Capítulo 1: Hokage das Sombras

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— E, Com isso, eu finalmente estarei sozinho

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E, Com isso, eu finalmente estarei sozinho. Adeus... meu único amigo!

A voz de Sasuke soou clara e uniforme de repente; mais jovem, mais inconsequente, ricocheteando em paredes invisíveis e voltando até ele num eco contínuo e perturbador que rompeu o silêncio profundo que ali imperava. Ouviu, então, o ruído familiar de um milhar de pássaros, chilreando em algum lugar ali por perto — muito perto.

Abaixou seus olhos e viu: seu punho esquerdo estava iluminado pela radiância do Chidori, aclarando as sombras que o cercavam, afastando uma parte da escuridão densa. Era dali que provinha o som de pássaros. Ainda assim, a aura gris do jutsu era incapaz de revelar por inteiro o que estava diante dele. Não via mais do que relances, lampejos de cores e formas que atravessavam seu campo de visão só para desaparecer num piscar de olhos, tão depressa quanto surgiram.

Estranho. Sasuke se lembrava nitidamente de não possuir mais um braço esquerdo.

O Sharingan girava no seu olho direito, vermelho como o sangue que lhe corria quente pelas veias. E, sem que ele tivesse controle sobre o próprio corpo, seu braço esquerdo ergueu-se, recuando o cotovelo até a altura do rosto. Seus dedos grudaram-se uns aos outros, prontos para perfurar a presa logo adiante. Seus pés se moveram por conta própria, levando-o adiante. Finalmente, a escuridão se dispersou completamente para mostrar-lhe um rosto que conhecia, ferido, inchado e sujo. Era Naruto, ajoelhado e indefeso, cansado e abatido.

Não!, gritou para se impedir, mas era tarde demais. Seu corpo avançou outro passo, movendo-se depressa e deixando-o sem reação. Olhou fundo no único olho visível de Naruto quando seu braço esquerdo envolto pelo jutsu se abaixou na sua direção, iluminando seu rosto surpreso pelo ataque irrefreável.

Sasuke despertou num sobressalto, percebendo aliviado que tudo não havia passado de um sonho e que estava em casa, seguro. Não, não um sonho, forçou-se a se corrigir. Uma lembrança, de sua luta contra Naruto no Vale do Fim. Nossa última luta, refletiu. Tanto tempo havia se passado, às vezes ela parecia ter acontecido toda uma vida atrás.

Ele expirou o ar devagar, normalizando a respiração ofegante e descomprimindo o tórax expandido. Espiou o que restava do braço esquerdo sobre os lençóis. Melhor assim. Fitou o teto do quarto em seguida, pensativo. O colchão afundou quando Sakura, deitada ao seu lado, se inclinou na direção da mesa de cabeceira para acender o abajur, esfregando o sono dos olhos.

— Anata, aconteceu alguma coisa? — indagou-o ao se virar para ele, apoiando-se num cotovelo.

Sentiu seu toque na testa úmida de suor, inspecionando-o, seu olhar atento descendo pelo seu corpo à procura de qualquer sinal do que lhe causou o susto. Depois de se dar por satisfeita — pois o marido não estava doente ou ferido —, ela recolheu a mão e voltou a apoiar a cabeça no travesseiro, deitando outra vez.

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