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9. Ela

Olá meus amores, eu gostaria de dizer que estou amando os comentários de vocês. Vocês pediram e eu resolvi atender: vamos conhecer um pouco dos pensamentos da Gizelly nesse capítulo, mas não pretendo escrever sempre na visão dela, vamos ver...

Se preparem para esse capítulo e spoiler básico: o próximo capítulo é pra arrebentar os corações, mas não sei se vou conseguir postar amanhã. Prometo não demorar. 

Eu tô colocando muito meu coração nessa fic, porque tô vivendo uma situação amorosa relativamente parecida e eu escrevo muito como se fosse um modo de externar os meus sentimentos... Enfim, me perdoem por isso!

Espero que gostem e COMENTEM!

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A barraca era realmente espaçosa, havia dois colchões de solteiro, então não dormiríamos juntas. Terminei de arrumar o que era necessário e tomei um banho na casa da Verinha, uma senhora muito gentil.

- Precisa de mais alguma coisa, doutora? – a senhora perguntou, assim que terminei de pegar mais coisas.

- Não, Verinha. Obrigada, você é sempre muito gentil. – falei, lhe dando um abraço apertado.

- Você é quem faz muito por nós, doutora. – ela sorriu, um pouco envergonhada.

- Eu já te disse sobre isso de "doutora", né? Eu sou apenas Marcela. E eu faço apenas o que amo fazer, ajudar o próximo. – falei.

- A outra moça não quer tomar um banho? Não é quentinho, mas vai ajudar. – ela perguntou, observando Gizelly arrumando suas coisas.

- Vou perguntar, Verinha. Obrigada! – respondi, saindo. – Gizelly, quer tomar um banho? Tem um banheiro na casa daquela senhora ali.

- Quero sim! – ela respondeu. – Só que eu esqueci minha toalha no carro da Rafa.

- Se não se importar, pode usar a minha. Também não tenho outra, sempre venho com pouca coisa. Posso perguntar a Verinha se ela tem alguma sobrando.

- Não precisa, eu uso a sua. – ela respondeu, pegando minha toalha que não estava muito molhada.

Observei ela caminhando até a casa da senhora, que estava bem próxima da barraca. O vilarejo era grande, mas não tinha luz, água potável e outras coisas extremamente necessárias. Sempre que eu visitava aquelas pessoas, observava como havia coisas tão mínimas para nós, mas que seria tão importante para outros. Me perdi em meus pensamentos, não notei quando Gizelly chegou.

- Perdida, doutora? – ela perguntou, também encostando no carro.

- Gosto de observar a noite, Gi. – falei, sem parar de observar o céu estrelado.

- É bem bonita aqui... – ela respondeu, me olhando.

GIZELLY.

Eu sempre fui uma mulher determinada, nunca deixei nada atrapalhar o meu foco. Sempre levei a minha faculdade extremamente a sério, nunca permiti que nada fugisse do meu controle, mesmo passando diversas situações complicadas. Só que tudo mudou naquele dia... Maldito dia! Eu aceitei o estágio em um dos melhores hospitais da cidade do Rio de Janeiro, inclusive, com a médica mais conceituada na área da ginecologia e obstétrica da cidade: Marcela Mc Gowan. Sim, nada poderia me atrapalhar. Era uma oportunidade de estar em um bom emprego, em um bom estágio e com boas referências. Eu só não sabia de uma coisa... que eu iria me apaixonar por uma das donas de todo esse império.

Marcela não era nada do que eu pensava. Era extremamente atenciosa, uma delicadeza e bondade que passava dos limites. Desde o dia que ela entrou naquela sala, eu nunca mais pude fugir dos meus pensamentos por ela. Por que ela tinha que ser assim? Desde o dia que ela me escutou, pronta pra me ajudar e escutar, eu tive uma única certeza: era ela que eu queria. Só que Marcela era noiva. Sim, noiva. E pior: noiva de um babaca, além de possivelmente ser hétero. Gizelly, você é idiota! Sangue, fogo e labareda. O que eu vou fazer?