04 - Parte II

244 41 36
                                    


Soube que talvez eu estivesse gostando dele quando seus dedos se conectaram com os meus, os entrelaçando enquanto eu soltava risadas abafadas e nervosas, ao que meus pés pisavam no ultimo degrau da montanha-russa, que estava toda coberta por plantas. Ouço-o dizer um ''Não tenha medo, Harry. Eu estou aqui caso você escorregar. Eu sempre estarei aqui, uh?'' E, estranhamente, aquilo fora a coisa mais reconfortante que eu havia escutado durante muito tempo.

Obvio que a montanha-russa não funcionava, e, obvio que Louis não deixaria de ir nela por conta disso. Ele era tão... Empolgante e incrível.

E, quando finalmente sentei-me ao seu lado e pude finalmente observar tudo ali com mais clareza e sem nenhum nervosismo e coração batendo de forma desenfreada no peito, meus olhos se arregalam, totalmente desacreditados.

- Louis, isso... - uma risada escapa de meus lábios ao que eu suspiro, satisfeito - É muito legal.

- Eu adoro esse lugar - confessa ele - Acho que é o meu favorito.

Varro meus olhos para o horizonte e entendo o porque. Ali, a visão da cidade era quase completa. Era perfeito. As luzes eram como uma galáxia e cada parte da cidade, parecia brilhar especialmente para ele, parecia... Gritar seu nome em meio à brisa fria de Londres.

- Eu nem ao menos sabia que ele existia - murmuro, voltando a olhá-lo - Obrigado.

Louis retribui meu agradecimento com um sorriso e um gesto com a cabeça, suspirando tranquilamente.

Naquela noite, eu e Louis ficamos satisfeitos em observar as estrelas do alto.

- Está com frio? - ele pergunta, depois de longos minutos de silêncio, que felizmente, não fora nenhum incomodo para nenhum de nós.

Estava claro que eu sentia frio. A julgar por lábios e ponta do nariz rosados, eu estava realmente com frio.

- Não muito - minto, desviando o olhar para minhas mãos em meu colo.

- Você pode se encostar em mim, se quiser - ele oferece, ao que eu coro fortemente.

Segundos depois, ajeito meu famoso boné e deslizo para o lado, ficando com metade de meu corpo colado ao seu.

Se antes eu conseguia sentir seu cheiro perfeitamente, aquele momento parecia acender uma lâmpada em minha cabeça, uma lâmpada fluorescente, berrando algo como ''Deeeeus, você está tão perto dele!'' mentalmente, eu respondia a lâmpada com um ''Eu seeeeei! Eu estou tãaao perto dele!" E eu realmente não me sentia um adolescente bobão por causa disso.

- Qual é a diferença entre noite e dia, além das pessoas que ficam e das pessoas que vão? - ele diz, de repente, fazendo-me franzir o cenho e soltar lentamente o ar por entre meus lábios.

Fixo meu olhar nas luzes da cidade e suspiro em seguida.

Eu conhecia aquilo. Sabia de onde aquela frase vinha.

- O sentimento de amor, e o sentimento de ódio? - continuo, nem ao menos conseguindo olhá-lo.

Eu sabia que ele estava surpreso, e, de certa forma, me senti bem com aquilo. Geralmente, Louis era sempre o que surpreendia, com seu jeito misterioso, incrível e que me fazia perder metade de meu fôlego.

- Então você conhece The Wild Reeds? - ele pergunta, soltando uma risada nasalada e surpresa em seguida - Isso é incrível, sabe? Pensei que ninguém além do mundo pudesse gostar de verdade delas - era a minha vez de rir - Então, eu estava com essa droga de música o dia inteiro borbulhando em minha mente, uh? Essas questões... Elas são interessantes... - então, ele para com seu diálogo e eu o fito, piscando algumas vezes - Quero que você as responda, Harry. Você pode?

Creep | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora