18 | É minha única oferta

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Tive que maneirar no vinho para ficar consciente o bastante para entender o que Marcus me falaria à meia-noite

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Tive que maneirar no vinho para ficar consciente o bastante para entender o que Marcus me falaria à meia-noite. A bebida e as danças suaves me ajudavam a de vez em quando me esquecer do meu compromisso com aquela cobra, mas, todas as vezes que eu puxava meu aparelho do bolso para verificar as horas, eu me lembrava rapidamente da mensagem que recebi. Era uma tortura periódica.

Quando faltavam dez minutos para a meia-noite, deixei a pista de dança na quadra e me sentei na arquibancada onde estavam Ana, Estela e uma garota novata. Joshua continuava dançando e conversando com Luca e Alessandro sob o globo de discoteca. Observei os DJs mascarados no palco à esquerda. Percebi que eles traziam de volta alguns sucessos pops e eletrônicos dos anos 1990 e 2000, como I Don't Know, de Erika, que estava sendo tocada justamente agora. Fiquei satisfeito por eles não terem optado por canções que tivessem verdadeiramente a ver com baile de máscaras.

Luzes coloridas — a única iluminação do local — refletiam em todos os cantos da quadra.

— Alec! — Ana veio até mim e me beijou na bochecha. — Meu Deus, você tá perfeito! — Ela falava um pouco alto para compensar o som da música. — Lindo, amor, lindo!

— Nada muito diferente de você — sorri, analisando seu vestido da mesma cor que a sua máscara avermelhada. Ana havia alisado seu cabelo ruivo, e agora ele estava amarrado no topo da cabeça. — Como vai?

Ela deu um gole intenso em sua bebida laranja.

— Estou ótima. — Seus olhos foram para o centro agitado da quadra. — Joshua tá maravilhoso também. Metade branco e metade preto. Adorei.

Sorri com certa timidez ao ver meu namorado rindo abertamente do diálogo que estava tendo com seus amigos de quarto.

— Tenho muita sorte mesmo.

— Ana! — Estela a chamou com um aceno animado. — Vem ver isso!

— Hum. — Ana bebeu todo o conteúdo da taça. — Preciso de outra bebida. Deixe-me ir lá.

Dei-lhe uma piscadela, apesar de ter suspeitado, por causa da iluminação não muito boa, que ela não tivesse visto. Então me despedi dela com um "Tchau" caloroso, assistindo-a caminhar para o grupo de meninas que há poucos segundos tinha acabado de deixar. Meu olhar encontrou Marcus no processo, o que me fez perder completamente a alegria. Ele estava no fim da arquibancada ao lado de Jeferson. Marcus tirou brevemente sua máscara que cobria o rosto inteiro só para me encarar nos olhos. Nenhum álcool no meu corpo me faria de desentendido para não perceber que o seu gesto era um aviso de que a hora da conversa tinha chegado. Concluí isso ainda mais quando o garoto deu meia volta com seu namorado, deixando a quadra.

Porcaria.

Respirei fundo, pus-me de pé e fui até a pista de novo falar com Joshua. Ele estava tão sorridente que pensei em não lhe dar satisfação sobre minha saída e simplesmente fugir do ambiente por uns minutos. O que me impediu disso foi ter sido avistado por ele quando quase girei os pés. Vish, já era.

ALPHA: OS INTRUSOS [LIVRO 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora