro, mas estou tentando gente, deixe seu comentário, seja ele uma critica, uma dica, uma observação, ou um apoio, sério, preciso muito de apoio se for realmente continuar essa historia... E gostaria que bastante gente visse, então deixe seu voto, e compartilha com alguém que você sabe que iria gostar, vou ficar muito feliz, até o próximo capítulo docinho, espero que esteja gostando.
--Cherry, cerejinha do bolo.
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Para além do olhar
DiversosSindy Hernández era uma garota peculiar, com suas roupas distintas e seu estilo desinteressado ela com toda certeza sempre era notada em todo lugar que passava, mas ignorada de forma gritante no colégio San Hills, era legítima, não falava com muitas...