Respiro fundo tomando coragem para conversar com ele, me aproximo e me sento em uma poltrona ao lado dele.
—Certo... Por onde quer começar?
—Seu provável namoro. - ele diz mais do que direto. - começou a namorar mesmo sabendo que eu estava apaixonado por você, e sei que você não tinha nada comigo... Mas custava ter dito que não sentia nada? Continuou próxima, dormiu abraçada comigo, eu fiquei cheio de esperanças...
—Pra começar VOCÊ beijou a Taylor no dia seguinte ao que disse estar se apaixonando, o que magoou bastante se quer saber, e eu não estou namorando. - digo com raiva, porém sem extrapolar, não posso esquecer que ele está dopado.
—Você viu aquilo então... Não achei que tivesse visto okay?
—Então se eu não visse estaria tudo bem?
—Se você não visse seria uma pessoa a menos para mim explicar como Taylor me forçou a beijar ela.
—Te forçou? Você parecia bem feliz para mim.
—Ela "sabe" sobre Valmir... Disse que se eu não fizesse aquilo ela espalharia pra escola toda... Aparentemente ela tem uma foto sua com ele, ela diria que é consentido, enfim, não queria que você acabasse passando por isso.
—Por que não me disse isso?
—Eu tentei, mas você ficava me evitando, e eu não sabia que você tinha visto, pensei que talvez fosse por outro motivo, e ai Arthur foi te buscar aquele dia...
—Eu e ele estamos... Enrolados, mas sinto falta de você, podemos voltar a ser pelo menos amigos?
—Por mais que parta meu coração, quero você por perto, nem que apenas assim.
Eu me aproximo e deito ao seu lado, no fundo sinto ter feito a pior escolha de palavras da minha vida, eu quero Charlie, quero ele mais do que Arthur, quero ele MUITO mais do que Arthur, mas ele é instável, e perigoso para mim, por mais que eu queira ficar com ele, não sei quando ele pode surtar e me machucar, e não posso viver com medo, já Arthur... Ele parece perfeito, mas ainda assim, não sinto que seja perfeito para mim. Sinto Charlie acariciar meu cabelo, coloco meu braço ao redor do seu corpo o abraçando, meus braços parecem pulsar, e doem, fecho os olhos torcendo para aquela ardência passar e tento me concentrar no carinho de Charlie, durmo.
x X x
Acordo bem cedo com vozes altas no quarto, Bryan estava ali, ele discutia com Charlie e eu senti alguém me chacoalhando.
—O que aconteceu, porque ela não acorda? Maninha? - Bryan dizia me chacoalhando pelos ombros.
—Bryan?
—Ai meu Deus - ele me abraça forte. - eu te esperei em casa ontem e você não chegava, dei um jeito de voltar lá pro meio do nada atras de você e não te encontrava de forma alguma, eu fiquei tão preocupado, e ai eu vim até aqui, mas como não estava mais em horário de visita eu não poderia entrar, e ninguém podia me informar se você estava ou não aqui, voltei no primeiro horário que pude. Por que você não acordava? - não o respondo, ele começa a me examinar com os olhos, como fazia quando pequena, ele sempre descobria se eu tinha feito algo, como sair escondida pra brincar na rua ou faltado aula por pura preguiça.
—Eu acho que só estava muito cansada. - digo tentando mover a atenção dele para minha fala
—Por que fez isso? - ele percebe os cortes e seus olhos marejam. - Sindy, por que caralhos você sentiu necessidade de fazer isso?
—Bryan eu...
—Você vai pra casa comigo, vai me explicar o que está acontecendo e eu vou cuidar de você, mas você NUNCA mais vai fazer isso. - ele diz sério, preocupado e com raiva, meu irmão estava desabando de chorar na frente de um estranho para ele.
—Por que tanto alarde? Eu não vou pra casa agora.
—Sim, você vai.
—Não eu não vou.
—Sindy pelo amor de Deus, você vai comigo agora, eu não vou desgrudar de você mais nem por um segundo.
—Então me diz por que todo esse desespero? Sei que deve ser assustador ver a irmã caçula com os braços mutilados, mas Bryan, você não é assim tão desesperado. - Charlie assistia tudo com os olhos arregalados, Bryan soltou minha mão e jogou o próprio corpo de joelhos no chão.
—Foi assim Sindy, foi assim que a mamãe me deixou sozinho com você. Você era recém-nascida, ela me fez prometer que cuidaria de você, que eu cuidaria de uma forma que ela não conseguia, eu me senti um lixo por não ser capaz de impedir que ela fizesse aquilo, e eu prometi não só pra ela, mas pra mim mesmo e pra você, que eu nunca deixaria nada daquele tipo te acontecer, prometi que cuidaria de você e faria de você o mais feliz que eu pudesse ou pelo menos o suficiente para não fazer isso. - ele aponta para o meu braço, eu lanço um olhar para Charlie, não consegui identificar a expressão dele, me ajoelho com Bryan e o abraço forte.
—Isso nunca mais vai acontecer. Eu vou pra casa com você. - eu queria perguntar o motivo da minha mãe ter feito aquilo, queria saber o que aconteceu com meu pai, mas não ousei perguntar, apenas aceitei ir com ele.
Saímos de mãos dadas, eu lancei um ultimo olhar para Charlie, que assentiu para mim, como que concordando com a minha decisão, me viro novamente e aperto forte a mãe de Bryan, tentando me apoiar, perdi bastante sangue, me sinto tonta, mas não quero ficar internada, e nem tenho condições financeiras para isso, então apenas me esforço para ir embora com Bryan, agora só preciso ficar com ele, porque ele precisa muito mais de mim agora do que eu dele.
NÃO ME IGNORA, PLEASE!!!
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Eai minhas keridaas, gente essa história não está tão longe de acabar viu, estamos nos preparando para as retas finais, mas calma, calma, calma ai, em breve vem mais um livro meu, já ta no forno hein, já tem titulo, sinopse, capa e até uns cap piloto, então finalizando esse já estreia o próximo viu? Votem, comentem, compartilhem e é isso, beijos, beijos, até o próximo cap.
--Cherry, cerejinha do bolo.
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Para além do olhar
RastgeleSindy Hernández era uma garota peculiar, com suas roupas distintas e seu estilo desinteressado ela com toda certeza sempre era notada em todo lugar que passava, mas ignorada de forma gritante no colégio San Hills, era legítima, não falava com muitas...