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You're so fucking especial...





                                               Louis







Não demonstrei surpresa alguma quando Senhor Bastian me expulsara de casa, berrando insultos e atrocidades em minha direção, ao que minha mãe chorava e dizia para o mesmo se acalmar, já farta de todo aquele belo show.

Fora bem pior do que eu imaginara.

Bastian não só me enxotara de sua vida como um cachorro, como também se descontrolara.

E Bastian sempre fora muito controlado.

O grande e perfeito conforto fora Harry, que abrira seus braços - ou apartamento para mim. Mitch, Sarah e Jesy concordaram sem hesitar em me deixar ficar um par de dias ali, dando-me olhares significativos e confortando-me, enquanto eu passava dias fora, procurando algum lugar bom o suficiente, mesmo Harry dizendo que não haveria problema algum em ficar ali quanto tempo eu quisesse.

Ele e eu passávamos mais horas juntos do que podíamos contar e, sinceramente, eu não estava achando nem um pouco ruim. O garoto moreno e de olhos tímidos conquistava a cada dia mais meu coração, roubando noventa e nove por cento de meus pensamentos. Era quase como "Está chovendo, eu adoro a chuva e... Será que Harry está agasalhado corretamente?"

Eu o amava.

Eu definitivamente o amava demais.

Harry tornou-se, em pouco tempo, o meu mundo. Tornou-se tudo o que eu mais precisava quando estava triste, feliz, ou, até mesmo, irritado. Ele era como um calmante, ele era... Perfeito. Sinceramente, eu não me via sem ele no futuro.

E, em um daqueles dias onde todos os nossos amigos resolveram simplesmente sair, eu tive aquela ideia.

Harry voltaria da cafeteria em duas horas, e eu sabia que eu teria de ser rápido se quisesse mesmo fazer dar certo.

Como eu reparara que Mitch tinha certa obsessão pela querida e amada época natalina, o mesmo continha milhares e milhares de luzes de natal, reforçando com minha ideia. Logo, não tardo a pega-las e a depositá-las por toda a casa, achando-me, por um momento, literalmente insano.

Divertido. Eu penso, passando a língua pelos lábios e partindo a escurecer o ambiente, bloqueando qualquer fresta de luz natural que insistia em entrar no lugar. 

De fundo, tocava alguma música calma demais e que, maravilhosamente me inspirava na decoração improvisada.

Talvez Slow Life do Grizzly Bear. Era boa. Ótima.

O quê? Não julgue a música só por estar na trilha sonora de um filme bobo de vampiro. Bom filme, aliás.

E, perdido em pensamentos que finalmente me vi terminando de engatar na parede mais próxima o último fio de luz natalina, que deixara o ambiente amarelado, exatamente como o parque ficava quando eu ligava as famosas luzes.

Se Bastian descobrisse que eu pegara uma parte de seu dinheiro para reconstruir um parque abandonado e caído aos pedaços, eu tinha certeza que ocorreria um assassinato.

Creep | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora