Capítulo 4: Estranho, Mundo Estranho

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SASUKE SONHOU OUTRA VEZ com o momento decisivo da sua última luta contra Naruto

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SASUKE SONHOU OUTRA VEZ com o momento decisivo da sua última luta contra Naruto. A escuridão estava de volta, mas havia água sob os seus pés, gotejando ininterruptamente. Não. O que gotejava não era a água sob os seus pés, mas sim o sangue quente que cobria o seu braço esquerdo; ele manchava o regato abaixo das suas sandálias, tingindo-o de vermelho.

Olhou para frente, assustado, e se deparou com o rosto ferido e inchado de Naruto. Seu único olho aberto e azul estava opaco, fitava o vazio, através dele. Desceu o olhar pelo próprio braço esquerdo e o encontrou enterrado no peito do amigo, atravessando seu coração e as suas costas. Naruto estava morto, e ele tinha sido o responsável por isso.

Seu estômago se revirou com a cena, seus dentes se cerraram com a ânsia repentina. Forçou-se a apoiar a mão direita no ombro de Naruto para conseguir libertar o braço esquerdo ensanguentado. O sangue estava úmido e pegajoso contra a sua pele. Quando conseguiu remover o braço do corpo de Naruto, ele cambaleou e desabou diante de Sasuke na água, afundando antes que ele conseguisse impedir. Desapareceu.

Ouviu o som do choro de Sakura, a voz quebrada soluçando e ecoando por todo aquele lugar partiu seu coração. Então ouviu Kakashi repreendendo-o, o tom embargado não escondia a decepção. Mas por mais que encarasse a escuridão, Sasuke não conseguia encontrá-los, não conseguia se desculpar. A água negra sob os seus pés ondulava, agitando-se suavemente.

Limpou o suor dos olhos, ou seriam lágrimas? E ergueu o rosto outra vez só para se deparar com o próprio reflexo diante dele: cansado, ferido, sujo e coberto de sangue. Havia uma expressão maníaca no rosto dele, uma escuridão tangível nos seus olhos, uma solidão pesada sobre os seus ombros.

O seu eu mais jovem olhava para ele, não como o reflexo de um espelho o faria, mas como se possuísse uma consciência própria, uma mente própria. Era perturbador encará-lo de volta. Seu olho esquerdo estava fechado pelo inchaço, mas o carmesim do Sharingan queimava no direito, os tomoes girando num torvelinho que parecia querer puxá-lo para dentro.

Ele apartou os lábios e, em resposta, Sasuke repetiu o gesto.

— Eu estou sozinho. Finalmente. — Foram as palavras que saíram da boca do próprio Sasuke, não da do reflexo, chocando-o.

Sua voz lhe pareceu morta, despida de qualquer sentimento humano. Mesmo o seu rosto se tornou vazio, como se não houvesse alma por trás daqueles olhos mortiços.

O reflexo no espelho não pareceu dar atenção à sua inquietação, uma vez que lhe deu as costas e partiu. Uma rachadura imensa trincou a superfície lisa, de uma ponta até a outra, causando mais minúsculas trincas que se espalharam pelo espelho desordenadamente. Então ele explodiu, e milhares de cacos voaram na sua direção. Sasuke ergueu os braços para se proteger, mas uma rajada de vento abrupta sugou-os na direção contrária antes sequer que o alcançassem e pudessem feri-lo.

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