12. One Day

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OI, DENGOS! Cheguei com um capítulo não muito grande, mas estou tentando postar na medida do possível. Eu sei que vocês estão de quarentena, no tédio... mas isso tá mexendo com todo mundo, inclusive com a minha criatividade. Só que prometo não abandonar vocês.

Por favor, comentem! Eu simplesmente amo conversar com vocês ♥ Boa leitura!

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POV MARCELA

Parece que quanto mais você deseja que o tempo passe, mais ele demora. Eu não conseguia ver a Gizelly durante a semana porque nossos horários não batiam, nossa rotina era complicada, então só restava o final de semana. Hoje teríamos o nosso "encontro". Engraçado era perceber como eu estava nervosa e ansiosa. Sabe quando você deseja a cada segundo sentir o cheiro da pessoa? Escutar a voz? Abraçar, beijar... É impressionante os sentimentos que a Gizelly me causa. Eu me sentia novamente uma adolescente. Eu me sentia viva.

Era sábado a tarde e eu estava andando no shopping, gostaria de achar um presente que fosse lhe agradar. Era nosso primeiro encontro e eu gostaria que fosse como um filme clichê romântico, daqueles com flores e presentes. Eu não conseguia tão bem os gostos da Gizelly, mas achei uma edição linda de um livro clássico que ela adoraria. Eu sabia que ela amava ler e que iria gostar do presente. Aproveitei pra achar uma roupa, comprei um vestido azul claro que descobri ser a sua cor favorita uns dias atrás. Sim, eu estava igual uma menina de 15 anos com o seu primeiro amor. Cheguei no meu apartamento, pronta para começar a me arrumar quando a campainha tocou.

Pensei somente na única pessoa que era autorizada a subir sem ligação: minha mãe. Eu ainda não havia conversado com ela sobre o término do noivado. Nós não tínhamos tanto contato e minha mãe nem sabia direito sobre o casamento, eu estava planejando essa conversa, mas não agora.

- Marcela? Você pode me explicar qual é o motivo do término com o Fábio? – ela perguntou com a voz alterada. – Afinal a única explicação que eu penso é que você tenha enlouquecido.

- Boa tarde pra você também, mamãe. Eu não sabia que minha vida amorosa precisava ser compartilhada e que minhas escolhas precisavam da sua autorização. Sim, estou bem! Aliás, muito bem. – expliquei com a maior calma que eu poderia naquele momento.

- Você é idiota, Marcela? Como é que você tem coragem de terminar com o homem perfeito que é o Fábio? Faltando três meses para o seu casamento? – perguntou, me encarando de frente.

- Se acha ele tão perfeito, por que não se separou do papai e ficou com ele? Me poupe. – falei. – Eu tenho 31 anos, vocês nunca me permitiram falhar, eu não viveria um casamento de aparências porque você ou qualquer outra pessoa acha que é ideal. EU SEI O QUE É MELHOR PRA MIM. – gritei.

- Abaixe o seu tom de voz, Marcela Mc Gowan. Sinceramente, você está completamente perdida. Suponho que avalie melhor suas escolhas, o Fábio disse que você anda se envolvendo com pessoas... erradas. – falou, sentando-se no sofá.

- Eu não sei o que o Fábio falou, aliás, não me interessa. Eu já fiz minha escolha e esse relacionamento não existe mais. Eu não vou ficar aqui te explicando nada, agora se me der licença, vou tomar um banho.

- Marcela, eu só vou te avisar uma vez... – apontou o dedo. – Aquele hospital que você trabalha, quem manda sou eu, tenha mais respeito. Suponho que você não queira perder o seu emprego...

- Eu não me importo com suas ameaças. – respondi. – Agora se retire do meu apartamento, por favor... ou ele também é seu?

Ela não respondeu, pegou a bolsa e saiu. Eu caí num choro silencioso. O Fábio não ia desistir de infernizar minha vida e agora a minha mãe também não. O único que sempre me acolheu foi o meu pai, mas ele era um homem extremamente ocupado. Minha mãe sempre me criou para ser uma princesa, uma médica bem sucedida, uma pessoa de aparências. Só que eu nunca fui do jeito que ela queria. Fiz o curso de medicina, mas segui a área que me interessava, investi nos meus projetos sociais e o meu sonho era ter o meu próprio consultório, apesar de amar o hospital da família. Agora, mais do que nunca, quero concretizar isso e não precisar escutar esse tipo de coisa. Não sei quanto tempo demorei pensando na situação que acabará de acontecer. Escutei o celular tocar e me assustei quando vi a hora.

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