A fragilidade, guardou para outros momentos. A violência nunca deixava de lhe acompanhar, tal como a arma que empunhava com a tranquilidade de quem carrega uma caneta.
Dinheiro não era problema há tanto tempo que achava que nunca provou da pobreza, mas a ganância transformava o homem em seu próprio lobo e era isso que fez com que, além dos homicídios para próprio benefício que carregava nas costas, Katsuki aceitasse ter mais almas em seu encalço por um ótimo pagamento.
A cena também não era uma questão a se pensar. Um beco imundo com sangue espirrado para vários lados e um homem jogado no canto sem ganhar a devida importância era uma paisagem que, com o passar dos dias, se tornou aconchegante à Bakugou. Já não se espantava ou sofria pelas mortes que aconteciam pelo bem maior – também conhecido como seu próprio bem.
Como um ritual, apreciou a dor agonizante de quem dava seus últimos suspiros enquanto fumava um charuto. Aquele não era tão saboroso quanto os lhe ofertados gentilmente por Kirishima, mas davam pro gasto. Eijirou... Quem sabe um olá lhe fizesse sentir menos porco.
Riu de canto e guardou a pistola no coldre. Uma estranha mania de limpeza começava a lhe consumir nos últimos dias, então só sossegou quando cedeu à vontade de mergulhar as mãos na poça de água que a chuva que caia ali formou, não querendo demorar muito. Bastava tirar a mancha, a sujeira já havia grudado em sua alma.
Não sem antes levar os pertences de sua vítima, tirou as proteções de plástico com as quais cobriu seu sapato e que jogou na lata de lixo, a incendiando com seu isqueiro para acabar com as provas que pudessem lhe trair.
Ao menos em seu pés não havia sujeira, o deixando mais livre para fingir que nada havia acontecido, não estranhando quando eles tomaram o caminho que dava para a rua da Heroes. Riu de canto. Kirishima sempre lhe atraia de alguma forma misteriosa.
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Muita gente importante frequentava aquela boate, o que não tornava o atendimento vulgar, ainda mais para a marcante figura que bastou pisar ali para que copos erguessem em saudação por toda a casa lotada. Ignorou todos e ninguém se importou, afinal, melhor seria se ele não chegasse tão perto.
Katsuki era o tipo de cliente "carta marcada", daqueles que todos os funcionários do lugar sabiam seu drink favorito, que logo brotava na mesa escolhida e seus petiscos prediletos que lhe eram servidos sem necessitar de pedidos verbais. Seu acompanhante preferido, entretanto, não estava disponível.
A irritação ele canalizou através do forte tamborilar de seus dedos. Era ciúme pensar que aquele era o horário de outro alguém? Bebeu com desgosto, estressado além da conta e se arrependendo de ir ali até que as luzes se apagaram e voltaram-se ao palco onde um grande tecido apareceu.
Riu de canto mais satisfeito, relaxando com a mais sublime visão. Era dia de sexta e a atração da noite tinha cabelos vermelhos e flutuava glorioso.
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Garoto de Aluguel | KiriBaku
FanfictionOnde Kirishima é um garoto de programa excepcional e Bakugou seu melhor cliente. Entre todos os seus serviços, não é sexo o que Katsuki procura.