Jardim à meia noite

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Bem vindo(a).

Época de quarentena e eu começando mais uma história 😎

O medo que eu tô disso flopar porém vamos lá.

Edelvais é um conto, ou seja vai ser curto, e é inspirado em uma lenda japonesa.

A palavra Edelvais vem da flor de edelvais, que diz a lenda ter sido criada a partir das lágrimas de uma mulher solitária, que chorou quando um homem subiu o enorme penhasco para chegar até ela.

Dêem muito amor a isso meu deus. Não me flopem.

É a primeira vez que escrevo romance/drama então não me julguem, não sou muito boa nisso :(

É a primeira vez que escrevo romance/drama então não me julguem, não sou muito boa nisso :(

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1886 - Dinastia Joseon

Im Da-som nasceu com seu destino definido: viveria isolada de todos, exceto alguns empregados, e então seria usada no ritual de estrangulamento no Ano Novo Lunar, assim salvando toda a sua família.

Quando pequena, nunca entendeu porque vivia separada de suas irmãs mais novas, até que com onze anos, lhe foi explicado seu dever.

Nunca comemorou nenhum feriado, nunca saiu ou visitou a cidade perto de onde morava, nunca teve amigos. Nunca se apaixonou.

Agora, possuía vinte anos, e no dia de ano novo, que seria em dois meses, seria estrangulada, e então seu sangue seria usado para proteger a porta de entrada da enorme casa onde vivia, para impedir que a maldição jogada em seus familiares chegasse até os mesmos.

Ela olhou pela janela, vendo as estrelas, o céu escuro e limpo, a lua brilhante a olhando. Da-som amava observar o céu.
Fechou o livro que antes lia e olhou para o relógio pequeno e velho na parede. Mais dois minutos e então seria meia-noite.

Todos os dias, a meia-noite em ponto, ela saía para o jardim sem que ninguém soubesse. Isso era o mais próximo de liberdade que tinha.
Ela calçou seus chinelos e apagou a vela que iluminava seu quarto. Ficou em frente a porta de madeira. Olhou para o relógio novamente, vendo que estava na hora.

Abriu rapidamente a porta, a fechando tentando fazer o mínimo barulho possível.

Diferente de seus pais e irmãs, o quarto de Da-som ficava na ala dos empregados, na parte onde as paredes eram de pedras frias e não possuía luz, fazendo com que dependessem de velas.

Ela passou pelos quartos dos empregados tentando não fazer nenhum ruído, e assim que ficou distante o suficiente, soltou o ar que nem sabia que prendia.

Abriu a porta que dava para o belo jardim e sorriu assim que respirou o ar puro.

Nunca ficava muito tempo fora, no máximo vinte minutos, porque não poderia arriscar ser pega.
Se algum empregado a visse, estaria encrencada, já que apenas dois sabiam de sua existência.

Caminhou em direção as flores, se agachando no chão e tocando levemente as pétalas, com medo de que ao sentir seu toque, as flores morressem ou suas pétalas caíssem.
Ficou um tempo assim, até que ouviu passos. Se assustou, ficando em pé e olhou em volta, a procura de um lugar para se esconder.

Correu até um banco de madeira, ficando atrás dele. Por uma fresta, ela observou o jardim, a procura de quem seria o dono dos passos que ouviu.
Ela pôde ver duas pernas cobertas por uma calça se dobrarem. A pessoa se ajoelhou e ficou parada, tocando nas pétalas de flores ali. Isso era o que ela deveria estar fazendo, ao invés de estar atrás de um banco de uma forma ridícula.

Suas pernas começavam a sentir o efeito de ficar agachada muito tempo, ficando dormentes. Ela tinha que voltar para casa.

A pessoa ainda estava distraída nas flores, então Da-som começou a engatinhar, saindo da proteção que o banco lhe dava. Ela ia lentamente, com medo de fazer barulho. Às vezes se machucava em pequenas pedrinhas, mas tinha que sair da vista do desconhecido e chegar até a porta.
Tudo corria bem. Até ela ver dois pés calçados com chinelos em sua frente.
Da-som levantou a cabeça devagar, pensando numa desculpa.

- Quem é você? - O homem - ou seria garoto? - perguntou.

Ela ficou novamente de pé, cruzando as mãos a frente do corpo.

- B-bem... quem é você? - Ela revidou a pergunta, porque era a única coisa que veio a sua mente.

- O novo jardineiro. - Ele inclinou a cabeça para frente, e Da-som o imitou, sem saber ao certo porque ele fez isto.
E o pior, tinham contratado outro jardineiro? Ela nem sabia que eles tinham um jardineiro. Pensava que os empregados da casa cuidassem do jardim.

- Meu nome é Lee Dong-sun. - Ele novamente inclinou a cabeça, e então olhou para ela. - E a senhorita?

O que Da-som responderia? Ela não poderia dizer nada, porque se ele dissesse algo, estaria encrencada.
Então ela fez a coisa mais estúpida do mundo.

Começou a mexer os dedos das mãos, esticando os braços e fazendo algumas ondas com ele, enquanto emitia um sonoro "uuh" com a boca.

- Sou um fantasma, uuh.

Ela estava corando, tinha certeza disso, porque aquilo era vergonhoso e ridículo. Mas a vergonha passou quando ele riu e ela acabou por rir também.

- Como se chama, fantasma?

- So-Yeon.

Da-som disse o primeiro nome que veio a sua cabeça, que por coincidência era o nome da protagonista do livro que lia.
Ela caminhou novamente até o banco, dessa vez para se sentar. Fechou os olhos e deixou sua cabeça cair para trás, sentindo um leve e relaxante vento. Escutou passos e então ele se sentou ao seu lado.

- Eu nunca vi você. - ele comentou. - Achei que conhecesse todos os empregados.

Da-som abriu um de seus pequenos olhos.

- Eu sou uma fantasma, já lhe disse.

- Não sabia que a família Im contratava seres de outro mundo. - Ele deu um sorriso de lado.

- Bem - ela pigarreou. -, não é como se... eles soubessem que eu existo. - Ela piscou para afastar a tristeza que brotou em seu peito repentinamente, e então olhou para o jardineiro. - Mas é assim com todos os empregados, certo?
Da-som se levantou, ficando de pé e passou as mãos pela enorme saia, que agora já ficava um pouco apertada por ser antiga.

- Preciso ir, estou ficando com sono. Até. - Ela acenou e começou a andar em direção a porta que dava para a casa.

- Até amanhã.

🌺

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Que você fique bem em meio a pandemia e um bom dia recheado de amor ♡

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