Capítulo Extra: Sonho Vívido

730 72 36
                                    

A CONSCIÊNCIA VOLTOU A ELE aos poucos, de forma gradual

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A CONSCIÊNCIA VOLTOU A ELE aos poucos, de forma gradual. Sentia-se entorpecido, desorientado, e havia um latejar persistente na lateral da sua cabeça, irradiando por todo o seu crânio a partir do olho direito: o olho do seu Sharingan.

O fato de haver claridade no cômodo lhe feria as pálpebras ainda que estas estivessem cerradas; a luz permeava-as como se não passassem de papel fino e atingia os olhos sensíveis, desabituados à luminosidade excessiva devido às longas horas a que estiveram expostos ao escuro absoluto.

Sasuke se sentou com um solavanco na cama. Os olhos bem abertos examinaram com atenção e cautela o recinto. Não deveria haver luz no quarto. Não deveria haver luz em parte alguma. Seu esconderijo localizava-se nas profundezas de uma caverna, oculta por um labirinto de túneis de rocha sólida. Ali, nas entranhas de uma montanha, ele passara os últimos dois anos, isolado do restante do mundo como se o seu covil estivesse à parte de todo o restante.

Agora, contudo, a luz do sol atravessava desimpedida as vidraças das grandes janelas atrás da espaçosa cama de casal que ele ocupava, incidindo sobre o assoalho escuro e sobre a mobília clara. Sasuke tocou os lençóis sob o seu corpo; sentiu uma leve fragrância floral na fronha do travesseiro ao lado do seu. Mexeu o braço esquerdo e então se deu conta da ausência do membro.

Embasbacado, ergueu a manga comprida da blusa para revelar o cotoco no qual o seu braço esquerdo terminava, um pouco acima da linha do cotovelo. O ferimento era antigo, a pele estava muito bem cicatrizada. Talvez tivesse acontecido há anos, cerca de uma década ou mais.

Abaixando a manga outra vez para ocultá-lo, tentou prestar atenção no entorno. Uma das janelas estava entreaberta, permitindo que uma brisa morna circulasse pelo cômodo. Sasuke ouviu-a nos ramos de uma árvore próxima, sussurrando nas folhas verdes. Também ouviu o som de passos atrás da porta cerrada e se colocou de pé num momento fluído.

Silencioso e veloz como um relâmpago, posicionou-se ao lado da porta e aguardou, contando os batimentos do próprio coração, enquanto os passos se tornavam mais próximos. E mais próximos. A maçaneta girou e a porta se abriu. Alguém entrou no cômodo.

Os instintos de Sasuke apelaram a ele para que agisse — e Sasuke agiu. O seu corpo se moveu, empurrando-o adiante em direção ao intruso antes que os seus olhos sequer tivessem tempo de recair sobre ele e atingi-lo em cheio com o reconhecimento. A sua mão estendeu-se, encontrando os lábios e tapando-os antes que o intruso tivesse a chance de gritar. Tudo aconteceu num único segundo.

Então uma fragrância familiar acertou-o quando ele inspirou o ar numa lufada profunda, despertando memórias adormecidas do seu passado. Ele conhecia aquele perfume, mais especificamente o cheiro que costumava impregnar os cabelos cor-de-rosa pálidos de Sakura. E cor-de-rosa pálido foi a tonalidade a lhe preencher todo o campo de visão quando Sasuke encostou-se ao corpo do intruso. O único som que ecoou por todo o recinto foi um arfar surpreso e indiscutivelmente feminino antes que Sasuke pressionasse a palma da mão contra aqueles lábios, silenciando-os.

Dark DawnOnde histórias criam vida. Descubra agora