Capítulo 16: Hostilidade

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A VIAGEM ATÉ O LUGAREJO QUE SAKURA escolheu como esconderijo foi dura para o grupo

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A VIAGEM ATÉ O LUGAREJO QUE SAKURA escolheu como esconderijo foi dura para o grupo. A neve os acompanhou o tempo todo, ora crescendo para uma nevasca de ventos uivantes que lhes penetravam os ossos, ora diminuindo para uma nevada contínua que servia apenas para retardar os seus avanços.

Levaram dois dias para atravessar a montanha, o terreno pedregoso e sufocado por uma alvura que não terminava estendia-se de um horizonte a outro. Mas, ao amanhecer, o sol incidia sobre o gelo e projetava um arco-íris de luzes, desde o topo da montanha até a floresta densa que a cerceava.

Quando a montanha ficou para trás, o terreno aplainou, revelando a eles uma planície vasta e congelada. O lugarejo que Sakura mencionara não era uma aldeia propriamente dita como Sasuke imaginou. Era diminuta demais para carregar esse título. Na realidade tratava-se de algumas casas construídas às margens de um grande lago cuja superfície estava coberta por uma fina camada de gelo que brilhava sob o sol da manhã. Insignificante demais para constar em qualquer mapa e, por isso, era o lugar perfeito para que eles se escondessem até que a data da Cúpula estivesse próxima.

— Ah, que lindo! — Hikari disse, uma mão sombreando os olhos e protegendo-os do sol que ainda nascia por trás das montanhas.

Os dois garotos, Toyoharu e Yusuke, flanqueavam-na o tempo todo e estavam sempre por perto, vigilantes e cuidadosos. Sasuke não trocou uma só palavra com eles durante toda a viagem, mas os observara de perto, desvendando as suas personalidades e a dinâmica da equipe que Sakura treinava. As comparações com o seu próprio time, o time 7, eram inevitáveis.

Hikari, a garota, era espontânea e amável, sorria para todos, falava com todos e atraía a atenção e os olhares como se possuísse um magnetismo próprio, um encanto só dela. Em muito ela o lembrava da Sakura adolescente que ele conheceu. Apesar de não conversar com ele — o único do grupo com quem ela não tentara uma aproximação —, Sasuke sentia os olhos dela seguindo-o às vezes, acompanhando os seus movimentos como se também procurassem desvendá-lo.

Por parte dos garotos só havia hostilidade, contudo. Toyoharu era o menor dos dois. Tinha um cabelo castanho espesso, e olhos também castanhos expressivos e calorosos. Era sincero e fazia as pessoas ao seu redor rirem com frequência, além de possuir uma determinação de ferro. Ele lhe lembrava Naruto, por vezes. Exceto que o garoto fitava-o de um jeito emburrado sempre que o flagrava olhando-o.

Por último havia o mais alto e o mais reservado: Yusuke. Os olhos dele, tímidos e da cor do cobalto, estavam sempre meio escondidos por trás das lentes quadradas dos óculos que usava. Sasuke não conseguira ler muito da personalidade dele uma vez que o garoto não era generoso com palavras e passava a maior parte do seu tempo acompanhando os parceiros. Quando não estava se assegurando disso, olhava Sasuke de esguelha como se o recriminasse por simplesmente estar ali.

E nenhum dos três se deu ao trabalho de conversar qualquer coisa com Sasuke.

Com Sakura, porém, eles se esqueciam de quaisquer inibições, cercavam-na de sorrisos, gentilezas e cuidados. E era para ela que a atenção de Sasuke teimosamente se desviava, prendendo-o num emaranhado de pensamentos confusos e dolorosos. Não se aproximava, mas tampouco era fácil manter a distância que os separava — quase um abismo inteiro.

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