Armas, drogas, dinheiro, joias. Sujeira, sarjeta e podridão.
E ainda assim não satisfazia.
O semblante de Rocha escondia um Bakugou sem coragem de encarar aquela que lhe deu o nome, a vida e uma boa porcentagem dos traumas que lhe acompanharam durante essa.
Seu descuido no beco bastou para apagar a glória imunda de seus esforços como um legítimo barão do crime. Seus inimigos sonhavam com o poder que Mitsuri tinha de lhe rebaixar ao nada com um simples olhar de reprovação.
O que mais ela queria dele?
- Quando você vai estar satisfeita com algo? - teve a ousadia de reclamar.
Quem o odiava iria ao deleite caso assistissem o tapa que marcou sua face branca de vermelho. A dor não ardeu mais que a vergonha da humilhação.
- Quando você deixar de ser esse imbecil e controlar esses impulsos agressivos de merda, talvez! - bronqueou como se não fosse idêntica.
E era isso o que mais odiavam um no outro a ponto de não permanecerem mais um segundo no mesmo espaço.
Se chorasse frente a ela, um tapa seria o de menos. Se queria colo, precisava voltar para de onde não devia ter saído.
×
Eijirou era um garoto excepcional, mas talvez nem tanto quanto pensava ser...
Ele era forte, rápido. Ele era lindo, era viril. Ele era durão, mas não tanto quanto achava.
Ele era rígido. Casca-grossa pelo menos quanto a seus sentimentos. Tudo já conspirava contra ele, não precisava deles se misturando e atrapalhando.
Isolando as coisas, se protegia. De dor, já bastava a física que veio com o impacto ardido.
Não era a primeira vez e nem seria a última. Em todas, devolveu o amargor com o sorriso, como se nada sentisse. Como se fosse um brinquedo que só existia para cumprir vontades.
E que nem pra desempenhar seu papel servia, como ecoava pelas paredes.
Ainda era insuficiente? Substituível? Ainda era refém das próprias insignificâncias?
Ainda sorria para não se indispor.
Quem ligava para ele? Era só mais um garoto vivendo nos fundos de uma boate e sendo muito bem pago pra suportar aquela situação.
Nem todos seus clientes eram como Katsuki e muito menos se portavam como ele.
Katsuki... Mal teve tempo de descansar do imbecil que deixou o que chamava de lar e logo estava banhado. Vestido. Com o lar impecável ao menos onde ele estaria, portanto a cama desforrada poderia ajeitar depois. Usou esses minutos para cobrir as marcas arroxeadas com perfeição, se declarando pronto para recebê-lo.
Agiu como se não tivesse acontecido nada e nada contou, mesmo sendo perguntado mais de uma vez.
Acendeu o charuto. Entregou o whisky. Já ia preparar o chá de sempre quando seu cliente favorito o puxou pela mão e, com os dedos embanhados da bebida, esfregou a área escondida com delicadeza para não causar dor.
Kirishima engoliu seco ao falhar pela segunda vez no mesmo dia. Onde errou? Deixou transparecer demais e agora, em vez de relaxá-lo, causou estresse.
Mortes eventuais passariam a fazer parte do pacote.
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Garoto de Aluguel | KiriBaku
FanfictionOnde Kirishima é um garoto de programa excepcional e Bakugou seu melhor cliente. Entre todos os seus serviços, não é sexo o que Katsuki procura.