Prólogo

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  Expulsa mais uma vez injustamente da sala de aula eu me dirijo para o banheiro, meu cu que eu vou pra direção, ninguém mandou confiar em mim para ir até lá sozinha, pego um cigarro e me tranco na cabine, a porta não tranca então apoio meu pé nela para mante-la fechada, dou uma tragada e observo minha perna encostada na porta, estou de meia arrastão com uma saia curta, inclusive esse foi o assunto que me fez ser expulsa da sala, o professor de sociologia queria nos fazer entender que a mulher precisa se valorizar, e não usar roupa curta se não quer que não homem mexa com elas, gritei "morte ao pênis" no meio da discussão e fui praticamente linchada da sala, mas prefiro isso do que não me expressar, me digam meninas, ta errado? MORTE AO PÊNIS!

  Ouço murmúrios e saio da cabine, o que a curiosidade não faz comigo, a voz vem do banheiro masculino, que fica bem ao lado do feminino, decido não entrar, afinal não é da minha conta.

–PORRA! - ouço alguém gritar, seguido de um barulho muito alto. Não é da minha conta o caralho, que merda ta acontecendo naquele banheiro?

  Entro e me deparo com Charlie (tenho quase certeza que é esse o nome dele) um garoto sem graça pra quem todo mundo paga pau, ele está com a mão sangrando e o espelho do banheiro está quebrado e ele me olha com fúria.

–Que cheiro horrível. - É o que digo para ele, ele apenas me olha não diz nada.

  O faxineiro entra no banheiro, aparentemente MUITO PUTO ao ver o espelho no chão, e pela primeira vez a cagada não foi minha.

–O que vocês dois fizeram? - Ele perguntou como se fizesse uma força sobre-humana para não gritar. Olho para Charlie e ele estava com cara de quem iria avançar em qualquer um na sua frente, mas aos poucos ele vai murchando, como se viesse uma calma quase que instantânea para seu corpo.

–Ela só estava tentando pegar o cigarro de volta, foi um acidente. - Mas que filho da puta cara de pau!

–Sempre metida em problemas não é mesmo Sindy? - O faxineiro me lança um olhar estranho. - Vamos, vocês vão explicar isso para o diretor.

  Na sala do diretor é aquela merda de sempre, o que me deixa puta é eu estar levando a culpa, o tapado do diretor tem a regrinha estupida de que só podemos falar depois de ouvi-lo, raramente obedeço isso, mas estou poupando energias para resolver algo que realmente fui eu que fiz, o maldito assunto da aula de sociologia, o qual já concordamos que eu estava totalmente certa...]

–Fica determinado então que você vai pagar o espelho Sindy... - Ouço o diretor dizer no meio do seu discurso o qual eu estava ignorando.

–Como é? Eu não vou pagar porra nenhuma eu não...

–Pode deixar que eu falo com ela diretor, preciso pedir desculpa pelo cigarro ainda...

–Você estava certo em impedi-la de fumar nas dependências da escola senhor Charlie... - O diretor começa a falar, mas Charlie me arrasta pra fora da sala dele.

–Não pode contar pra ele o que aconteceu! É serio...

–Pouco me importa se é sério ou não, não vou pagar a porra de um espelho que VOCÊ quebrou.

–Caralho fala baixo, escuta... - Vejo ele parecer irritado mais uma vez. - Me encontra atrás da escola hoje, se o que eu fizer não te convencer, eu mesmo confesso pra diretor que fui eu.

  Geralmente eu não aceitaria, mas fiquei curiosa pra saber como ele vai tentar me convencer, então concordei com a ideia.

–Senhorita Hernández, ainda preciso falar com a senhorita a respeito de outro assunto. - o diretor me chama quando estou me dirigindo para a saída, MERDA.

–Claro senhor. - entro na sala dele, e me sento.

–Não acha que vem se envolvendo em muitos problemas ultimamente?

–Não acha que um professor de SOCIOLOGIA, deveria ter mais empatia e respeito, além de que com toda certeza, não deveria julgar a roupa de uma mulher!?

–Senhorita, pelo amor de Deus...

–Senhor, o senhor tem uma filha correto?

–Sim, mas o que isso...

–Se a filha do senhor fosse ir para praia com algumas amigas, colocasse uma roupa curta e saísse de casa, e no caminho um homem a agarra e a estupra, o senhor denunciaria a roupa curta da sua filha?

–Pelo amor de Deus ir a praia é algo totalmente diferente de andar na rua Sindy!

–Então o senhor estupraria uma garota usando um short curto na rua simplesmente por conta da roupa?

–Eu não sou esse tipo de homem, por Deus Sindy!

–Estupradores não se importam se a mulher estiver usando uma burca ou um shortinho, e seja um, ou seja o outro, homem nenhum tem esse direito!

–Mesmo assim não justifica ter gritado daquela forma em sala, eu já fui informado do que fez.

–Foi uma forma de protesto totalmente passiva. 

–Você chama de protesto passivo dizer que vai matar todos os homens?

–Bom, eu não feri ninguém então...

–JÁ CHEGA SENHORITA, discutir com você é uma tarefa inútil e cansativa, esta suspensa por 3 dias por ameaça!

–Tá de sacanagem? Caralho... - me dirijo para a porta. - MORTE EU PÊNIS! - grito saindo e mostrando o dedo para o diretor. - Que se fodam os homens.

  Saio indo para trás da escola, vou esperar o Charlie fumando, ir pra casa só pra ter que voltar aqui daqui uns 20 ou 30 minutos é muito empenho, e na minha casa não tem nada de bom mesmo. 

  Ok, eu não esperava que ele já estivesse me esperando, ele está de costas usando a touca do seu moletom.

–Charlie? - digo ao me aproximar. - Seu nome é Charlie né? 

–Não, não sou o Charlie, meu nome é Tick!



NÃO ME IGNORA, PLEASE!!! 

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Hi, obrigada por ler, sou nova nesse estilo de livro, mas estou tentando gente, deixe seu comentário, seja ele uma critica, uma dica, uma observação, ou um apoio, sério, preciso muito de apoio se for realmente continuar essa historia... E gostaria que bastante gente visse, então deixe seu voto, vou ficar muito feliz, até o próximo capítulo docinho, espero que esteja gostando. 

--Cherry, cerejinha do bolo. 

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